A campanha para as autárquicas já começou
Antes de abrir oficialmente a caça ao voto, com licenças de caça renovadas a caçadores caducados em autarquias diferentes, antes do rali das fêveras, dos ósculos e das pagelas com imagens dos santos salvadores, há muito que alguns bem-aventurados se lançaram na corrida, por processos mais ou menos tortuosos.
Em Viseu, o azougado presidente da Associação Nacional de Municípios, Dr. Fernando Ruas, já distribuiu cheques à saída das missas, no recato do plenário dos frequentadores, para obras pias que as comissões fabriqueiras, isentas de impostos, sempre agradecem.
Em Coimbra, a Feira do Artesanato, na freguesia de Santo António dos Olivais, já está convertida na homenagem ao presidente cessante da Junta de Freguesia, com projeção de vídeos sobre a obra feita com o apoio do PSD, enquanto, nas barracas, os artesãos se queixam do medo da alteração eleitoral para o futuro da sua atividade.
Por todo o lado, em 308 municípios, acabam-se à pressa obras que alguém há de pagar. Sussurram-se promessas como romeiros ao santo da sua devoção. Afinal, nas transações pias e na liturgia eleitoral são sempre votos que estão em causa, nuns casos para pedir o sucesso das sementeiras ou a cura das pessoas e animais de estimação e, no outro, para solicitar um empenho para o emprego ou um jeito no caminho para as propriedades.
Felizmente, por pudor ou falta de lembrança, ainda somos poupados às novenas, salvo para implorar a chuva, mas, com o tempo, acabam por se rezar missas pelo sucesso dos partidos mais avezados aos negócios com o divino.
Em Viseu, o azougado presidente da Associação Nacional de Municípios, Dr. Fernando Ruas, já distribuiu cheques à saída das missas, no recato do plenário dos frequentadores, para obras pias que as comissões fabriqueiras, isentas de impostos, sempre agradecem.
Em Coimbra, a Feira do Artesanato, na freguesia de Santo António dos Olivais, já está convertida na homenagem ao presidente cessante da Junta de Freguesia, com projeção de vídeos sobre a obra feita com o apoio do PSD, enquanto, nas barracas, os artesãos se queixam do medo da alteração eleitoral para o futuro da sua atividade.
Por todo o lado, em 308 municípios, acabam-se à pressa obras que alguém há de pagar. Sussurram-se promessas como romeiros ao santo da sua devoção. Afinal, nas transações pias e na liturgia eleitoral são sempre votos que estão em causa, nuns casos para pedir o sucesso das sementeiras ou a cura das pessoas e animais de estimação e, no outro, para solicitar um empenho para o emprego ou um jeito no caminho para as propriedades.
Felizmente, por pudor ou falta de lembrança, ainda somos poupados às novenas, salvo para implorar a chuva, mas, com o tempo, acabam por se rezar missas pelo sucesso dos partidos mais avezados aos negócios com o divino.
Comentários
É que não podendo continuar a apresentar-se como perseguido e injustiçado, não tendo argumentos para prosseguir na senda de representar o papel de discriminado, pouco mais lhe resta do que comprar um passe social e rumar aos fins-de-semana para Sintra para aí, no doce remanso das casas senhoriais, palacetes e chalets inseridos no meio de uma exuberante vegetação atlântica, preparar os seus doutos programas sobre desporto, sem limites.
Adiante, não podemos perder tempo: prepare-se desde já o futuro.
Temos de reconhecer aos autarcas-emigrantes direitos adquiridos pelo cumprimento de dois ou mais mandatos autárquicos. Era um desperdício deixá-los de fora, no desemprego. O TC esteve muito bem na interpretação da lei valorizando a experiência acumulada. Para bem do país quantos mais mandatos melhor. E poupa-se muito gravito.
Se a lei vai ser revista os senhores deputados poderiam alargar o âmbito da coisa. Estão sempre a tempo de criar uma carreira segura e digna para os políticos. Em vez de serem escolhidos pelos partidos abria-se concurso público para ingresso na função/lugar da carreira, submetendo-se previamente os candidatos a sufrágio do povo. Os mais cotados seriam investidos nos lugares a que se tinham candidatado e, por fim, cada um escolhia a cor da camisola (partido) preferida. Aí sim, teríamos uma democracia a sério! Acabe-se com o carreirismo na função pública e reserve-se esse privilégio apenas para a casta superior da nação: os políticos.
Sabemos que temos ao leme um homem corajoso. Na verdade, não se sabe se ele tem alguma coisa em mãos, mas que tem uma fé na revolução tem, não vira a cara à luta. Quando nos deixar, daqui a três meses, um ano ou cinco anos (logo que se atinjam os objetivos delineados superiormente) vamos todos estar bem ajustados à canga. Pachorrentamente iremos lavrar o campo dos nossos amos, cumprindo os seus desígnios.