Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
A Comunidade Europeia que se ponha a pau com os apoios...
Hoje, ela é usada no Médio Oriente, com a oposição da Rússia, mas o beneplácito dos EUA. A finalidade é a mesma, só os interesses comerciais é que mudaram.
Normalmente, no Médio Oriente a balcanização dá origem a uma variante: a "libanização". Isto é, fazem-se cohabitar no mesmo Estado várias facções armadas correspondendo a várias opções político-militares.
Ficamos, armados até aos dentes, à beira da guerra.
E aguardamos essa evolução não só no Kosovo, mas nas situações similares - mediterrânicas, nos Urais e no Caucaso.
Os EUA vão apoiar tudo isto "de longe", do outro lado do Atlantico.
A "batata" quente vai rebentar no quintal da UE.
Durão Barroso não goza de independência política suficiente face aos americanos para lidar este problema com equilíbrio e na intransigente defesa dos interesses europeus.
Neste particular momento, mais próximos de Moscovo do que de Washington.
Mais uma vez a Europa não soube tratar da casa e deixou que os americanos a viessem incendiar.
Não me canso de afirmar, que pese embora algumas criticas que possam ser imputadas aos regimes em termos de politica interna, o eixo Rússia, Irão, Venezuela é o único que se opõe ao imperialismo e à ocupação militar levada a cabo pelo Mister Danger Bush.
relativamente à intervenção no Kosovo, foram as potências europeias que mendigaram a adesão americana a uma intervenção militar e não o contrário. Entre o não intervencionismo do consulado Clinton e a inépcia europeia na gestão da crise bósnia (lembremos-nos de Srbrenica), tornou-se a nuvem por Juno e utilizou-se uma caçadeira para matar uma formiga.
A Europa pode muito bem resolver os seus problemas: