Viva o 31 de Janeiro!
A chuva miudinha cai na rua deserta enquanto penso na data de hoje, no simbolismo que representa, no jantar que a pandemia impede, nos amigos que todos os anos nos reuníamos para celebrar a data e ovacionar os heróis do 31 de Janeiro de 1891.
Quando deixamos de recordar uma data simbólica deixamos de merecê-la e de perceber que os heróis não são sempre os vencedores, mas serão sempre os que lutam por causas nobres e ideais de liberdade.
Há 130 anos, no Porto, com a banda da Guarda Fiscal à frente, sargentos e soldados republicanos, a que se juntaram três oficiais, avançaram ao som de «A Portuguesa» e assaltaram o antigo edifício da Câmara do Porto de cuja varanda Alves da Veiga fez um discurso e proclamou a República.
É o fermento da República, a tentativa adiada de transformar súbditos em cidadãos, que aqui e agora evoco, na solidão do meu confinamento.
Saúdo e abraço afetuosamente tod@s @s republican@s, sobretudo aqueles amigos que todos os anos encontrava no jantar comemorativo, em Coimbra.
Viva a República!
Comentários
Muito embora caiba lembrar que a Primeira República Portuguesa se caracterizou por uma violência política permanente, que viria abrir as portas à Ditadura. O meu avô, filho do republicano acima referido, era salazarista porque tinha vivido essa experiência...