A monarquia espanhola – 30 de outubro de 1975
Há 44 anos, o maior genocida da História da península Ibérica impôs Juan Carlos como chefe de Estado interino de Espanha, sob o pseudónimo de príncipe.
O ditador, com amplo cadastro na eliminação de centenas de milhares de espanhóis em campos de concentração, execuções extrajudiciais ou na prisão, decidiu a natureza do regime e a pessoa a quem endossaria a chefia do Estado.
O sinistro ditador morreu confortado com todos os sacramentos, rodeado de padres e de outros cúmplices, com lágrimas de falangistas que lhe perpetuariam a memória, como se um criminoso merecesse ser cultuado, e com instituições à medida dos seus desejos.
A ditadura clerical-fascista finou-se com Franco, mas a Constituição foi uma construção erguida sob o medo, com os poderes de Estado nas mãos de empedernidos franquistas e o poder económico intocado e intocável a manter-se nas mãos dos cúmplices, que passaram a ostentar títulos nobiliárquicos.
O grotesco general foi sepultado no mais sombrio e sumptuoso símbolo da glorificação clerical-fascista da vitória sobre a República.
Nada justifica o esquecimento da violência de ambos os lados da guerra civil, mas urge recordar o criminoso que matou mais espanhóis depois de ganhar a guerra, apoiado por Hitler, Mussolini e Salazar, do que os que caíram, de ambos os lados, durante a guerra.
A monarquia espanhola é herança do franquismo, a anomalia que se manteve pelo medo de reavivar chagas e acordar a crueldade escondida.
A dificuldade de remover do Vale dos Caídos os restos do ditador, com a indisfarçável cumplicidade da direita e sucessivos obstáculos da Igreja católica, dos Tribunais e dos descendentes, explicam a vaga de silêncio sobre as valas comuns onde jazem centenas de milhares de vítimas que o franquismo, fria e metodicamente, foi assassinado depois de consolidado o poder contra a República democraticamente sufragada.
Hoje, 44 anos depois de um dos últimos atos discricionários do sociopata que deteve o poder vitalício em Espanha, não podemos deixar de execrar o último ditador peninsular e denunciar as condições em que a monarquia foi restaurada.
O rei atual é o herdeiro vitalício de quem o genocida escolheu.
Viva a República!
O ditador, com amplo cadastro na eliminação de centenas de milhares de espanhóis em campos de concentração, execuções extrajudiciais ou na prisão, decidiu a natureza do regime e a pessoa a quem endossaria a chefia do Estado.
O sinistro ditador morreu confortado com todos os sacramentos, rodeado de padres e de outros cúmplices, com lágrimas de falangistas que lhe perpetuariam a memória, como se um criminoso merecesse ser cultuado, e com instituições à medida dos seus desejos.
A ditadura clerical-fascista finou-se com Franco, mas a Constituição foi uma construção erguida sob o medo, com os poderes de Estado nas mãos de empedernidos franquistas e o poder económico intocado e intocável a manter-se nas mãos dos cúmplices, que passaram a ostentar títulos nobiliárquicos.
O grotesco general foi sepultado no mais sombrio e sumptuoso símbolo da glorificação clerical-fascista da vitória sobre a República.
Nada justifica o esquecimento da violência de ambos os lados da guerra civil, mas urge recordar o criminoso que matou mais espanhóis depois de ganhar a guerra, apoiado por Hitler, Mussolini e Salazar, do que os que caíram, de ambos os lados, durante a guerra.
A monarquia espanhola é herança do franquismo, a anomalia que se manteve pelo medo de reavivar chagas e acordar a crueldade escondida.
A dificuldade de remover do Vale dos Caídos os restos do ditador, com a indisfarçável cumplicidade da direita e sucessivos obstáculos da Igreja católica, dos Tribunais e dos descendentes, explicam a vaga de silêncio sobre as valas comuns onde jazem centenas de milhares de vítimas que o franquismo, fria e metodicamente, foi assassinado depois de consolidado o poder contra a República democraticamente sufragada.
Hoje, 44 anos depois de um dos últimos atos discricionários do sociopata que deteve o poder vitalício em Espanha, não podemos deixar de execrar o último ditador peninsular e denunciar as condições em que a monarquia foi restaurada.
O rei atual é o herdeiro vitalício de quem o genocida escolheu.
Viva a República!
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