O centro e a política
Uma formação oportunista que concorreu às eleições autárquicas de Coimbra, e elegeu vereadores, abordou-me durante a campanha para, legitimamente, me convencer a votar na lista que apresentava.
Perguntei se eram de direita ou de esquerda e disseram-me que não eram uma coisa nem outra. Fiquei esclarecido. Eram de direita.
O que me surpreende é a quantidade de partidos que se reclamam do centro, como se tal abstração passasse de um ponto sem superfície ou volume e aí coubesse o que quer que fosse. Quando muito é uma linha, sem princípio nem fim e, sobretudo, sem princípios.
Na arte da dissimulação, à falta de um programa, há quem reivindique como virtude a ausência de ideias e a desfaçatez do logro.
Em democracia há direita e esquerda, com mais ou menos densidade, e nunca a imitar o vazio que é o ponto e que, em política, não chega a ser de interrogação. É o vazio onde se escondem todos os logros e albergam muitas ambições, uma estratégia para confundir incautos e ocultar a cobardia de quem não ousa definir-se.
Perguntei se eram de direita ou de esquerda e disseram-me que não eram uma coisa nem outra. Fiquei esclarecido. Eram de direita.
O que me surpreende é a quantidade de partidos que se reclamam do centro, como se tal abstração passasse de um ponto sem superfície ou volume e aí coubesse o que quer que fosse. Quando muito é uma linha, sem princípio nem fim e, sobretudo, sem princípios.
Na arte da dissimulação, à falta de um programa, há quem reivindique como virtude a ausência de ideias e a desfaçatez do logro.
Em democracia há direita e esquerda, com mais ou menos densidade, e nunca a imitar o vazio que é o ponto e que, em política, não chega a ser de interrogação. É o vazio onde se escondem todos os logros e albergam muitas ambições, uma estratégia para confundir incautos e ocultar a cobardia de quem não ousa definir-se.
Comentários
Movimentos apartidários e sem ideologia... É o que está a dar! alguém tem dúvida? O próprio Trump foi lá posto por um movimento destes.
É o que acontece quando os partidos tradicionais saídos do pós guerra deixam de dar resposta satisfatória a problemas como a corrupção, a desvalorização do trabalho, a repartição equitativa do rendimento disponível capital e o trabalho...
Vai acabar mal !
Se a crise de 2008 veio por a nu muitas das debilidades deste modelo, a crise do keynesianismo no anos 70 primeiro e depois o colapso absoluto da URSS mostraram que quaisquer veleidades coletivistas dão ainda um pior resultado. A memória da Esquerda relativamente isto é, infelizmente, muito curta.
Não confundamos, por isso, Centrismo com Centrão. E depois, há um mal que afeta todos os nossos Partidos que é a falta de uma defesa clara e inequívoca do Liberalismo Político que é ele próprio uma posição inegavelmente centrista.