O adultério, a religião e a justiça
O recente fuzilamento de uma viúva afegã, grávida, sob a alegação de adultério, é de tal modo repulsivo que não pode deixar alheados os povos civilizados. O crime foi, aliás, precedido de duzentas chicotadas, uma tortura cuja crueza revolta e envergonha pessoas civilizadas.
A repressão sexual é uma perversão comum aos três monoteísmos e a forma de domínio mais comum, sendo as mulheres as vítimas predilectas do carácter misógino do deus do Antigo Testamento.
Sempre que as Igrejas conseguem influenciar o poder secular aparecem as penas contra o adultério. O caso de Camilo Castelo Branco, preso por adultério, está ainda presente em todos os que preferem a literatura profana aos livros pios. Só a laicidade consegue pôr cobro à demência beata que devora o clero dos monoteísmos abraâmicos.
A violência da fé não se satisfaz em fazer de cada crente um capacho do seus deus, é um instrumento de repressão, violência e sofrimento sobre quem teve a fatalidade de nascer na sua zona de influência.
A Tora (seis séculos a. C) e o Talmude (200 d. C. + 500 d. C., o Antigo e o Novo Testamento, O Corão (632) e a Sunnah (séc. IX) têm em comum o carácter misógino mas diferem em relação ao álcool, à carne de porco e na defesa do véu e da burka. No islão as proibições atingem o fulgor demente, onde até urinar com o jacto virado para Meca é proibido.
Hoje, o mais violento e implacável dos monoteísmos é o islão. Não há desculpas que possam justificar os horrores cometidos pela sharia. A tradição serviu quase sempre como álibi para os piores crimes e os maiores desvarios. É altura de combater no campo cultural as crenças que envenenam os fiéis e desgraçam os que vivem na área da sua influência.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
As três religiões abraâmicas espalharam a demência, enxovalharam a verdade, construindo mentiras monstruosas sobre os seus deuses omnipotentes e omnipresentes, semearam a guerra e a violência, em nome da superioridade da sua fé, e aprisionaram os povos na cegueira das suas espúrias crenças.
Não se pode pactuar, através do cúmplice silêncio, com aqueles que utilizam a violência mais bárbara em nome de hipotéticas vontades divinas e não hesitam em condenar à morte todos aqueles que infringem, pela sua conduta ou pelo simples exercício do livre pensamento, os códigos obsoletos em que apoiam o seu poder.
Só na Península Hibérica são assassinadas mais de 245 mulheres todos os anos, pelos seus amantes. Esse facto poderá naturalmente ser utilizado pela propaganda dos países muçulmanos para mostrar que, por cá, as coisas não são assim tão diferentes.