Caros leitores

Raramente partilho publicações alheias, mas esta, com o mundo à beira de um conflito nuclear que pode eclodir em várias latitudes, exige-o. Precisamos de quem defenda a paz.

O autor é um amigo, filho de um amigo da minha juventude e a quem devo a publicação do meu primeiro livro de crónicas, Pedras Soltas. O Pedro conheceu a mulher, iraniana, numa Universidade do Reino Unido e é um lutador pela paz e concórdia.

No dia do seu aniversário esperava em Paris o filho, o Vicente, ansioso por se encontrar com o pai e a sonhar com a ida a Paris e à Euro Disneylândia. A invasão do Irão por Israel impediu a família de se reunir.

O lancinante testemunho não me reconcilia com a patologia islâmica dos Aiatolas nem com o que fizeram à rica civilização persa em obediência a um beduíno analfabeto e amoral, como Atatürk definiu Maomé, mas o que escreveu tocou-me profundamente.

Aqui fica transcrita para que os leitores tenham uma versão diferente da propaganda sionista:

Pedro Queirós

O meu Irão
Terra de gente boa e generosa. Educados e cultos. Um lugar onde a família é o centro da sociedade e impera o respeito pelo próximo. Um país rico e abençoado de recursos naturais. Com montanhas, praia, desertos, florestas e lugares históricos.
No Irão vive-se uma cultura milenar com quase três mil anos. São gestos, tradições e pormenores que se difundem no quotidiano. Muitas vezes imprevisíveis, fruto da aprendizagem de muitas gerações. Um país feito de heróis, poetas e guerreiros.
O Irão tem problemas internos e líderes incapazes? Sim. Mostrem-me um país que não os tenha. Têm um sistema político baseado na religião? Sim, mas isso é problema deles e sinceramente prefiro educar o meu filho num lugar sem álcool, pornografia, racismo, violência doméstica, assassinatos em escolas, extrema direita, fast food, casinos e prostituição.
O Irão tem leis que condicionam as mulheres? Sim, mas é uma sociedade matriarcal e com uma maioria feminina na população universitária. As mulheres são poderosas e a violação dá pena de morte… ao contrário de outros países onde é mostrada sem pudor no Instagram. O país tem de evoluir no campo da igualdade de género como outros o fizeram. O mesmo se aplica aos homossexuais e outras minorias.
A lei do país permite o casamento com e entre menores? Sim, mas ninguém o faz a não ser nas zonas rurais onde se vive na pré-história. Ao contrário de outras religiões, a pedofilia não é praticada pelos sacerdotes muçulmanos. No Irão, molestar uma criança dá direito a enforcamento.
O país não tem liberdade de expressão? Sim, é verdade. Mas o que é que andamos a fazer com a liberdade no ocidente? Eu digo-vos: andamos a praticar o ódio, a violência, sedentos de bens materiais, a comer mal, a beber, fumar, a perder a saúde mental, a trair os nossos companheiros e a viver atrás das redes sociais.
O Irão dá armas a milícias que atacam Israel? Sim, é verdade. São o único país do mundo com coragem de enfrentar o povo escolhido. Um povo que é representado por homens que assassinam crianças em direto na televisão. O Irão quer ter armas nucleares? Sim. E aqui nem me vou alongar. Um país que é atacado como o foi na semana passada necessita de instrumentos para garantir a soberania.
O ideal seria TODOS destruírem as armas e sentarem-se à mesa, mas isso é uma utopia. O novo Hitler chamado Benjamim Netanyahu e será o culpado pela terceira guerra mundial. Força, rebentem com tudo!

Comentários

JA disse…
Obrigado por trazer aqui este testemunho tão singelo!
Testemunho de alguém que conheço bem e que não subscrevo na totalidade.

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