Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Tudo indica que estará, depois da tentativa de assassinato a Ramos-Horta, em lento desenvolvimento, uma profunda intervenção político militar no território, sob o comando australiano, apoiada por Xanana Gusmão e, em última análise, visando a Fretilin enquanto estrutura política mais representativa e mais consequente na defesa dos interesses de Timor perante os insaciáveis apetites australianos e pessoalmente representados por Mari Alkatiri.
Por outro lado, a rejeição por parte de Xanana de uma Comissão de Investigação Internacional proposta dada por outros líderes políticos e partisdários, é comprometedora para o actual PM de TL.
A confirmação da intenção de Ramos-Horta - terá referido isso a Lula da Silva? - de convocar novas eleições a quem prejudicaria?
Xanana e Fernando Araújo?
O que falta contar na história do ataque à coluna do PM? Estes ataque é simultâneo com um outro ataque à residência onde se encontarvam a mulher e os filhos?
Porque Xanana não aconselha que se veja o video de Reinado?
- Por motivos humanitários ou porque as viaturas da coluna militar do malogrado major, tinham matriculas do Governo de Timor-Leste!
A grande questão centra-se - quer para o Governo português, quer para a comunidade internacional - na incognita: Ramos-Horta recuperará?
Ou, na negativa:
Xanana continuará, na política timorense, como administrador australiano em Dili?
A Nota do Governo português (Bruxelas 18.02.08) é extremamente diplomática "Está preocupado com a situação no País" e interroga-se sobre a recuperação de Ramos-Horta.
Sobre Xanana é lacónico:
"O primeiro-ministro timorense escapou ileso da emboscada que sofreu."
Pouco, para quem tem no local um destacamento militar (embora sobre a egide da ONU).
Muito pouco, para quem, numa situação dessas, deve manter os seus cidadãos informados, nomeadamente na eminência de prováveis confrontos (como sugere a nota americana).