Tarrafal – o Campo da Morte Lenta (83.º aniversário)
Há 83 anos, era mês outubro e 29 o dia em que ao Campo de Concentração do Tarrafal chegaram 152 presos políticos, onde era mais doce a morte do que o Inferno da vida que os torturadores lhes reservavam.
Foram 11 dias de viagem, de Lisboa ao Tarrafal, que a primeira leva de vítimas levou a chegar, grevistas do 18 de janeiro de 1934, na Marinha Grande, e alguns dos marinheiros que participaram na Revolta dos Marinheiros de 8 de setembro desse ano.
O Tarrafal foi demasiado grande no campo da infâmia e do sofrimento para caber num museu. Salazar teve aí, no degredo da ilha de Santiago, Cabo Verde, o seu Auschwitz, à sua dimensão paroquial, ao seu jeito de tartufo e de fascista.
Ali morreram 37 presos políticos desterrados, na «frigideira» ou privados de assistência médica, água, alimentos, e elementares direitos humanos, alvos de sevícias, exumados e trasladados depois do 25 de Abril.
Edmundo Pedro, o último sobrevivente, chegou ali, com 17 anos, na companhia do pai. Como foi possível tanto sofrimento no silêncio imposto pela ditadura?
E como é possível o esquecimento da democracia? Dói muito, dói pelo sofrimento dos que lutaram contra o fascismo e pelo esquecimento a que os votam os que receberam a democracia numa manhã de Abril com cravos a florirem nos canos das espingardas do MFA.
Foram 11 dias de viagem, de Lisboa ao Tarrafal, que a primeira leva de vítimas levou a chegar, grevistas do 18 de janeiro de 1934, na Marinha Grande, e alguns dos marinheiros que participaram na Revolta dos Marinheiros de 8 de setembro desse ano.
O Tarrafal foi demasiado grande no campo da infâmia e do sofrimento para caber num museu. Salazar teve aí, no degredo da ilha de Santiago, Cabo Verde, o seu Auschwitz, à sua dimensão paroquial, ao seu jeito de tartufo e de fascista.
Ali morreram 37 presos políticos desterrados, na «frigideira» ou privados de assistência médica, água, alimentos, e elementares direitos humanos, alvos de sevícias, exumados e trasladados depois do 25 de Abril.
Edmundo Pedro, o último sobrevivente, chegou ali, com 17 anos, na companhia do pai. Como foi possível tanto sofrimento no silêncio imposto pela ditadura?
E como é possível o esquecimento da democracia? Dói muito, dói pelo sofrimento dos que lutaram contra o fascismo e pelo esquecimento a que os votam os que receberam a democracia numa manhã de Abril com cravos a florirem nos canos das espingardas do MFA.
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