Coerência ideológica
Dos grunhidos televisivos, aos uivos radiofónicos, aos vómitos na imprensa, às ameaças do então PR, aos ecos das redes sociais, os dirigentes do PSD e do CDS eram unânimes em considerar ilegítimo um governo [este] formado no único órgão que o legitima com os votos de PS, BE, PCP e PEV, de acordo com a CRP.
Ganiram imprecações, anunciaram vapores de enxofre em telúricas fendas diabólicas e não se conformaram. Só Paulo Portas, mais inteligente e culto, viu o ridículo, e deixou a Dr.ª Assunção Cristas a vociferar impropérios, o ora catedrático Passos Coelho a lamber feridas e Cavaco Silva a ruminar ódios e ressentimentos.
Nos últimos tempos pensei que o PSD e o CDS viessem acusar o PP e o Ciudadanos, os partidos homólogos espanhóis, do atentado à democracia por se unirem contra o PSOE, vencedor das eleições na Andaluzia, e, sobretudo, por terem pedido auxílio a um partido abertamente fascista [VOX] que advoga a proibição dos partidos políticos e combate a democracia.
Com o descaramento que lhes conhecemos, a Dr.ª Cristas aguarda a notícia do acidente de automóvel que provoca um morto e grita que o Estado falhou, Passos Coelho prepara as aulas para futuros catedráticos e Cavaco Silva continua a escrever sobre as quintas-feiras.
É preciso topete. Reina o silêncio sobre a Andaluzia, desde o Largo do Caldas até à Rua de São Caetano, à Lapa.
Ganiram imprecações, anunciaram vapores de enxofre em telúricas fendas diabólicas e não se conformaram. Só Paulo Portas, mais inteligente e culto, viu o ridículo, e deixou a Dr.ª Assunção Cristas a vociferar impropérios, o ora catedrático Passos Coelho a lamber feridas e Cavaco Silva a ruminar ódios e ressentimentos.
Nos últimos tempos pensei que o PSD e o CDS viessem acusar o PP e o Ciudadanos, os partidos homólogos espanhóis, do atentado à democracia por se unirem contra o PSOE, vencedor das eleições na Andaluzia, e, sobretudo, por terem pedido auxílio a um partido abertamente fascista [VOX] que advoga a proibição dos partidos políticos e combate a democracia.
Com o descaramento que lhes conhecemos, a Dr.ª Cristas aguarda a notícia do acidente de automóvel que provoca um morto e grita que o Estado falhou, Passos Coelho prepara as aulas para futuros catedráticos e Cavaco Silva continua a escrever sobre as quintas-feiras.
É preciso topete. Reina o silêncio sobre a Andaluzia, desde o Largo do Caldas até à Rua de São Caetano, à Lapa.
Comentários
Aliás, pessoas com a minha idade e felizmente memória bem se recordam dos longos anos em que o PCI era o partido mais votado em Itália e nunca lhe foi permitido formar governo. À Democracia Cristã havia sempre quem ajudasse a acalmar a democrática América.
Memórias convenientemente selectivas...
Quando são as suas posições que podem ser colocadas em causa, vale tudo (até tirar olhos). Consideram-se predestinados, pelas divindades que criaram, para governar.
Todavia a situação andaluza esclarece alguma coisa no panorama político-partidário espanhol. Fica bem expresso para todos que os 'neófitos' Ciudadanos não passam de uma versão atualizada, moderna, de um execrável falangismo que erroneamente se julgou enterrado com a Constituição de 1978. Afinal, a Constituição de 78 só serve para manter presos os independentistas catalães. As proclamações do VOX - para a Direita espanhola - não chocam com a ordem constitucional vigente. São 'abençoadas' pelo PP e pelos Ciudadanos e 'siga a Marinha'...
A seletividade no seu melhor!