Passos Coelho, Governo e terrorismo político

Só por cinismo se pode dizer que o PSD merecia o líder que tem e o Governo que nos impôs. Mas, enquanto as bases remoem a vergonha e a comunicação social avençada defende os lugares sazonais, que só a manutenção do Governo permite, o país esmorece entre o medo e a vergonha.

Passos Coelho, agora liberto de funções governativas, que, aliás, nunca pensou exercer, depois de ter endossado a governação para Paulo Portas – o Irrevogável, entrega-se ao terrorismo político em dedicação exclusiva.

Com impostos insustentáveis e as funções do Estado reduzidas aos serviços mínimos, a dívida continua a subir, a troika a fazer novas imposições e o País em estado de estupor.

A criação de Relvas é uma lamentável criatura dedicada ao agitprop. A Constituição que jurou defender, os juízes cujas decisões lhe cabe respeitar e o anterior Governo que caiu há mais de dois anos, são os pretextos que invoca para os sucessivos fracassos de quem não sabe, não aprende e não larga o lugar que ocupa com a participação do PR.

A preparação para o segundo resgate, que ampliará exponencialmente o sofrimento dos portugueses, e a ameaça do saprófita de serviço, Poiares Maduro, de que “é inevitável a curto prazo” reduzir pensões, completam a campanha terrorista para travar a reação dos portugueses às permanentes tentativas de reduzir o país a um misto de tímidos e idiotas.

O PR, que o quinto bombeiro ardido despertou da modorra estival, é incapaz, sabe-se lá porquê, de dizer a Passos Coelho que as decisões do TC são para acatar, que o País não é o laboratório de incompetentes, ressentidos e vagamente fascistas, e que o terrorismo verbal do alegado PM é incompatível com a exigível postura de Estado.

Comentários

Manuel Galvão disse…
Estamos a dois passos de termos uma coligação de direita com 2/3 dos deputados, que nos atirará irremediavelmante para uma situação política e social semelhante à da Hungria de hoje.
Manuel Galvão disse…
Não é agoiro, é a forma como vejo as consequências a indiferença das pessoas face às agressões de que são vítimas e o seu desprezo pelos políticos e pela política.
Se acrescentarmos a inabilidade com que a oposição nos prenda, só podemos esperar nas próximas eleições legislativas ainda mais abstenção e mais arrogância da direita em querer obter os tais 2/3 de deputados.
Foi este o percurso da Hungria.
Longe vá o agoiro! (id, ibidem)
Agostinho disse…
Pois que vá para longe o agoiro mas ainda não vejo as pessoas a acreditar e ambicionar outra vida. Continuam agarradas ao fatalismo como destino natural.
As nossas decisões são sobretudo emocionais. No dia de ir votar a esmagadora maioria não é capaz de decidir coerentemente, quebrar a carapaça do egoísmo, dos pequenos interesses, por pensar que, alterando o seu voto, ainda poderia ser pior.

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