Vacinas, vórtice polar, ignorância e maldade
Há por aqui, pela Internet, uma cáfila de negacionistas que fomentam o obscurantismo e se movem pela estupidez, numa patética indiferença perante a tragédia global.
Há idiotas embrutecidos à solta, desde “Médicos pela Verdade”,
que negam as virtudes das vacinas, com o bastonário mais interessado na Cruzada
contra o Governo do que no inquérito a profissionais perigosos, que contrariam
o Estado da Arte, até aos estúpidos que, à semelhança de Trump e Bolsonaro, utilizam
a onda de frio, que assola a Europa, para negarem o aquecimento global.
É um dever de cidadania combater a maldade e a insensatez
que, em períodos de perigo, assomam a perturbar os esforços das autoridades de
saúde. Não se pode aceitar que uma prestigiada magistrada, na insanidade de um
momento, no desvario do gosto mediático, afirme que dispensa a vacina, na
inconsciência de quem, podendo desprezar a sua saúde, não tem o direito de pôr
em risco a dos outros.
Não vale a pena multiplicar exemplos de insânia, é urgente dar-lhes
combate, sobretudo quando os argumentos são fáceis e a ciência os tornou
irrefutáveis.
Ninguém é obrigado a saber o que é o vórtice polar nem a conhecer
os seus efeitos, mas, perante o aquecimento global, todos temos a obrigação de nos
informarmos. O vórtice polar – lê-se em numerosos e-sítios –, é um gigantesco ciclone
persistente perto dos polos geográficos de um planeta. É uma gigantesca massa
de ar gelado, que gira sobre si própria e fica estacionada sobre os polos num
círculo apertado mantido circunscrito sob fortes correntes de ar que a confinam.
Quando acontece um repentino aquecimento estratosférico, a
cerca de 30 km de altitude, o sistema de ventos é afastado do polo e a gigantesca
massa de ar gélido escapa-se para fora do Polo, no caso do Hemisfério Norte,
para o norte da Europa e da América.
Fica explicada, se acaso algum leitor o ignorava, a causa de
um inverno gélido enquanto os gelos do Polo Norte e os glaciares mundiais se derretem
e desaparecem.
Quanto às vacinas, basta estar atento aos números que nos
aterrorizam, à tragédia que se avoluma perante a incapacidade de vacinação
imediata de todos os habitantes do Planeta.
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