As eleições antecipadas e o civismo
Há uma lei que impede a propaganda eleitoral na véspera das eleições, dia de reflexão, e no dia seguinte, enquanto decorrem.
Independentemente do meu juízo de valor sobre a bondade da
lei, cabe-me acatá-la pelo respeito que merecem as instituições democráticas,
sufragadas em liberdade, aspeto que é relevante para todos e, jubilosamente, para
quem viveu na ditadura fascista.
Ontem votaram antecipadamente numerosos eleitores e, embora
a lei não o previsse, foi um dia normal de eleições pelo que a propaganda
eleitoral foi uma violação da lei, onde numerosas pessoas, algumas com especiais
obrigações cívicas, mostraram um boletim com a cruz no partido em que votaram.
Tal como eu, quando assumidamente manifesto as minhas
convicções, não penso que a exibição gratuita influencie alguém, mas é um
exemplo pouco recomendável.
A ausência de manifestações de simpatia ou antipatia, por
qualquer candidato, deveu-se ao cumprimento do que julgo ser o respeito pela
ética republicana que me determina.
Procederei de igual forma no próximo fim de semana.
Hoje, já me permito, ainda que o efeito seja nulo, a
manifestar a perplexidade perante os sociais-democratas capazes de traírem os
seus ideais e votarem no candidato da direita, quando têm três candidatos, não
para elegerem, mas para votarem contra a direita.
Não acreditem que algum eleitor da direita democrática vote
em Ana Gomes, Marisa Matias ou João Ferreira. Será a esquerda suicida?
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