Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Tudo indica que estará, depois da tentativa de assassinato a Ramos-Horta, em lento desenvolvimento, uma profunda intervenção político militar no território, sob o comando australiano, apoiada por Xanana Gusmão e, em última análise, visando a Fretilin enquanto estrutura política mais representativa e mais consequente na defesa dos interesses de Timor perante os insaciáveis apetites australianos e pessoalmente representados por Mari Alkatiri.
Por outro lado, a rejeição por parte de Xanana de uma Comissão de Investigação Internacional proposta dada por outros líderes políticos e partisdários, é comprometedora para o actual PM de TL.
A confirmação da intenção de Ramos-Horta - terá referido isso a Lula da Silva? - de convocar novas eleições a quem prejudicaria?
Xanana e Fernando Araújo?
O que falta contar na história do ataque à coluna do PM? Estes ataque é simultâneo com um outro ataque à residência onde se encontarvam a mulher e os filhos?
Porque Xanana não aconselha que se veja o video de Reinado?
- Por motivos humanitários ou porque as viaturas da coluna militar do malogrado major, tinham matriculas do Governo de Timor-Leste!
A grande questão centra-se - quer para o Governo português, quer para a comunidade internacional - na incognita: Ramos-Horta recuperará?
Ou, na negativa:
Xanana continuará, na política timorense, como administrador australiano em Dili?
A Nota do Governo português (Bruxelas 18.02.08) é extremamente diplomática "Está preocupado com a situação no País" e interroga-se sobre a recuperação de Ramos-Horta.
Sobre Xanana é lacónico:
"O primeiro-ministro timorense escapou ileso da emboscada que sofreu."
Pouco, para quem tem no local um destacamento militar (embora sobre a egide da ONU).
Muito pouco, para quem, numa situação dessas, deve manter os seus cidadãos informados, nomeadamente na eminência de prováveis confrontos (como sugere a nota americana).