No dia do funeral de Américo de Amorim
No funeral do homem mais rico de Portugal, que cumprira o ciclo biológico, estiveram presentes o bispo do Porto e todo o clero disponível e imaculadamente paramentado para as cerimónias fúnebres. A publicidade pia faz-se também com a sumptuosidade e o brilho que a riqueza do defunto exige e os acompanhantes proporcionam.
Estiveram destacados figurantes e figurões, compensados do incómodo da liturgia pela exposição mediática previsível. Não faltaram ex-ministros que lhe deviam favores ou de que foi credor. Até o inefável senhor Duarte Pio, que fica sempre bem nos casamentos e funerais foi ouvido sob o pseudónimo de duque de Bragança.
As televisões, jornais e redes sociais compungiram-se com o passamento do ancião que com tal fortuna e tanto clero não podia ter deixado de ir para o Paraíso que Deus reserva aos fiéis defuntos a quem a sua Igreja encomenda a alma.
Não era assunto que pensasse abordar, dada a naturalidade com que encaro esta e outras mortes de pessoas às quais não me ligam laços de amizade, por maior apreço que o seu percurso e respeito pelo contributo para a economia nacional pudessem merecer.
O que me surpreende é o silêncio sobre o aniversário do homem que tanto se esforçou por manter esta direita no poder, que conspirou contra o PS, inventando falsas escutas, e ameaçou com o caos o apoio do BE, PCP e PEV ao atual governo. Por mais roteiros que publique, por mais fel que destile contra a esquerda, passou a ser um ativo tóxico para a própria direita.
Esperava-se dos protegidos uma excursão à praia da Coelha, um bolo de aniversário e vozes afinadas a cantarem-lhe os parabéns. Nada disso. Na ingratidão do silêncio vê-se a natureza desta direita.
Há 78 anos nasceu no Poço de Boliqueime aquele que a direita esqueceu, quicá envergonhada, esqueceu.
Estiveram destacados figurantes e figurões, compensados do incómodo da liturgia pela exposição mediática previsível. Não faltaram ex-ministros que lhe deviam favores ou de que foi credor. Até o inefável senhor Duarte Pio, que fica sempre bem nos casamentos e funerais foi ouvido sob o pseudónimo de duque de Bragança.
As televisões, jornais e redes sociais compungiram-se com o passamento do ancião que com tal fortuna e tanto clero não podia ter deixado de ir para o Paraíso que Deus reserva aos fiéis defuntos a quem a sua Igreja encomenda a alma.
Não era assunto que pensasse abordar, dada a naturalidade com que encaro esta e outras mortes de pessoas às quais não me ligam laços de amizade, por maior apreço que o seu percurso e respeito pelo contributo para a economia nacional pudessem merecer.
O que me surpreende é o silêncio sobre o aniversário do homem que tanto se esforçou por manter esta direita no poder, que conspirou contra o PS, inventando falsas escutas, e ameaçou com o caos o apoio do BE, PCP e PEV ao atual governo. Por mais roteiros que publique, por mais fel que destile contra a esquerda, passou a ser um ativo tóxico para a própria direita.
Esperava-se dos protegidos uma excursão à praia da Coelha, um bolo de aniversário e vozes afinadas a cantarem-lhe os parabéns. Nada disso. Na ingratidão do silêncio vê-se a natureza desta direita.
Há 78 anos nasceu no Poço de Boliqueime aquele que a direita esqueceu, quicá envergonhada, esqueceu.
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