As eleições e o próximo Governo
Contrariamente ao que afirma a comunicação social, o PS não ganhou as eleições, foi apenas o partido mais votado, a razoável distância do segundo. Pensar diferente é legitimar a vitória do PSD nas anteriores legislativas, como se as eleições se destinassem a eleger um governo e não os deputados à AR.
Ao contrário dos analistas encartados, que dizem não ter oposição, o próximo governo já conta com a hostilidade da comunicação social, a agitação sindical, os palpites do PR e a oposição de Francisco Assis, agora livre na oposição interna da ala mais conservadora.
Desejei a repetição dos acordos que permitiram a última legislatura, mas, depois da campanha eleitoral e das alterações à geometria partidária, tornaram-se inviáveis, e não adianta procurar culpas onde se percebem os interesses próprios de cada partido.
O PS está só, numa conjuntura internacional instável, e a longevidade do seu governo depende mais das convulsões da União Europeia e evolução económica dos parceiros comerciais do que dos humores das oposições antagónicas.
No início terá a indulgência da esquerda e a inação da direita, em convulsão profunda, até esta encontrar o D. Sebastião que surgirá do intenso nevoeiro que a envolve, ainda que tenha de suportar Rui Rio mais tempo do que deseja, por ele valer muito mais do que a concorrência.
O medo de apear o próximo governo pode atrasar a queda, mas quando a popularidade baixar e os interesses do PR e os das oposições convergirem, teremos eleições antecipadas, a menos que um improvável erro maioritário dê pretexto à demissão do governo e o reforce.
Pode dar-se como certa a demora da direita a lamber as feridas, mas não haja a ilusão de que, com este PR, a queda do atual governo possa dar origem a outro mais à esquerda.
Das críticas ao Governo anterior, imprescindíveis à democracia e compreensíveis na oposição, foi obscena a obsessão mórbida dos incêndios e os ataques aos laços familiares de membros do Governo, como se ministérios e secretarias de Estado, da estrita confiança do PM, fossem sinecuras ou tivessem caráter vitalício. Não se pode confundir a precariedade dos governantes com os lugares rentáveis e estáveis que a política distribui.
Penso que o ruído criado à volta das relações familiares de ministros competentes condicionou as escolhas de António Costa para o próximo governo. Para ruído basta a interesse que o IL e o Chega suscitam, não por serem exóticos, mas por serem perigosos.
É a vida.
Ao contrário dos analistas encartados, que dizem não ter oposição, o próximo governo já conta com a hostilidade da comunicação social, a agitação sindical, os palpites do PR e a oposição de Francisco Assis, agora livre na oposição interna da ala mais conservadora.
Desejei a repetição dos acordos que permitiram a última legislatura, mas, depois da campanha eleitoral e das alterações à geometria partidária, tornaram-se inviáveis, e não adianta procurar culpas onde se percebem os interesses próprios de cada partido.
O PS está só, numa conjuntura internacional instável, e a longevidade do seu governo depende mais das convulsões da União Europeia e evolução económica dos parceiros comerciais do que dos humores das oposições antagónicas.
No início terá a indulgência da esquerda e a inação da direita, em convulsão profunda, até esta encontrar o D. Sebastião que surgirá do intenso nevoeiro que a envolve, ainda que tenha de suportar Rui Rio mais tempo do que deseja, por ele valer muito mais do que a concorrência.
O medo de apear o próximo governo pode atrasar a queda, mas quando a popularidade baixar e os interesses do PR e os das oposições convergirem, teremos eleições antecipadas, a menos que um improvável erro maioritário dê pretexto à demissão do governo e o reforce.
Pode dar-se como certa a demora da direita a lamber as feridas, mas não haja a ilusão de que, com este PR, a queda do atual governo possa dar origem a outro mais à esquerda.
Das críticas ao Governo anterior, imprescindíveis à democracia e compreensíveis na oposição, foi obscena a obsessão mórbida dos incêndios e os ataques aos laços familiares de membros do Governo, como se ministérios e secretarias de Estado, da estrita confiança do PM, fossem sinecuras ou tivessem caráter vitalício. Não se pode confundir a precariedade dos governantes com os lugares rentáveis e estáveis que a política distribui.
Penso que o ruído criado à volta das relações familiares de ministros competentes condicionou as escolhas de António Costa para o próximo governo. Para ruído basta a interesse que o IL e o Chega suscitam, não por serem exóticos, mas por serem perigosos.
É a vida.
Comentários