As religiões querem a paz!...

Por mais que as religiões reclamem desejos de paz nunca deixam de provocar guerras. A alegada bondade de deus foi, no passado, discutida em batalhas sangrentas entre dois bandos de crentes rivais que queriam impor o único deus misericordioso e verdadeiro. E ainda hoje esse fanatismo se mantém vivo em lutas religiosas de pendor totalitário.

Há vários crimes cometidos por delinquentes – casos de polícia ou de acompanhamento psiquiátrico –, mas o terrorismo tem a marca do nacionalismo, da fé ou de ambos.

Os ateus, cépticos, agnósticos e livres-pensadores não fazem guerras motivados por verdades absolutas, ainda que estas existam. Nunca se travou uma batalha por causa de um teorema ou uma guerra para impor uma lei da física. Morreram e morrem milhões de pessoas por causa da Bíblia ou do Corão e ninguém se agride por causa de um tratado de medicina ou de um compêndio de matemática.

A defesa da lei divina, seja isso o que for, provoca chacinas e dizima povos, mas não há quaisquer desavenças por causa da lei da gravidade entre os que a aceitam e os que a desconhecem.

Em Espanha acabam de ser condenados a penas de oito e meio a catorze anos de cadeia onze terroristas islâmicos que pretendiam fazer explodir o metro de Barcelona. Trata-se de fanáticos intoxicados pela fé e convencidos de que Maomé lhes reservava 70 virgens pela selvajaria. Nem se dão conta do estado em que ficam depois de se explodirem e da repugnância de qualquer mulher em recebê-los aos bocados.

O princípio de Arquimedes não levanta ódios mas os princípios enunciados no Antigo Testamento levam a vingança, o ressentimento e o crime aos fanáticos que acreditam no que está escrito num livro obsoleto e que os clérigos juram ter sido ditado por deus.

Os Estados só podem defender-se do fascismo religioso se prosseguirem uma absoluta neutralidade em relação às religiões e se, à semelhança do comportamento para com as outras associações, vigiarem os pregadores do ódio. A isso chama-se laicidade e é uma condição sine qua non para evitar esta demência da fé e a carnificina em nome de deus.

Comentários

Julio disse…
Excelente missiva! A puríssima verdade.
Religião é doença gravíssima de algumas células cerebrais.
Quanto mais cedo se é contagiado menos possibilidade de cura.
Porém, há sempre uma saída com dignidade.
Pai de Família disse…
A sua "cruzada" anti-clerical e jacobina revela um desdém doentio e, creio, intrigante...

Pois se o povo diz, com razão, que "quem desdenha quer comprar", vejo Carlos Esperança como um crente que, por insondáveis e privadas experiências vivenciadas em tempos mais ou menos recuados, se recusa a "saír do armário".

O ódio cega e embota a razão.

O Sr. será mais feliz no dia em que assumir, primeiro para si e depois para o exterior, a sua profunda crença em Deus.

Nesse dia sentir-se-á realizado e livre de ódios e rancores.

Está a um ou dois passos...

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