O Dr. Gentil Martins (GM), a ética e a entrevista ao Expresso

O obsoleto cidadão nunca foi uma referência ética ou exemplo recomendável. Esteve sempre mais próximo da Inquisição do que do humanismo. Nasceu, cresceu e mirrou obsoleto, mergulhado em fanatismo religioso e obscurantismo. O talento cirúrgico não o livrou de ser um fóssil, um veículo reacionário em colisão com os direitos individuais.

Que o virtuoso cirurgião tenha sido bastonário da OM só revela o conservadorismo dos médicos que então o elegeram. Quando, em 2007, estava em discussão a IVG, afirmou que, para ele, os médicos que defendiam o ‘sim’ no referendo, eram ‘licenciados em medicina’, ‘não eram médicos’. O dono da verdade única destilava ódio, com a sanha de um Cruzado e o ressentimento de um beato.

Impede-me um módico de piedade de acoimá-lo de ‘estupor moral’, epíteto com que ele brinda o método de reprodução a que recorre um conhecido atleta português, conduta de que também discordo, mas sou incapaz de qualificar com linguagem de almocreve.

GM [defendeu na entrevista na revista do Expresso que a homossexualidade constitui "uma anomalia", "um desvio da personalidade". "Como os sadomasoquistas ou as pessoas que se mutilam", comparou.] (DN de 16-07, pág. 19).

Gentil Martins sabe que a homossexualidade não é uma doença e que a homofobia é um crime. A sua relevância pública é diretamente proporcional aos dislates que debita, mas, apesar da inanidade das afirmações e do crime em que incorre, defendo o seu direito de expressão para as abomináveis opiniões.
Há no PNR jovens nazis bem piores do que este vetusto simpatizante do CDS.

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