Passos Coelho e a cáfila
«Após a vitória eleitoral de 2011, os militantes do PSD
exigiram a Passos Coelho que culpabilizasse o PS e fizesse um "ajuste de
contas" com os socialistas. Mas Passos Coelho preferiu ter "uma
posição moderada" (..) e, (…)
"pagou uma fatura interna" dentro do PSD». – lê-se no Jornal de
Negócios online.
Não é verdade.
Passos Coelho preferiu um ajuste de contas com a descolonização, órfão da
pátria que perdeu e que julgava integrar o Império; com o 25 de Abril que lhe
roubou a cómoda condição de filho de um médico colonial; com a democracia que o
equiparou ao filho de um qualquer trabalhador, que tirou um curso numa
universidade prestigiada, com altas classificações; com os cidadãos que passaram
a ter direito ao ensino público, à assistência médica e à segurança social.
PPC vingou-se do
país que o recebeu, com o ódio de um devolvido, com o rancor de um medíocre,
com o ressentimento a uma democracia que equiparou um médico a qualquer outro
cidadão. Podia ter continuado a gorjear sustenidos e bemóis, a provocar gemidos nas meninas de Vila Real, a frequentar
a Assembleia da República em silêncio, mas quis o Ângelo Correia ter um PM por
conta e Miguel Relvas dar vida a um ventríloquo.
Hoje, com o Governo
entregue ao pouco recomendável Paulo Portas, inteligente e com um curso bem
tirado, arrasta-se pelos comícios do PSD, rodeado de guarda-costas e de medo,
enquanto o País agoniza.
Desde a ditadura de
Pimenta de Castro que uma democracia não tinha dado tão ignara e intragável
personagem a um Governo de Portugal.
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