Associação Ateísta Portuguesa (AAP). Exposição ao MAI
Senhor ministro da Administração Interna, Dr. Miguel Macedo
Excelência:
A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), vem expor e solicitar a V. Ex.ª o seguinte:
A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), vem expor e solicitar a V. Ex.ª o seguinte:
1 – A Junta de Freguesia de Grijó organizou uma peregrinação
a Fátima, como se tornou público pelas cenas de pugilato a que a presença do
candidato à Câmara de Gaia, Carlos Abreu Amorim, PSD/CDS, deu origem;
2 – A referida peregrinação foi organizada pelo presidente
da Junta de Freguesia, Sr. Rogério Tavares, com a participação de 800
idosos distribuídos por 17 autocarros, como referido na comunicação social
em 9 do corrente mês;
3 – Entende a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) que, num
Estado laico, as autarquias não devem apoiar oficialmente a devoção a uma
religião. Pelo contrário, devem respeitar criteriosamente o n.º 2 do artigo 13º
e o n.º 4 do artigo 41º da Constituição da República Portuguesa e não
beneficiar nenhum cidadão em razão da sua religião;
Assim, em nome da laicidade do Estado e da moralidade pública, vem a Associação Ateísta Portuguesa solicitar a V. Ex.ª se digne mandar esclarecer o seguinte:
Assim, em nome da laicidade do Estado e da moralidade pública, vem a Associação Ateísta Portuguesa solicitar a V. Ex.ª se digne mandar esclarecer o seguinte:
1 – Qual a base legal para a despesa da Junta de Freguesia com o aluguer de autocarros, almoço e outros custos adicionais para uma manifestação de carácter particular;
2 – Qual o montante gasto na excursão;
3 – Quais os cuidados que a autarquia tomou relativamente aos idosos antes de submetê-los a tão longa e cansativa excursão;
4 – Se houve uma alternativa cultural, abonando em numerário
o custo individual da excursão a Fátima a quem preferisse, por exemplo, visitar
um museu.
Antes das respostas que aguarda, a AAP repudia, desde já, a atitude da Junta de Freguesia de Grijó que considera imprópria de um país europeu, laico e democrático.
Receosa do regresso aos tempos de Fátima, Futebol e Fado, a AAP considera ética e civicamente lamentável a promoção de peregrinações religiosas por órgãos do Estado ou pelas autarquias.
Antes das respostas que aguarda, a AAP repudia, desde já, a atitude da Junta de Freguesia de Grijó que considera imprópria de um país europeu, laico e democrático.
Receosa do regresso aos tempos de Fátima, Futebol e Fado, a AAP considera ética e civicamente lamentável a promoção de peregrinações religiosas por órgãos do Estado ou pelas autarquias.
Em defesa da ética republicana e do carácter laico do Estado
que impede a caça ao voto através de pias excursões e lamentáveis expedientes,
a Associação Ateísta Portuguesa solicita ao senhor ministro da Administração
Interna que, por intermédio da Inspeção-geral da Administração do Território,
se digne averiguar eventuais ilícitos na matéria exposta e proceder em
conformidade.
Aguardando que V. Ex.ª se digne esclarecer esta Associação, apresentamos-lhe os nossos melhores cumprimentos e subscrevemo-nos,
Associação Ateísta Portuguesa
Aguardando que V. Ex.ª se digne esclarecer esta Associação, apresentamos-lhe os nossos melhores cumprimentos e subscrevemo-nos,
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