Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Infelizmente creio que tem razão. A Rússia não tem feito ameaças mas a defesa da ONU é um excelente argumento.
O mundo está cada vez mais inseguro e os dirigentes das grandes potências cada vez mais levianos.
Esperemos não ouvir os canhões nem ver as ogivas nucleares a voar.
Quando todo o Mundo deitou foguetes com o fim da bipolarização político-militar do Planeta, todos sabiamos que haveria "outras coisas" para acontecer... Não iriamos entrar num mar de Paz e concórdia, onde navegaríamos até ao fim dos nossos dias...
Elas estão a suceder paulatinamente. Primeiro foram cómicas. Neste momento são trágicas!
Em minha opinão a Rússia de Putin vai humilhar a Europa nas suas barbas.
Na verdade, desde a queda da URSS que o Ocidente não têm lhe feito outra coisa.
A diplomacia não valorizou o "gigante das estepes", com armamento nuclear, hidrocarbonetos, um exército poderoso, ...
O urso enraivecido decidiu sair da "jaula".
Vai incomodar!
Vai tentar que a Europa e os USA "engulam" a independência do Kosovo.
Nem mais, nem menos!
Encontro de culturas de religiões e até de línguas e alfabetos, aqui se cruzam os caminhos do Norte e do Sul do Oriente e do Ocidente. Já se sabia que este passo poderia ser o rastilho de um incêndio de grande dimensão. Putin encontra uma Europa e uma América fragilizadas pela crise financeira e pela penúria energética e vai colocar as suas peças no xadrez geopolítico. Para a Europa esta é mais uma factura a pagar. A China e o Irão vão aproveitar a situação a seu favor!
Pacheco Pereira in Abrupto