Associação Ateísta Portuguesa - Comunicado

Assunto: Casamento entre pessoas do mesmo sexo

COMUNICADO

À Comunicação Social

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), na defesa da laicidade e da separação Igreja/Estado, rejeita as manobras do episcopado católico para impor a sua doutrina sobre o casamento a todos os portugueses.

Na sequência da recente aprovação da proposta de lei que permite a realização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, pelo Conselho de Ministros, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) que, já no período eleitoral, advertiu os católicos para o dever de não votarem em partidos que defendessem posições contrárias às da Igreja católica, reincide na mobilização das suas estruturas para pressionarem os Órgãos de Soberania na defesa de um referendo, na esperança de inviabilizar a igualdade dos cidadãos perante a lei, em função da sua orientação sexual.

Entendendo a AAP que os direitos individuais não são referendáveis e que a Assembleia da República tem inteira legitimidade para legislar sobre o casamento civil, repudia o comportamento abusivo da ICAR do mesmo modo que repudiaria o da Assembleia da República se pretendesse legislar sobre o casamento religioso.

A AAP censura e repudia a lamentável tentativa da CEP de condicionar os órgãos de soberania para impor os seus valores a quem não se revê na sua moral nem nos seus exemplos.

O bispo Sr. Jorge Ortiga, presidente da CEP, numa intolerável pressão sobre o Governo, afirmou: “Verificamos que o Governo, se sente autorizado pela autoridade popular de alguns portugueses, a fazer aquilo que quer e lhe apetece sem diálogo, sem ouvir, sem levantar as questões”, o que é falso, por ter sido o casamento entre pessoas do mesmo sexo discutido na campanha das últimas eleições legislativas e constituir, aliás, compromisso eleitoral do programa do Governo.

A Associação Ateísta Portuguesa nega ao clero católico a experiência e o exclusivo da autoridade em questões de casamento e, reafirmando a defesa do casamento civil e a legitimidade da Assembleia da República em melhorar o regime jurídico dos casais homossexuais, denuncia a coacção que a Igreja católica pretende exercer sobre quem tem o direito e a obrigação de legislar e repudia a vocação totalitária para impor os seus preconceitos, não apenas aos seus crentes, mas a todos os portugueses.

Em nome da laicidade e da separação Igreja/Estado, a Associação Ateísta Portuguesa repudia as manobras do episcopado católico para impor a sua doutrina sobre o casamento a todos os portugueses.

Associação Ateísta Portuguesa – Odivelas, 22 de Dezembro de 2009

Comentários

Julio disse…
A seita papal tem um passado sangrento.
CUIDADO com as suas sinistras interferências no governo!
Veja-se: antes de o papa evangelizar a presente geração de Portugueses, milhares de seres humanos foram trucidados às suas mãos nas anteriores!
Onde o papa adquiriu poder político bastou pequena provocação para pegar em armas letais a fim de evangelizar os antagonistas!
Portugal merece um governo sem Concordata com a SEITA do Vaticano!!
Julio disse…
O povo Português deveria RENUNCIAR o Catolicismo Romano em massa!
Não existe ofensa mais violenta à inteligência comum do que o agente do papa aparecer por aí por vilas e aldeias levantando no ar uma bolacha de farinha de trigo sem sal instruindo que “Aquilo” é o corpo de um judeu sinistro & obscuro que viveu há DOIS MIL anos dizendo que vinha salvar Israel!
Vamos acabar com a SEITA papal em Portugal. Pacificamente, por favor; sem ferir seja quem for.
e-pá! disse…
As interferências continuarão. Já duram há 2000 anos...

A ICAR é uma organização político-religiosa, com pelo menos um funcionário em cada aldeia ou freguesia que, no mínimo, realizam um comicio dominical.
Já dou de barato os feriados religiosos...
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