Cavaco e o Governo
Cavaco é o primeiro presidente da República, após o 25 de Abril, para quem a ditadura nunca foi incómodo nem mereceu a mais leve censura. É natural que este passado lhe dê um medíocre entendimento do que foi o regime e que não saiba o que foi o salazarismo.
Há quem trate da vidinha e quem se bata por valores; há quem arrisque o bem-estar empenhando-se na defesa da democracia e quem espere a oportunidade de aproveitar os ventos e escolher as marés. O actual PR é fruto das circunstâncias sem um rasgo de coragem, sem um queixume, sem ter distribuído um panfleto ou participado numa greve.
Assim se explica a pensão que, quando primeiro-ministro, atribuiu a dois pides e negou a Salgueiro Maia; a falta de coragem com que na recente viagem à República Checa se deixou enxovalhar pelo seu homólogo sem reagir; e a falta de coragem para explicar ao País o caso das escutas, que é uma mancha indelével no sistema democrático e na lisura que deve pautar as relações entre órgãos da soberania.
Sem perfil para o cargo que ora ocupa, já entrou em campanha eleitoral em velocidade de cruzeiro. Num país em que o PR tem garantido um segundo mandato não precisa de qualidades para reincidir no cargo se a esquerda persistir em digladiar-se. É o abono de uma direita ávida de um regresso que não merece, o seguro de vida para a cartilha neoliberal que nos ameaça.
É neste caldo de cultura que agrava a crise que se abateu sobre os países desenvolvidos que o PR não desiste de se intrometer nos assuntos do Governo com a mesma sanha com que combate decisões da Assembleia da República.
A postura beata de Cavaco é bem a imagem do Portugal rural que vai a pé a caminho de Fátima. Não gosta do TGV mas deve ser-lhe explicado que o País «orgulhosamente só» teve como presidente um tal Américo Tomás e ninguém que fosse sufragado pelo voto livre dos portugueses.
Há quem trate da vidinha e quem se bata por valores; há quem arrisque o bem-estar empenhando-se na defesa da democracia e quem espere a oportunidade de aproveitar os ventos e escolher as marés. O actual PR é fruto das circunstâncias sem um rasgo de coragem, sem um queixume, sem ter distribuído um panfleto ou participado numa greve.
Assim se explica a pensão que, quando primeiro-ministro, atribuiu a dois pides e negou a Salgueiro Maia; a falta de coragem com que na recente viagem à República Checa se deixou enxovalhar pelo seu homólogo sem reagir; e a falta de coragem para explicar ao País o caso das escutas, que é uma mancha indelével no sistema democrático e na lisura que deve pautar as relações entre órgãos da soberania.
Sem perfil para o cargo que ora ocupa, já entrou em campanha eleitoral em velocidade de cruzeiro. Num país em que o PR tem garantido um segundo mandato não precisa de qualidades para reincidir no cargo se a esquerda persistir em digladiar-se. É o abono de uma direita ávida de um regresso que não merece, o seguro de vida para a cartilha neoliberal que nos ameaça.
É neste caldo de cultura que agrava a crise que se abateu sobre os países desenvolvidos que o PR não desiste de se intrometer nos assuntos do Governo com a mesma sanha com que combate decisões da Assembleia da República.
A postura beata de Cavaco é bem a imagem do Portugal rural que vai a pé a caminho de Fátima. Não gosta do TGV mas deve ser-lhe explicado que o País «orgulhosamente só» teve como presidente um tal Américo Tomás e ninguém que fosse sufragado pelo voto livre dos portugueses.
Comentários
É preciso gritar bem alto:Cavaco, nunca soube governar nem representar Portugal!