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A mostrar mensagens de outubro, 2016

Há 6 anos - 31-10-2010

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 Dilma Rousseff foi a primeira mulher eleita presidente do Brasil.

Notas Soltas – outubro/2016

Espanha – O mês principiou com a inevitável demissão do secretário-geral do PSOE. O fracasso do apoio à esquerda e da unidade dentro do PSOE, deixou o País e o seu futuro entregue à direita, e toda a esquerda condenada a lutas intestinas.  Impostos – Os benefícios e isenções fiscais da Igreja católica e a decisão de excecionar a avaliação de cerca de cem Fundações canónicas, gera injustiça fiscal e torna Portugal um protetorado do Vaticano, refém da Concordata, e sem coragem para a denunciar. Hungria – O referendo xenófobo convocado pelo governo ultranacionalista de Víktor Orbán, para mobilizar a população contra o sistema de solidariedade europeu para com os refugiados, fracassou por falta de quórum, mas foi claro o desafio à UE. Colômbia – O resultado do referendo adiou a possibilidade de findar uma guerra de 52 anos, através das urnas, após 4 anos de diálogo entre governo e guerrilha (FARC). Seria um exemplo a nível mundial, mas venceu a linha dura do ex-president

Efeméride – 30 de outubro de 1975

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Há 41 anos, o maior genocida da península Ibérica determinou que Juan Carlos passasse a ser o chefe de Estado interino de Espanha, sob o pseudónimo de príncipe. O ditador não se limitou, durante décadas, a eliminar centenas de milhares de espanhóis em campos de concentração, execuções extrajudiciais ou na prisão, escolheu a natureza do regime e a pessoa que a quem endossaria a chefia do Estado. Num país onde a coragem de enfrentar o ditador nunca morreu, a violência da repressão garantiu ao ditador a morte confortada com os sacramentos e a bênção do clero que foi seu cúmplice. A ditadura clerical-fascista terminou com Franco, mas o novo regime nasceu do poder conquistado e mantido pela violência. Juan Carlos foi educado no fascismo e destinado a perpetuá-lo. O que o grotesco general não previu foi a obsolescência das ditaduras, os ventos da democracia, que varreram regimes militares, e a democratização da Europa. A monarquia espanhola é uma herança do franquismo, a anomalia q

Passos Coelho e uma agónica ‘maestria’ de sobrevivência …

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 Passos Coelho aplaudiu a continuidade de Mariano Rajoy como presidente do Governo espanhol com avultados encómios à sua sagacidade política link . Fica-lhe bem esta manifestação de solidariedade ‘inter-popular’. Ambos pertencem ao grupo ‘popular’, seja do partido europeu, Rajoy do PP espanhol e Coelho do ex-PPD (também ‘Popular’ e  'Democrático'). A leitura que o dirigente partidário nacional faz sobre a situação política espanhola é um acabado exemplo de como fantasiosas visões escondem questões de fé.  Viu na investidura parlamentar de Rajoy “o afastar da incerteza” quando nunca pairou tanta incerteza sobre um governo do pós-franquismo. Se as miragens pagassem imposto lá (e cá) estaríamos a ‘salvar’ o défice (pelo lado da receita). Mas as visões podem alimentar armadilhas e mostrarem que o que aparenta não é. Coisas da política. De facto, como expressou o ex-primeiro ministro português foi recusado o radicalismo. Não no sentido que o veredicto popular expres

CGD e uma questão central…

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A chicana política montada à volta da CGD é verdadeiramente aviltante para o País. Estamos habituados a estas manobras de dilação e camuflagem mas a actual situação ultrapassa as marcas. Quem se põe a observar a cascata de intervenções não acredita que o sistema bancário nacional possa estar a viver dias difíceis. E que cada operação financeira que vamos tendo conhecimento seja mais uma alienação de instituições bancárias nacionais ao estrangeiro. A existência de um banco público forte e interventivo não parece reunir o consenso político-partidário nacional. A ‘ febre dos consensos ’, de que o Presidente da República é o mais notório contaminado, não existe – nem poderá existir – em todos os sectores políticos, sociais, económicos e financeiros. Na verdade, há diferenças - algumas delas profundas - que devem ser (democraticamente) assumidas. Os obstáculos que tem sido sucessivamente levantados pela Direita ao “problema CGD” (inquéritos, auditorias, comissões parlamentare

Os boches, as chouriças dos mesmos e os outros

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Eu adorava as chouriças de boches, quando estes era de porcos cridos à pia, sabores de antigamente cujas fragrâncias se colaram à memória e me remetem para a infância. São lembranças que se associam à bula que era preciso comprar para degustar vísceras, que os temperos tornavam deliciosas, e exonerar do pecado refeições de carne, à sexta-feira. Ainda hoje considero o porco o animal de excelência para o palato, por alguma razão as religiões do livro o execram, do presunto ao lombo, do focinho ao rabo, das orelhas aos pés, num aproveitamento pleno de que a culinária tira partido. Falo dos porcos das aldeias da Beira, daqueles que anunciavam o Ano Novo a escorrer, dependurados, e eram convertidos em enchidos que pingavam do fumeiro, de onde se cortava o nagalho da chouriça de boches, do bucho ou da bexiga que chegavam à mesa. Havia outros boches, de outras latitudes, apreciados nos círculos do poder salazarista e de que se falava em surdina durante a última guerra. Pareciam ter de

A dúvida de quem raramente se engana.

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Professor João Lobo Antunes

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Morreu o Professor João Lobo Antunes um cidadão que deixa uma indelével marca na Medicina portuguesa e na Cultura nacional. O desaparecimento físico desta personagem deve constituir um lancinante questionar dos caminhos que a qualificação pessoal e profissional coloca par a par com o exercício de cidadania e as questões civilizacionais. João Lobo Antunes, é um exemplo acabado de realização da ‘profecia’ de um outro vulto da Ciência – Abel Salazar - que assegurou: “Quem só sabe de Medicina, nem de Medicina sabe…”. Esta consciente opção de mundividência acabou por nortear a sua vida e granjear o respeito dos ‘outros’. A simbiose que o Professor João Lobo Antunes foi capaz de construir e alimentar, durante toda a vida, entre diferenciação profissional, atividade cultural, postura humanitária e participação cívica é, no essencial, a ‘pesada herança’ que João Lobo Antunes deixa às novas gerações de portuguesas e portugueses que, nas condições adversas do presente, lutam pela

Andam a brincar com o fogo

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A escalada de violência, na guerra da Síria, com terroristas bons e terroristas maus, com alinhamentos geoestratégicos pavorosos, enquanto extermina o povo e destrói um país, está a conduzir o mundo para o confronto global. A Turquia, um país que desliza para a sharia sob a repressão pia de Erdogan, o político que viu sucessivamente prorrogado o alvará de islamita moderado, é hoje um problema para a Europa e a Nato, depois de apelidado de democrata-islâmico o partido do biltre, à semelhança das democracias-cristãs, hoje também a resvalarem para o autoritarismo. O Mediterrâneo é hoje o sarcófago de desgraçados e famintos imigrantes que buscam na Europa um destino de paz e salvação, e os que escapam vêm partilhar o drama de quem foge à guerra com quem teme que a guerra venha com eles. A falta de uma autoridade mundial forte, alheia aos interesses do petróleo, das armas e das drogas, transportou para as fronteiras que criadas a desregulação que foi imposta à economia. Por sua vez

A Santa Inquisição – Homenagem da C. M. Évora às vítimas

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Hoje sabe-se mais sobre a origem, funcionamento, apogeu e fim da tenebrosa instituição da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), do que os indefetíveis devotos gostam e a Cúria romana desejaria. O primeiro “Tribunal Público contra a Heresia”, da ICAR, nasceu em 1022, em Orleães (França), mas o ódio à heresia albigense (cátaros de Albi), superstição pior que a mais idiota e perversa das religiões, levou à criação do Tribunal da Inquisição, em 1184, no Concílio de Verona. A Inquisição conservou a virtude, alterando o nome: ‘Suprema Sagrada Congregação do Santo Ofício’, em 1904, e ‘Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé’, com João XXIII, em 1965. Ainda hoje defende a doutrina criada no Vaticano com o entusiasmo com que os cães ‘Serra da Estrela’ afastam, dos rebanhos, os lobos famintos. A Inquisição lembra as ‘Causas da Decadência dos Povos Peninsulares’ e a conferência de Antero de Quental, sob esse nome, integrada nas célebres Conferências do Casino. Apesar de a Penínsu

OE-2017

Portugal estava a ir bem até vir o Governo PS  (Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças da Alemanha) Já o tinha feito, em fevereiro, quando a crise do Deutsche Bank se agudizou. Cometário: o Sr. Schäuble é especialista em criar antieuropeus.

Quem sabe, faz; quem não sabe, ensina.

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Este foi o slogan anarquista popularizado em «Maio de 68», um movimento juvenil com que os estudantes abalaram a França e influenciaram a Europa. Passos Coelho, o PM que aboliu o feriado do 5 de Outubro com a bandeira da República na lapela, recordou-me esta frase pelo conteúdo que o seu exemplo lhe empresta. Quem não conseguiu apresentar um único Orçamento de Estado (OE) sem necessidade de orçamento retificativo, e sempre feridos de inconstitucionalidade, propõe-se discutir o OE-2017, com os parceiros sociais, a uma semana do início da discussão parlamentar. Se não ensaiasse esse número, só perdia os noticiários que obsessivamente o acolhem. No início das breves jornadas iniciadas ontem em Albergaria-a-Velha, mais destinadas a serem notícia do que a discutir o que quer que seja, já o putativo líder da Oposição, que o CDS abandonou, tinha afirmado que “O PSD apresentaria um Orçamento do Estado melhor para os portugueses.” Devia referir-se aos Orçamentos que sonha e não aos qu

Vaticano

A Igreja católica continua a preferir a inumação dos mortos à cremação, mas consente a última (vai longe o tempo em que a Santa Inquisição só a usava para os vivos).  No entanto, aceitando a cremação, proíbe que as cinzas sejam espalhadas, divididas por familiares ou conservadas em casa. O documento, que consagra a doutrina da ICAR, foi redigido pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício) e assinado pelo Papa Francisco que, com esta proibição pretende evitar qualquer “mal-entendido panteísta, naturalista ou niilista). Fica agora determinado que «não se permite a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água ou em qualquer outra forma, ou a conversão das cinzas em recordações» – lê-se no El País , de hoje.

Reflexões outonais sobre o Médio Oriente…

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As batalhas pelo controlo de Alepo e de Mossul tem sido apresentadas como duas situações distintas ou separadas nos meios mediáticos mas, hoje, poucas dúvidas restam de que se trata do mesmo combate. A saber: a luta contra o Daesh. Os problemas bélicos à volta destas duas situações apresentam, contudo, variações regionais e especificidades. São expressões regionais de conflitos que a dinâmica e o stress global (mundial) vai libertando, a conta-gotas, e que ninguém sabe onde começam e acabam.  Vivemos estes tempos de insegurança há demasiado tempo e sem fim à vista. Mas essa óbvia fadiga não deve impedir uma reflexão sobre o andar da carruagem entre as diferentes estações e apeadeiros. Existe, por esse motivo, a nítida sensação que algo de importante se joga no Médio-Oriente. Em Alepo – intramuros - existirá uma ‘coligação anti-Assad’ no contexto de uma ‘guerra civil’, heterogeneamente dominada por uma espúria convergência sunita que, quando submetida a uma análise mais cau

A Rússia e o porta-aviões

A passagem do Kuznetsov nas águas territoriais portuguesas (ZEE) está a ser vigiada pela força aérea nacional. Parece uma peça de teatro encenada dentro de um museu. Passa um gigante obsoleto, com medo de não chegar à Síria, e levantam velhos aviões com necessidade de regressar à base por falta de combustível. A vida dos países, tal como a das pessoas, está difícil.

Os 'independentes’ e as eleições autárquicas

Enquanto não perceber, eu próprio, o que é um independente, discordarei de alterações à legislação que regula as eleições autárquicas. A um independente apoiado por um partido ou coligação, ainda sei em que área política o colocar, e que partido(s) responsabilizar pela gestão. O autarca do Porto, independente quimicamente puro, é um cidadão da área do PSD, por cujo partido queria ser escolhido em 2013, e que em 2017 vai infligir-lhe a mais amarga derrota, apoiado pela fraqueza e interesses convergentes do PS e CDS no eleitorado portuense. Acompanho o PSD nas críticas que fez às alterações propostas pelo PS, BE e CDS, à lei eleitoral autárquica, para que as candidaturas lideradas por cidadãos ditos independentes deixem de ser discriminadas face às candidaturas partidárias. Há no PS e CDS um franco oportunismo a servirem-se de um conservador preterido por Luís Filipe Meneses, que se dispunha a endividar a Câmara do Porto, como tinha feito à de Gaia, nas últimas eleições autárquicas

Portugal e Espanha: Inquietações à volta de análises comparativas…

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É recorrente a Direita referir querer saber as razões porque o País não está a crescer como o previsto, e acrescente-se, seria desejável. Para logo de seguida apontar o caso de Espanha que muito embora esteja a viver, desde há 1 ano, uma crise governativa continua a crescer acima da média europeia link .   São muito peculiares estas inquirições. O que a Direita quer dizer é que as medidas de austeridade de Mariano Rajoy, muito embora exista um impasse político, ‘funcionaram’ e foram um estímulo para a Economia. O êxito do crescimento económico espanhol só é - na perspectiva da Direita – laudatório e invejável, porque, na realidade, assenta numa falácia, ou seja, numa pornográfica taxa de desemprego e na compressão do Estado Social. A pergunta é: em que medida um crescimento em paralelo com ¼ da população activa no desemprego serve o País e os cidadãos?   A análise situação espanhola (nomeadamente a comparativa) não pode ocultar os determinantes problemas do sistema finan

A praxe, a latada e a indigência mental

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Vi as ruas de Coimbra pejadas de caloiros, tocados por colegas mais adiantados nos estudos e na degradação, com os carrinhos de compras roubados nos supermercados. O vestuário feminino só se destacava pela homogeneidade, parecendo uma farda exótica. Não havia, nisso, nada a censurar, para além do gosto de fazer parte do rebanho. Já o furto de centenas de carrinhos, salvos das águas do Mondego pela polícia, pode ser o gesto de humor capaz de hilariar um batráquio, mas incapaz de ajudar à integração de quem quer que seja no Ensino Superior, salvo para perpetuar a praxe. Os estudantes prestes a atingir o grau académico cujo uso autóctone, no estrangeiro, os confundiria com os médicos, prestaram-se a escrever frases de tão baixo nível, para as caloiras gritarem em coro, que não refletem o teor de cerveja, revelam a baixeza ética e o gosto da humilhação. O testemunho sobre as frases gritadas, à guisa de refrão, não permite dúvidas. Duvido, sim, que as caloiras sejam o que diziam, a

A visita do PR a Cuba

A visita do PR a Cuba Ao contrário do beija-mão ao Papa, com intensa sucção do brilhante do anelão, o encontro a sós, entre Marcelo e Fidel, não terá o mínimo gesto de subserviência pia. A visita do hipercinético Presidente português não deixará de incomodar a direita, a cuja família pertence, e de provocar ataques de azia e as mais diversas interpretações. Dada a avançada idade do ex-líder cubano, não é natural que o convide a visitar Fátima, no próximo ano, no centenário da maior encenação religiosa contra a República. Seria, aliás, demasiado arriscado para o brilho do Papa, repartir o palco mediático e disputar a popularidade de devotos de origem oposta. Também não é de temer que o PR português se converta à ortodoxia comunista do mais carismático líder histórico vivo. Não havendo o perigo de heresia, em qualquer deles, trata-se de mera sessão fotográfica para enriquecer o álbum de Belém. Ámen.

Durão Barroso e as injustiças de que é alvo

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Durão Barroso sempre foi videirinho, desde a viagem familiar ao Brasil, em jato privado, para uma estadia numa ilha paradisíaca, quando PM, até às férias no iate de um magnata, quando já estava indigitado para presidente da Comissão Europeia, para finalmente acabar, depois de suspeitas e furtivas reuniões, como CEO de Goldman Sachs, em Londres. Injusta é a perseguição aos direitos adquiridos, seja a reforma de presidente da CE, a que tem direito, ou a portuguesa que os anos de serviço e funções exercidas lhe conferem. Os direitos adquiridos e a igualdade perante os antecessores não dependem da ética pessoal, derivam da legislação em vigor. Tentar discriminá-lo não é justiça, é inveja, vingança ou ambas. Aliás, Barroso não foi mais crapuloso do que Tony Blair, Gerhard Schröder ou José Maria Aznar, o último sob suspeita acrescida de receber uma mensalidade dos subornos do caso Gurtel, que também tiveram cargos dourados na sequência das funções políticas que desempenharam. Barro

O que o País deve ao estadista Passos Coelho (PPC)

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Portugal, um país onde o analfabetismo foi a chaga que a monarquia legou à República e o salazarismo benzeu, reduzindo a escolaridade a três e quatro anos, respetivamente, para ‘meninas’ e ‘meninos’, sem misturas, [a coeducação é perigosa para a alma e um risco para a família], não tem pelo conhecimento o interesse que a fé desperta. É no quadro da fé que se insere o culto a Passos Coelho, o epifenómeno da política, que chegou a primeiro-ministro e se mantem como líder da direita portuguesa. O exemplo é o paradigma de quem deseje fazer carreira na política ou nos negócios. A boa presença física e a formação contínua na JSD abrem portas aos negócios e à política. Pode-se protelar os estudos, esperar por uma idade em que os professores se apiedem ou enlevem, para dar um curso a um retardatário que a política formou. Haverá sempre um Ângelo para dar um emprego pouco exigente e amigos a facilitarem os fundos para uma empresa de formação em exóticas qualificações para tráficos regiona

O Islão e a liberdade religiosa

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Ao contrário do que as religiões desejariam, a liberdade religiosa é o direito às crenças, descrenças e anti-crenças, e a única obrigação do Estado democrático, necessariamente laico, é garantir esse direito a todos os cidadãos. A Igreja católica, a mais popular em Portugal, só aceitou a liberdade religiosa, durante o Concílio Vaticano II, 1960 anos depois de ter sido criada. Cem anos antes, ainda Pio IX condenava o panteísmo, o naturalismo, o racionalismo, o indiferentismo, o socialismo, o comunismo, a maçonaria, o judaísmo, as outras igrejas cristãs, enfim, o livre-pensamento e todos os livres-pensadores. Ler a encíclica Quanta Cura, acompanhada pelo famoso Syllabus errorum, é conhecer o pensamento de um talibã romano. Não foi por acaso que João Paulo II beatificou o autor. As Igrejas tendem a tornar-se partidos políticos totalitários e se a Igreja católica acabou liberta, provavelmente obrigada, está hoje, com um papa humanista, em desvantagem perante as outras Igrejas.

Açores

As eleições regionais onde o número de deputados é excessivo em relação ao número de habitantes, deram a maioria absoluta ao PS e a derrota ao PSD, com o BE a ganhar 1 deputado ao PS e o CDS outro ao PSD, num ambiente de perigosa abstenção. Salientou-se a euforia de Assunção Cristas a cantar de galo por ter aumentado um deputado à custa do PSD e o entusiasmo de Catarina Martins por ter tirado um ao PS. Nunca foram precisos tão poucos eleitores para eleger um deputado. E são tantos!

Correia de Campos e Conselho Económico e Social (CES).

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Correia de Campos foi eleito – à segunda tentativa – presidente do CES. Uma eleição que foi precedida por inequívocas manifestações de indisciplina partidária que o voto secreto tornou impossível de apurar. O PS, proponente do ex-ministro da Saúde para a Presidência do CES , insistiu na sua escolha e recandidatou-o para um cargo em que o agora nomeado visivelmente não colhe um consenso generalizado. Na 2ª. votação consumou-se a eleição por uma ‘unha negra’ dando a ideia da existência de um oculto ‘jogo de sombras’. Uma situação que não deixa de ter significado político já que lhe retira força para a liderança. Na verdade, as condições políticas presentes têm como consequência a deslocação da centralidade política e social para o Parlamento. O actual Governo não coloca um acento tónico no CES embora não esteja interessado em o contrariar, ou o hostilizar, já que todas as achegas à concertação acrescentam solidez à paz social condição primária para o desenvolvimento. À Esquer

A direita capturada por Passos Coelho, Relvas, Marco António e Nuno Melo

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Esta direita, PSD e CDS, que vê em Cavaco Silva um intelectual e em Passos Coelho um estadista, confiada à irrelevância política de Passos e Cristas, cometeu um ato de amnésia em relação ao maior vulto político que gerou – Freitas do Amaral. Aliás, quando preferiu a mediocridade de um Cavaco à dimensão de Freitas, como PR, entrou na ‘apagada e vil tristeza’ com que o primeiro saiu de Belém e Passos entrou na AR, como PM no exílio. Quando António Guterres foi aclamado secretário-geral da ONU, com o país a vibrar de entusiasmo, à esquerda e à direita, nem uma só voz lembrou Freitas do Amaral. Nem à esquerda, a quem não ficaria mal recordar uma vitória do Portugal de Abril. Todos esqueceram a presidência da Assembleia Geral da ONU no período de setembro de 1995 a setembro de 1996, um cargo de alta relevância, exercido com notável brilho e disputado contra o candidato finlandês, embaixador do seu país junto da ONU, há anos. Talvez a isenção com que exerceu o cargo durante o 50º a

GUERRA À "PESTE GRISALHA" NA ADVOCACIA

(Texto hoje publicado na secção "Fala o Leitor" do "Diário de Coimbra") GUERRA À “PESTE GRISALHA” NA ADVOCACIA (Comentário a um artigo do Senhor Dr. Luís Filipe Pereira publicado no Diário de Coimbra de 4/10/2016)         É por demais sabido que o governo de Passos Coelho, unicamente preocupado em aumentar receitas – de preferência à custa dos pobres e da classe média – e em reduzir despesas – de preferência à custa dos trabalhadores do Estado e dos pensionistas –, numa atitude inédita, pelo menos em Portugal, declarou guerra aos idosos. A ponto de um deputado da coligação PPD/CDS  – com cujo nome não quero conspurcar a memória – ter afirmado publicamente que os velhos são uma “peste grisalha”. Nesse combate, ele próprio, o seu governo, a sua maioria e os escribas ao seu serviço incitaram sistematicamente os novos contra os velhos.      Esse governo caiu; mas o veneno ficou. Exemplo disso é o artigo que acima refiro. O Sr. Dr. Luís Filipe Pereira, do

Guterres e a encruzilhada das Nações Unidas…

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Ainda vivemos o período festivo e exultante pela designação, por aclamação, de António Guterres para novo Secretário-Geral da ONU. Trata-se de algo (verdadeiramente importante) que, no clima de incertezas e medos globais, vale a pena celebrar. À euforia popular contrapõem-se reações diplomáticas discretas e cautelosas das chancelarias dos membros da ONU. Países considerados nossos ‘parceiros’ ou remetem-se a manifestações formais ou ao mais sepulcral silêncio. É, por exemplo, o caso da Alemanha que não consegue ‘engolir’ a ‘sacanice’ inerente à candidatura extemporânea de Kristalina Giorgieva. O facto da diplomacia alemã vir, pela  boca do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, afirmar, à posteriori, que Guterres é uma “excelente escolha” link não disfarça nem o incómodo político, nem a derrota da diplomacia alemã. Trata-se de uma ‘traição’ que, apesar das declarações de circunstância, levará algum tempo a ultrapassar. Todavia, passada a euforia do m

OE-2017

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Conciliar o Orçamento de Estado com o espartilho de Bruxelas, as naturais divergências políticas entre os partidos que suportam o governo e as aspirações do próprio PS, é um exercício difícil, de cedências mútuas, ajudado pela lembrança do governo PSD/CDS. É interessante ver como Passos Coelho, um primeiro-ministro mais imprevisível do que a atribuição do Prémio Nobel da Literatura ao cantor Bob Dylan, se julga PM no exílio e permanece líder da oposição, sem apresentar uma proposta alternativa ao OE-2017. A direita mais reacionária depois do 25 de Abril, apesar da perda de Cavaco Silva, vive ressabiada por não ter tido tempo para desmantelar o que resta do estado social e privatizar a água. Hoje o PSD e o CDS, unidos no desígnio ultraliberal, mas em competição eleitoral, com o CDS engordado na AR pela esperteza de Paulo Portas, para permitir a Passos Coelho a ambição de continuar PM, não se distinguem na ideologia, por mais que Passos teste o slogan “social-democracia, sempre!”

Uber alles...

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Hoje, estando o País sob uma avalanche de comentários acerca do OE-2017, onde se exorcizam impostos, se cobram promessas, se testa a estabilidade política e se especula a rodos, soube-se que a UBER, em 2015, pagou de impostos em Portugal a módica quantia de 34.000 euros .   E a pergunta que se impõe é: tanto barulho para tão pouco negócio? Na verdade, estes ‘empreendedorismos’ assentes em plataformas tecnológicas sabem cuidar das tributações. Isto é, parafraseando o refrão cancionista "a Holanda aqui tão perto e eu a pregar no deserto...". Basta de tanto alarido à volta da competitividade. Será necessário arranjar tempo para falar de concorrência e transparência (fiscal). Porque, pelo andar da carruagem (estamos a tratar de mobilidade urbana) os prejuízos não se circunscrevem aos taxistas. Indirectamente, vamos todos pagar para que alguns se aproveitem da desregulação fiscal. Não nutro especial simpatia pelo desempenho dos taxistas, nem considero a sua prestaç