De vitória em vitória até á derrota final…

Portugal não tem um Governo, tem um logro de que o PR é responsável, um bando de gente pouco recomendável que, desiludida com o país, procura beneficiar, até ao fim, do poder que o PR lhe prorrogou após a demissão irrevogável de Paulo Portas.

Em época de crise e desespero, não mexeram no mapa dos concelhos, não diminuíram as administrações faraónicas das autarquias, mantiveram à solta as EPs, os benefícios às Fundações e as ajudas aos privados, a quem obstinadamente querem entregar as funções sociais do Estado enquanto pensam em despedir funcionários e confiscar pensões.

As apreciações da Troika foram sempre de louvor e distinção, até à próxima espoliação dos contribuintes, como se o esbulho não fosse já a corda que asfixia e a guilhotina que separa a cabeça do tronco sem vida da classe média.

O Governo mente ao Parlamento e ao País, a ministra das Finanças estrebucha na lama dos swaps, o ministro dos Negócios Estrangeiros oculta a passagem pela SLN com a mesma desmemória com que Cavaco esqueceu onde fez a escritura da casa da Coelha, o vice-primeiro-ministro emerge do submarino que desce para subir à chefia do Governo a anunciar a retoma e o PM anda por aí a ameaçar os juízes do Tribunal Constitucional e a dar palpites sobre o que os prestamistas e os avençados devem dizer aos juízes do TC.

António Mexia, CEO da EDP, chinês de origem portuguesa, tem o arrojo de substituir a reflexão dos juízes do TC pela sua douta opinião de sábio constitucionalista: «A leitura da Constituição tem de ter em conta as restrições do mercado», como se os partidos e os cidadãos estivessem representados por quem nunca se submeteu ao escrutínio público.

A chantagem é a arma de quem não tem da honra o menor resquício e da democracia a mais leve ideia. Que canalha!

Comentários

e-pá! disse…
As declarações de ontem do Sr. António Mexia são, em termos de opinião, um 'vómito' incoercível que conspurca todo o edifício democrático (onde esse senhor se movimenta).
Mostram à saciedade qual os destinos que nos fóruns financeiros e empresariais internacionais estão a ser traçados para o Mundo.
Mexia, um executive officer da China Three Gorges Corporation resolveu proferir uma inusitada e fugaz prédica neste ambiente paroquial (nacional), tornando-se num imprevidente 'garganta funda', que exibindo uma descuidada e visionária 'abertura', conseguiu revelar alguns conceitos teóricos e retóricos sobre a incondicional submissão aos 'mercados', como filosofia política e teoria geral constitucional que merece o inteiro agrado e a concordância dos 'credores' (universais).
Vamos esperar que, nesta sua nova fase de analista e perito constitucional, quando for chamado a Pequim a fim de receber ordens, tenha o mesmo despudor e seja suficientemente desabrido, para observar, interpretar e eventualmente emitir 'palpites' públicos sobre a situação política, económica e social chinesa... Se ousar 'isso' será, com toda a probabilidade, 'promovido' de mexia a mexilhão (...aquele que fica exposto ao mar quando este bate na rocha).

Haja decoro!
Já nos basta o Sr. Ulrich...

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