Cavaco Silva e a Pide
A iníqua montagem de um pretenso cartão de “Informador” da sinistra polícia política, com a fotografia do político que mais tempo ocupou o poder na 2.ª República, pode ser obra de apaniguados que, com a mentira grosseira, impedem a investigação do obscuro passado do político, de quem nunca deixou de ser salazarista e tanto deve ao 25 de Abril.
A revista Visão n.º 1344 de 6 a 12/12/2018, na tentativa meritória de desmontar calúnias torpes, de que são alvo figuras políticas de primeiro plano, refere-se Cavaco e denuncia – e bem –, a falsidade do cartão de ‘Informador’, que só engana quem ignora o carácter anónimo dos esbirros pagos de um qualquer saco azul que o ‘honesto’ Salazar permitia à sua polícia política.
No que a Cavaco Silva diz respeito, e era importante, fazem-se afirmações sem provas, numa mera presunção: “Cavaco foi obrigado a prestar declarações atestando que estava integrado no regime político do Estado Novo, mas nunca pertenceu ou colaborou com a PIDE”. Dizer que “Como professor universitário e, portanto, detentor de uma atividade de especial sensibilidade para o regime, Cavaco foi obrigado a prestar o testemunho da sua total ausência de atividade política (…)”, é absolutamente falso, como facilmente o confirmam docentes do seu tempo e a legislação em vigor. Essa afirmação adensa ainda mais o mistério da ficha que preencheu na PIDE, quando era habitual o contrário. Era a PIDE que preenchia as fichas… dos oposicionistas.
O Decreto-Lei n.º 27003, de 14 de setembro de 1936, tornou obrigatória “a declaração de estar integrado na ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933, com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas, para admissão a concurso, nomeação, assalariamento e noutras circunstâncias”, e não aquela ficha.
A ficha manuscrita, encontrada na Torre do Tombo e divulgada pela revista Sábado, mereceu do signatário a seguinte afirmação: “Não me recordo, mas se o fiz foi com certeza no quadro do trabalho que estava a fazer na Fundação Calouste Gulbenkian”, e ignora-se qual foi o trabalho e que matéria sensível, com bolsa da Gulbenkian, estaria a tratar para lhe ser exigido o preenchimento.
Além da prevaricação ortográfica, em rutura com o verbo ‘haver’, no item 19, sobre a mãe da sua mulher: «Falecida à [sic] cerca de 29 anos», há a curiosidade de riscar a palavra ‘dois’ e escrever ‘três’ para mencionar três pessoas em vez das duas pedidas, para o abonarem moral e politicamente.
A mulher de Cavaco tinha um familiar suspeito da Pide, Maria Alves. Talvez por isso, escreve, sem lhe ser pedido, uma referência ao pai e à madrasta da sua mulher, em Obs.: «O sogro casado em segundas núpcias com Maria Mendes Vieira com quem reside e com quem o declarante não priva». [sic], em 21-12-1967. É revelador do que era capaz para afastar qualquer suspeita sobre o seu indefetível salazarismo. E sobre o carácter.
É obrigação desfazer mentiras, e conveniente não branquear sem provas o passado de quem deu provas de desapego à democracia e concedeu pensões a pides, “Tendo em consideração os altos e assinalados serviços prestados à Pátria (…)”.
A revista Visão n.º 1344 de 6 a 12/12/2018, na tentativa meritória de desmontar calúnias torpes, de que são alvo figuras políticas de primeiro plano, refere-se Cavaco e denuncia – e bem –, a falsidade do cartão de ‘Informador’, que só engana quem ignora o carácter anónimo dos esbirros pagos de um qualquer saco azul que o ‘honesto’ Salazar permitia à sua polícia política.
No que a Cavaco Silva diz respeito, e era importante, fazem-se afirmações sem provas, numa mera presunção: “Cavaco foi obrigado a prestar declarações atestando que estava integrado no regime político do Estado Novo, mas nunca pertenceu ou colaborou com a PIDE”. Dizer que “Como professor universitário e, portanto, detentor de uma atividade de especial sensibilidade para o regime, Cavaco foi obrigado a prestar o testemunho da sua total ausência de atividade política (…)”, é absolutamente falso, como facilmente o confirmam docentes do seu tempo e a legislação em vigor. Essa afirmação adensa ainda mais o mistério da ficha que preencheu na PIDE, quando era habitual o contrário. Era a PIDE que preenchia as fichas… dos oposicionistas.
O Decreto-Lei n.º 27003, de 14 de setembro de 1936, tornou obrigatória “a declaração de estar integrado na ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933, com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas, para admissão a concurso, nomeação, assalariamento e noutras circunstâncias”, e não aquela ficha.
A ficha manuscrita, encontrada na Torre do Tombo e divulgada pela revista Sábado, mereceu do signatário a seguinte afirmação: “Não me recordo, mas se o fiz foi com certeza no quadro do trabalho que estava a fazer na Fundação Calouste Gulbenkian”, e ignora-se qual foi o trabalho e que matéria sensível, com bolsa da Gulbenkian, estaria a tratar para lhe ser exigido o preenchimento.
Além da prevaricação ortográfica, em rutura com o verbo ‘haver’, no item 19, sobre a mãe da sua mulher: «Falecida à [sic] cerca de 29 anos», há a curiosidade de riscar a palavra ‘dois’ e escrever ‘três’ para mencionar três pessoas em vez das duas pedidas, para o abonarem moral e politicamente.
A mulher de Cavaco tinha um familiar suspeito da Pide, Maria Alves. Talvez por isso, escreve, sem lhe ser pedido, uma referência ao pai e à madrasta da sua mulher, em Obs.: «O sogro casado em segundas núpcias com Maria Mendes Vieira com quem reside e com quem o declarante não priva». [sic], em 21-12-1967. É revelador do que era capaz para afastar qualquer suspeita sobre o seu indefetível salazarismo. E sobre o carácter.
É obrigação desfazer mentiras, e conveniente não branquear sem provas o passado de quem deu provas de desapego à democracia e concedeu pensões a pides, “Tendo em consideração os altos e assinalados serviços prestados à Pátria (…)”.
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