Vítor Manuel Rodrigues Alves – Um combatente exemplar, um herói inesquecível

Vítor Alves - capitão de Abril
Com 75 anos faleceu hoje um dos mais emblemáticos capitães de Abril. Foi dos oficiais que participou no movimento de protesto contra o «Congresso dos Combatentes», acção levada a cabo por militares reaccionários, com o apoio das forças mais retrógradas e das organizações fascistas do regime.

Eleito para a primeira Comissão Coordenadora e Executiva do Movimento dos Capitães, em 1 de Dezembro de 1973, fez parte do núcleo encarregado de preparar o que viria a ser o 25 de Abril – a data mais gloriosa da História de Portugal.

Foi relevante a sua colaboração na preparação e no êxito do 25 de Abril. Depois de a ditadura ter «enviado» Vasco Lourenço para os Açores, em Março de 1974, foi Vítor Alves que passou a assegurar com Otelo a coordenação militar do Movimento sem se afastar da tarefa política de coordenação do Programa do MFA.

Foi um negociador incansável nas adesões ao Movimento e na busca da neutralidade  de outros Ramos das Forças Armadas que discordavam da acção armada contra a ditadura.

No dia 25 de Abril de 1974 foi o responsável pelo comunicado do MFA à população e revezou Otelo, a partir das 16 horas, no posto de comando da Pontinha, passando a coordenar o desenvolvimento das operações.

Negociador do Programa do MFA com a Junta de Salvação Nacional, apresentou no dia 26 de Abril o histórico Programa do MFA como a história o registou.

Após o 25 de Abril foi porta-voz do MFA, integrou a primeira Comissão Coordenadora e foi membro do Conselho de Estado, do Conselho dos Vinte, do Conselho da Revolução e ministro dos II e III Governos provisórios. Foi membro do Grupo dos Nove, um dos nove militares signatários do Documento dos Nove, em 1975 e, desde 29 de Junho de 1979, até final, foi porta-voz do Conselho da Revolução.

Portugal perdeu hoje um dos seus heróis e um dos mais destacados revolucionários. Os democratas estão de luto.

Comentários

Tive o privilégio de participar numa reunião do Conselho da Direcção da A25A de que Vítor Alves era presidente.

Sou amigo de familiares dele e,por isso, tive oportunidade de conversar com ele durante bastante tempo, antes e depois da reunião.

Não esquecerei a última vez que o vi.
e-pá! disse…
Sejamos dignos e capazes de honrar a memória de Vitor Alves, que foi um dos simbolos visíveis e determinantes do 25 de Abril de 74.

Como escreveu Sartre:
"Estar morto é ficar entregue aos vivos..."

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