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A mostrar mensagens de 2016

UE/Modávia: A Leste nada de novo….

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2016 foi um ano negro para a UE. Passando ao lado da crise dos refugiados que é uma catástrofe importada da situação que se vive no Médio Oriente e no Norte de África (onde o Ocidente não consegue sacudir as culpas no cartório), sobressai o Brexit como o grande abalo na coesão europeia. As pretensões de extensão da UE, nomeadamente a adesão de novos países a Leste, política que foi iniciada durante o mandato de Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia, estão a revelar-se absolutamente desastrosas. O que está de acordo com a distorcida e vesga visão política do atual diretor (presidente) do banco Goldman Sachs. Num claro assédio à Rússia, na realidade, o pivot dessa área geográfica (Leste europeu) a Comissão Europeia apostou na ‘ desrussificação ’ do regime ucraniano, apoiando os protestos contra o ex-presidente Yanukóvytch. A sua destituição teve várias consequências a primeira das quais a anexação da Crimeia e a perda de controlo do Leste do País, mas a médio prazo

Central Nuclear de Almaraz

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(…) É a central nuclear mais antiga e obsoleta de Espanha, no Alto Tejo. A ocorrência de um acidente será trágica para a Península Ibérica e devastadora para a cidade de Portalegre. (…) (Ponte Europa – 18-05-2016 ) A 100 km de Portugal, arrefecida por água do rio Tejo, já falhou e mostrou falhas nos testes de resistência e no mesmo tipo de válvulas que gerou o acidente em Fukushima. Continua em atividade. Até à catástrofe? (Ponte Europa 31-05-2016 – Notas Soltas de maio). *** Desde 18 de maio que tenho feito eco das minhas preocupações que há muito deviam ser de todos os portugueses. O atual Governo português, ao contrário do anterior, cedo revelou opor-se à perpetuação de uma central nuclear obsoleta junto à fronteira portuguesa, mas se a via diplomática é imprescindível na defesa dos portugueses, não podemos deixar de criar uma opinião pública exigente que impeça o Governo espanhol de desafiar uma tragédia ibérica. Agora, em vez de desistir da energia nuclear e, sobretudo,

Boko Haram

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Meninas raptadas pelo Boko Haran É mais fácil saber o nome dos presidentes dos clubes de futebol do que saber o que é o Boko Haram. Aliás, tudo o que diz respeito a África e à negritude é habitualmente ignorado, como se ainda se discutisse se os negros têm alma ou não, o que permitiu a escravatura, com boa consciência cristã. A fome, a doença e o sofrimento são ignorados pelo ramo caucasiano que muito provavelmente descende dos negros. Pois bem, na zona do Sahel trava-se uma batalha feroz entre o islamismo retrógrado e o protestantismo evangélico, respetivamente financiados pela Arábia Saudita e evangélicos norte-americanos. O Boko Haram é um grupo terrorista que jurou fidelidade ao Estado Islâmico e anseia criar o califado na Nigéria. A sharia tornou-se lei no Norte, com maioria muçulmana, enquanto o Sul, com maioria cristã, a repudia. O crescimento da população muçulmana, é uma ameaça para os cristãos. Além de raptos e torturas, calcula-se em15 mil mortos e mais de 2 milhõe

Netanyahu, Kerry, os colonatos, o antissemitismo e o Grande Israel…

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Finalmente, o Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse alguma coisa de novo (de diferente) sobre as relações com Israel. Não tudo o que poderia ser dito (ou pensado), como exigem os protocolos diplomáticos. Para além de sublinhar as ajudas dos EUA a Israel, nomeadamente em armamento, teve necessidade de sublinhar que, na ONU, durante os 2 mandatos de Obama, os Estados Unidos votaram sempre alinhados com os interesses de Israel. Revelou, no entanto, que a questão dos colonatos se tornou uma ‘linha vermelha’ nas relações entre os dois países link . Seria bom que esta dedução linear de John Kerry não fosse tomada como uma atitude a roçar o antissemitismo.   Na conferência proferida por John Kerry este reconheceu que: “ The status quo is leading toward one state and perpetual occupation ” link . O problema é exatamente esse. Trata-se do 'não-reconhecimento' da efetiva coexistência de 2 Estados, decisão da ONU, que foi ratificada em diversos acordos entretanto a

Espanha

Apesar das gordas quantias que a ICAR recebe do Estado espanhol, 25,8% dos espanhóis, declaram-se não crentes. E nenhum Governo, de direita ou de esquerda, tem coragem para pôr termo ao abuso eclesiástico que defrauda o erário público!

O antissemitismo e o sionismo

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O antissemitismo e o sionismo O sionismo político, nascido em 1897, e a Declaração de Balfour de 2 de novembro de 1917, que referia a intenção do governo britânico de facilitar o estabelecimento do “Lar Nacional Judeu” na Palestina, concretizaram-se em novembro de 1947, com a ONU a recomendar a divisão da Palestina com o Estado judeu, ficando sob a sua administração direta a cidade de Jerusalém, eterna referência dos 3 monoteísmos. O plano foi aceite pelos líderes sionistas e rejeitado pelos árabes, e não mais houve paz na região. Israel declarou a independência em 14 de maio de 1948, quando as memórias do antissemitismo e da crueldade nazi, que exterminara 6 milhões de judeus, eram ainda demasiado vivas. Cabe aqui referir que a perversidade nazi foi um fenómeno puramente secular, mas não lhe foi alheio o antissemitismo do Novo Testamento, que uniu os cristãos (protestantes e católicos) no ódio aos judeus e na colaboração com nazismo, fornecendo-lhe os bispos a relação dos bati

Apelos ao racismo e à xenofobia

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As minhas contradições Quem, como eu, defende a liberdade de expressão, sem outros limites que não sejam os que as leis democráticas consagram, incluindo o direito ao insulto e, sobretudo, à tolice, desde que a violência física esteja ausente, vê-se confrontado com as suas contradições. A crítica, por mais vigorosa que seja, é um fator de vigilância que obriga à reflexão. Não sendo masoquista, evito locais onde sei que são soezes os insultos e inquietantes as ameaças, jornais que me agridem ou artigos de escribas com posições, insuportáveis. No entanto, do mesmo modo que zurzo a direita que confiscou o PSD e o CDS, aceito igual tratamento pelos devotos capazes de ver em Cavaco um cidadão recomendável ou em Passos Coelho mais do que um medíocre patriota de lapela. Como não sou masoquista, afasto-me dos canais televisivos que me parecem canos de esgoto a céu aberto, com tias cortadas às rodelas e acidentados a escorrer sangue. Devo a estes cuidados o resto de sanidade que me rest

Telavive anuncia o Ano Novo com um ”madeiro” a arder na Palestina…

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A reacção do governo de direita (extrema-direita?) israelita à resolução do CS da ONU sobre os colonatos em territórios palestinos traduz claramente o regime e Telavive e denuncia as suas secretas intenções link .  O que hoje aparece à flor da pele com a declaração (intenção) de Netanyahu em não acatar a resolução é o assumir, na prática, daquilo que vem fazendo desde a guerra de 67 sob pretexto de garantir a segurança do seu território. A ofensiva diplomática que o Governo francês prepara para o início do ano novo (15 de Janeiro) pode vir a complicar ainda mais a posição israelita que cada vez mais adquire contornos de indefensável. A expansão territorial de Israel a partir de um território que lhe foi concedido em 1947 através de uma resolução (181) da AG da ONU tem sido cuidadosamente planeada e executada.  A teoria da segurança e do velho 'espaço vital' foi, como todos sabemos, o argumento de Hitler para anexar o corredor de Dantzig e outros territórios a Les

2016 e o indecifrado enigma do muro de Berlim…

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Os últimos acontecimentos que ocupam os noticiários, traduzem profundas perturbações no espaço europeu em termos de segurança e merecem uma reflexão. O acto terrorista de Berlim acrescido do permanente abortar de ameaças terroristas em incubação em diversas cidades da Europa, mostram que o prolongamento da guerra no Médio Oriente transformou-se num pesadelo para todos aqueles que querem viver em liberdade. A actual situação política regional e o contexto económico derivado da defesa de posições geoestratégicas e militares (e no domínio energético) por parte das potências ‘mundiais’, com as consequências bélicas que conhecemos todos os dias, é uma das principais alavancas do terrorismo com base no Médio Oriente – isto parece ser uma opinião consensual - mas não estará, propriamente, na sua génese. Esta é diversificada e, por outro lado, muito mais remota. Basta olhar para a última delimitação de territórios e o desenho de Estados e fronteiras em vigor que confinam (acomod

Homenagem à música

Quando as palavras se tornam supérfluas e a boçalidade campeia, quando o mundo perde uma referência herdeira dos Coros da Armada Soviética, olho os discos de trinta e três rotações com a nostalgia de quem os guarda sem poder ouvi-los, por não ter já onde os fazer vibrar. Quando um avião obsoleto, que transportava militares e membros do Alexandrov Ensemble, mergulhou no Mar Negro, o grupo musical oficial do exército russo, que se deslocava à Síria para participar nas celebrações de Ano Novo numa base militar, calaram-se as vozes e os instrumentos. Quando o maniqueísmo e a incultura veem nos bemóis e sustenidos a foice e o martelo, e em estado de demência enchem as redes sociais com insultos aos mortos ou a comunicação social apenas vê no trágico acidente a perda de 92 pessoas, oiçamos uma vez mais a   KALINKA .

A felicidade de Marcelo

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Marcelo vive obsessivamente o mito cristão A única explicação para estar feliz entre Passos Coelho e Marco António.

O PR e a religião num Estado laico

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Marcelo é um católico fervoroso. É um direito e um dever para quem acredita e pratica uma religião. Não deixa de ser, por isso, um PR com notável sentido de Estado, nem o cidadão culto e inteligente que transmite felicidade com a simpatia que irradia. Depois de um presidente detestável, inculto e rancoroso, mais empenhado nos interesses da família do que no interesse dos portugueses, Marcelo é uma lufada de ar fresco. Não seria a prática religiosa que me impediria de votar nele se, acaso, as opções ideológicas coincidissem. O que o cidadão Marcelo não pode fazer, como Presidente da República, é praticar atos de subserviência perante os dignitários do clero romano. Se na intimidade da sacristia oscula partes de um clérigo, é uma manifestação pia que só ao próprio diz respeito, mas se, perante as câmaras, no espaço público e em exibição pia, vai ao beija-mão ao papa e ao cardeal, é a dignidade da República que fica ferida. A República Portuguesa, onde ele simbolicamente é o repre

Festividades

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Desejo a todos os leitores, crentes em deuses nascidos a 25 de dezembro, uma feliz festa da família e da fraternidade universal. Aos outros, desejo igualmente uma festa de família feliz, com saudações republicanas, laicas e democráticas, neste solstício de inverno que no dia de hoje dá lugar a vitualhas suplementares e copiosos néctares.

Resposta infantil capaz de provocar um sorriso. Bem precisamos.

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Bagão Félix – Ex-ministro que gosta de se intitular das Finanças

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Bagão Félix, adido de Portas e do CDS, secretário de Estado da Segurança Social do VI, VII e VIII governos constitucionais e ministro da Segurança Social e do Trabalho no XV, com Durão Barroso, gosta de se apresentar como ex-ministro das Finanças, funções que exerceu no XVI Governo, de Santana Lopes. Da passagem pela pasta, apenas 5 meses em efetividade e 3 com o governo em funções, guarda o epíteto de ex-ministro das Finanças. O País recorda a nacionalização do fundo de pensões da CGD para cumprir as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que limitavam o défice orçamental a 3% (2005), sem a crise mundial das dívidas soberanas. Com o País a digerir o trágico Governo de Passos Coelho/Paulo Portas, onde Maria Luís chegou a titular das Finanças, urge recordar como foram trágicos os governos do PSD / CDS, de Durão Barroso, Santana Lopes e Passos Coelho. Curiosamente, em 2004 (a memória dos portugueses é curta), Manuela Ferreira Leite nacionalizara o fundo de pensões dos CTT

O terrorismo já condiciona as eleições em toda a Europa

O racismo e a xenofobia, defeitos genéticos que a civilização quase erradicara, voltam à Europa, à espera de nova catástrofe, com desfecho imprevisível, sete décadas após o fim da guerra de 1939/45. Depois de Paris, Londres, Madrid ou Nice, só nesta semana, o terror regressou a Berlim e a Zurique, com o assassinato adicional do embaixador russo, em Ancara, no país onde o presidente abandonou a defesa da Europa para se transformar numa das suas maiores ameaças. No último domingo, atentados contra forças policiais, em três localidades da Jordânia, só podem significar que a guerra mundial, localizada na Síria, vai alargar-se e, com ela, o número de refugiados que chegam à Europa, com terroristas misturados. Paradoxalmente, agora que a Europa é governada quase exclusivamente por partidos de direita ou de extrema-direita, é esta última que ganha terreno com o medo instalado e a renúncia dos cidadãos às liberdades a troco da segurança que vislumbra no despotismo. A democracia, já de

A Igreja católica, o Estado e a Concordata_3

«Bem... não sou especialista em direito canónico. Contudo algumas questões são do âmbito do direito internacional. Em primeiro lugar a questão que se deve colocar é: por que razão se aplica o direito de um Estado terceiro a actos praticados em território nacional, entre cidadãos nacionais? A regra, não fora a concordata, sempre seria que a factos ou actos praticados em território nacional sempre se aplicaria a Lei nacional. O Estado Português, p. ex., arroga-se a aplicação do direito nacional a factos praticados, ainda que no estrangeiro, entre cidadãos nacionais, desde que os mesmos sejam encontrados em território nacional. Da mesma forma que se arroga a aplicação do direito pátrio entre cidadãos estrangeiros, a factos praticados em Portugal, desde que, naturalmente sejam encontrados em Portugal. O que surge como uma antinomia, ou melhor, um desvio da regra, é que actos jurídicos celebrados entre cidadãos nacionais, em território nacional, possam estar sujeitos, por convenção entr

A Igreja católica, o Estado e a Concordata_2

- O «Estado da Santa Sé», conhecido por Vaticano, foi criado pelo Tratado de Latrão, assinado por Mussolini, como chefe do Governo de Itália, e o cardeal Pietro Gasparri, secretário de Estado do Vaticano, em 11-02-1029. Não me pronuncio sobre o ilustre purpurado, que ignoro, nem sobre Mussolini, demasiado e tragicamente conhecido. - O Vaticano é um bairro de 44 hectares, com pouco mais de 800 habitantes, o único que sem maternidade e que, na Europa, não admite o divórcio. Defende a laicidade nos países onde os católicos são minoritários e procura celebrar «Concordatas» onde julga maioritários os católicos, sob o argumento de que não se pode tratar de forma igual o que é diferente, isto é, procura privilégios que repugnam e estabelece uma inaceitável desigualdade entre as religiões que disputam o mercado da fé. - Considero a Concordata uma cedência lamentável de um Estado laico. Foi assinada em 18 de maio de 2004 pelo PM Durão Barroso e pelo Cardeal Angelo Sodano. Para não prejudi

A Igreja católica, o Estado e a Concordata

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É-me indiferente o que cada religião decide com os seus crentes, mas não posso deixar de me interessar pelos reflexos decorrentes na estrutura legal do meu país. Ao ver hoje a notícia de 1.ª Página do JN, interrogo-me sobre as consequências civis da anulação de casamento pela Igreja católica. Posso estar enganado e, por isso, apelo aos juristas que visitam este blogue para que nos esclareçam sobre as consequências de uma anulação do casamento canónico. Quanto às consequências nefastas da Concordata para a igualdade religiosa não existem dúvidas. Quanto às da anulação do casamento por um Estado estrangeiro (o Vaticano), penso que a razão que leva o Registo Civil a aceitar a validade do casamento canónico o obriga a registar a anulação que os tribunais portugueses serão obrigados a confirmar. A dissolução do casamento pelo Vaticano obrigará o Estado português a aceitar uma decisão que os tribunais nacionais só têm de corroborar, tornando um Estado soberano num protetorado de uma

Terrorismo sénior com vítima júnior

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Sei, por formação académica e experiência própria como as crianças são sugestionáveis e como é possível fanatizá-las. Lembro-me bem da forma como as doces catequistas da minha infância me levaram a odiar judeus, hereges, maçons, comunistas, apóstatas e todos aqueles que não seguissem a única religião verdadeira, a da Senhora Ricardina e da sua sobrinha, Menina Aurora, inefáveis catequistas da minha infância. Era um tempo em que a comunhão solene era feita aos 10 anos com meninos e meninas vestidos de Cruzados, como se o exemplo desses bárbaros toscos fosse recomendável. Hoje, mais de seis décadas depois, não deixo de me horrorizar com os meninos soldados e as crianças-mártires em nome do Deus que inventaram para os fanatizar. A menina, de 7 ou 9 anos, que entrou numa esquadra de Damasco, carregando um cinto de explosivos e se imolou, é a mais eloquente metáfora do que é capaz a demência da fé e a maldade dos prosélitos. Há na perversidade de quem, à distância, acionou o det

PSD: a passadeira deserta da refundação sucessória e sucessiva…

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O PSD , sob a liderança de Passos Coelho, nunca aceitou o resultado das eleições de 2015. Surpreendido com o entendimento ocorrido entre as forças de Esquerda que permitiu ao PS governar, apostou a partir daí na precariedade dessa solução política e dedicou-se a torpedeá-la. A chicana política que está a alimentar à volta da CGD é um caricato exemplo desta situação de deambulação permanente mas, infelizmente, capaz de acarretar avultados prejuízos para o País.   Passos Coelho enredou-se de tal maneira nessas manobras de diversão política que se esqueceu das eleições autárquicas. A menos de um ano da sua realização a única situação visível é a recandidatura dos autarcas que foram eleitos há 4 anos (e estão em condições de se reapresentar).   As notícias de hoje sobre a candidatura à Câmara de Lisboa confirmam todo este desenvolvimento tático. Conversações sobre o apoio à candidatura de Assunção Cristas link , prontamente desmentidas link , só vêm confirmar o que está na forja

Era assim, no fascismo...

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CORNUCÓPIA: A morte anunciada…

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O Grupo de Teatro ‘A Cornucópia’ nasceu na agonia do fascismo (1973) lado a lado e incorporando um conjunto de grupos de intervenção cultural e artística que foi apelidado de Teatro Independente. O recente anúncio do encerramento do grupo link deve originar uma breve reflexão e no mínimo questionar o rumo das políticas culturais do presente.   No final dos anos 60 e início dos 70 o teatro português foi dominado pelas comédias de Vasco Morgado, por algumas companhias de teatro de revista, por um vasto teatro amador (recreativo e de coletividades) mas de âmbito e qualidade incipiente e pelo Teatro Universitário cheio de entusiasmo e valores mas muito condicionado na capacidade de intervenção (com um público muito reduzido).   O teatro independente é, acima de tudo, um conceito cultural novo e de rutura. Uma vivência concreta sem espartilhos estéticos. Em choque com dogmas passadistas. Comprometido com as pessoas que no dia-a-dia (presente) se cruzam carregadas de problemas,

Lido hoje, no DN, pág. 2, sobre o «Relatório da OIT»

«O estudo [da Organização Internacional de Trabalho] revela também que Portugal foi dos países onde, entre 2010 e 2015, as empresas mais cortaram na parte do rendimento destinada aos salários. A quebra foi superior a 5%, sendo a sétima mais elevada entre os 91 países onde esta tendência de decréscimo foi observada.» Comentário – bastaria este dado para manter a hostilidade contra o neoliberalismo que me há de sobreviver e, quiçá, fortalecer-se. É a nossa indiferença coletiva que arrasta o mundo para o agravamento das desigualdades, um terreno de injustiça onde germinam ódios e fermentam as revoluções.

José Saramago e a Igreja católica (ICAR)

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L'Osservatore Romano, órgão oficial da Cúria Romana, o Pravda* da ICAR, mostrou o seu ressentimento com a atribuição do Prémio Nobel da Literatura de 1998: “Saramago é, ideologicamente, um comunista inveterado”. Em Portugal, o padre José Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, acusou-o de fazer uma leitura "ingénua, ideológica e manipuladora" da Bíblia. No mesmo registo, a fazer currículo para cardeal, o bispo do Porto, Manuel Clemente, disse que José Saramago "revela uma ingenuidade confrangedora quando faz incursões bíblicas" e, “como exigência intelectual, deveria informar-se antes de escrever”, certo de que a informação correta só podia ser a dele. O diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Lisboa, Peter Stilwell, considerava que “seria espantoso” que José Saramago encontrasse algo divino na Bíblia e salientou que o escritor escolheu o fratricida Caim e não Abel, a vítima, pensando que a Bíbli

Terrorismo e religião

Pode dizer-se que sob a capa das religiões se abrigam interesses económicos e políticos, mas isso não absolve os crimes que praticam. Aliás, a separação das Igrejas do Estado nunca foi vontade das religiões, mas imposta pelos Estados através da repressão política do seu clero. A laicidade ainda hoje é acolhida com azedume pelas religiões obrigadas a aceitá-la, e é um conceito alheio ao Islão, dificilmente assimilável pelo cristianismo ortodoxo e cada vez mais desprezado pelas Igrejas evangélicas. A globalização trouxe às crenças, há séculos delimitadas geograficamente, o desafio de se tornarem globais (totalitárias) e o medo de se diluírem ou, mesmo, de desaparecerem. O proselitismo de que algumas se encontram imbuídas transmite aos crentes a ânsia do apostolado, com a febre do martírio a corroê-los e a violência a empolgá-los. A falência da civilização árabe, a que não é alheia a islamização, leva ao desespero dos muçulmanos, que veem no Paraíso a única oportunidade coletiva de

Espanha - Privilégios da ICAR

O ministério das Finanças espanhol arrecadou 2.500 milhões de euros para os bispos desde 2007. O montante de que beneficiou a Igreja católica é um privilegio cada vez mais obsceno, não apenas porque são obrigados a contribuir todos os crentes, mesmo os que não desejam, mas os crentes da concorrência, ateus, céticos, agnósticos e racionalistas. Acresce que, enquanto o contributo tributário para a ICAR tem permanecido praticamente estável durante a crise, as despesas públicas foram alvo de severos cortes. Leia no jornal Público espanhol a notícia que, relativamente a Portugal, muitos portugueses esperam.

Até o Correio da Manhã já o abandonou

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(CM, ontem - 1.ª página)

Goldman Sachs, EUA e Trump

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Donald Trump escolheu o número dois de Goldman Sachs para dirigir o seu conselho económico. Depois de Steven Mnuchin et Stephen Bannon, Trump decidiu rodear-se de um terceiro homem vindo do Goldman Sachs: Gary Cohn. A notícia é uma eloquente metáfora do que pode fazer um homem de negócios à frente do mais poderoso país do mundo. O banco abutre fica com o número um e dispensa o número dois ao presidente, para influenciar a política mundial. A política ao serviço do capital financeiro não é uma surpresa, só a promiscuidade sem pudor é novidade. À Trump! O futuro presidente dos EUA vai buscar aos bancos e aos petróleos os seus principais colaboradores, numa viagem para a Casa Branca onde os combustíveis fósseis terão os seus principais defensores. Hoje, confirmou-se a escolha de Rex Tillerson, patrão da petrolífera Exxon Mobil, para secretário de Estado, responsável pela diplomacia. Aliás, o novo elenco dirigente é uma montra de fósseis, nas ideias e nos preconceitos. Na naturez

António Guterres – de Donas para o Mundo

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Quem bem estaria o Planeta se a energia, o humanismo, a competência e a determinação de António Guterres o contagiassem! Nunca um português atingira tão altas funções e responsabilidades como as que assume hoje o melhor de todos, o mais bem preparado e o mais abnegado, que sempre fez da sua vida uma dádiva constante ao bem comum. É na generosidade e capacidade do secretário-geral da ONU, que ora toma posse, que nos próximos cinco anos estão postas as esperanças do mundo. O entendimento mínimo entre 193 Estados-membros que integram a complexa organização é a árdua tarefa que o espera, com líderes nacionais tão imprevisíveis e assustadores como os que já aí estão e os que acabarão por chegar. Ninguém pode exigir-lhe o que não depende dele, mas sem Guterres, sem a sua enorme capacidade de negociador, o aquecimento global, o número de refugiados e a guerra não deixarão de conduzir o Planeta para o caos e extinção. É em clima de tragédia global que o primeiro secretário-geral, ele

Uma inexplicável estratégia à volta de Palmira

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Palmira (Síria) - Arco de Triumfo O Daesh ‘revisitou’, há 2 dias, Palmira link por obscuros motivos estratégicos. Ontem, pela madrugada, voltou a retirar antes que fosse um alvo fácil para as tropas de Assad e a aviação russa link .   Ora, estes novos desenvolvimentos do Daesh não são passeatas pelo deserto, nem meras manobras de diversão. Na realidade, e apesar da grande ofensiva internacional (multilateral, entenda-se) contra o Estado Islâmico, organização fundamentalista que perde terreno todos os dias, os jihadistas querem acentuar e demonstrar a extrema volatilidade da situação síria.   Em primeiro lugar, o impacto histórico de Palmira. Trata-se de um mais orientais marcos civilizacionais do Ocidente no Médio Oriente, uma importantíssima (no passado) encruzilhada comercial entre o Oriente e Roma e, finalmente, um repositório arqueológico que agrupou (muitas terão sido barbaramente destruídas durante a recente ocupação do Daesh) marcas monumentais desde o neolítico,

O fim da picada…!

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A reação de Maria Luís Albuquerque ao relatório do Tribunal de Contas sobre a CGD é o exemplo acabado de como é impossível ocultar para sempre a verdade. E a verdade era bem mesquinha. Uma ‘privatização de facto’ da CGD tecida à volta de números e circunstâncias fabricados para o efeito. Ao não exercer um rigoroso escrutínio sobre as empresas públicas, entre elas, a CGD, o Governo em que Maria Luís Albuquerque exerceu funções de responsabilidade nesta área ‘delegou’ a fiscalização a auditorias encomendadas link  e a partir daí lavar as mãos... É o transcendental ‘ outsourcing ’ dos neoliberais, resultante do axioma de que tudo o que é privado é bom e o público mau ou pelo menos dispensável.   É óbvio que todas as questões relativas ao banco público devem ser transparentes. A recente insistência da Direita sobre esta inevitabilidade só mostra as culpas no cartório. A transparência deve estar presente em tudo, fundamentalmente, na gestão de dinheiros públicos. Todavia, exist

Passos encerrado no seu labirinto e abandonado

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O BCE e o Banco de Portugal aprovam recapitalização da CGD, o FMI confirma que as exigentes metas do Governo português são atingíveis e o Tribunal de Contas suspeita da competência do Governo de Passos Coelho e Maria Luís, nos anos de 2014 e 2015. O PSD e o CDS disputam o eleitorado da direita e apenas se unem na política de terra queimada para disfarçarem a sua péssima gestão, agravada quando Maria Luís chegou a ministra tendo no currículo umas aulas a Passos Coelho. A displicência ética de ex-governantes do PSD e CDS a entrarem em negócios privados, de conflitualidade flagrante com os cargos ocupados no aparelho de Estado, não sendo exclusivo da direita, parece uma praga que nos persegue. Até o malcheiroso negócio dos lixos italianos importados passa pela insensível pituitária da direita. Não é por acaso que a oposição ao atual governo foi deixada aos avençados do costume, comentadores e ‘jornalistas’, enquanto as tropas de Relvas e Marco António continuam a atacar nas redes

A implosão da URSS – 8 de dezembro de 1991

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Há 25 anos, numa luxuosa ‘datcha’ para dirigentes, o russo Boris Yeltsin, o bielorrusso Stanislav Shushkevich e o ucraniano Leonid Kravchuk deram o golpe de misericórdia à URSS. Surpreende que uma data que mudou o mundo não conste dos noticiários, não preencha a imprensa escrita, não seja objeto de análise dos comentadores avençados. Surpreende a unanimidade no esquecimento, dos indefetíveis nostálgicos e dos anticomunistas mais primários, no 25.º aniversário da implosão soviética. E surpreende duplamente, porque a luta de classes não para nem a vitória ultraliberalista trouxe justiça social; porque falhou o regime que caiu e piorou o que venceu; porque os muros que caíram estão a ser substituídos por outros e a democracia política, vencedora, está em vias de se perder. A única notícia que li, em português, sobre a Rússia, o país herdeiro de grande parte do que foi a antiga URSS, foi a de que “Portugal ultrapassa Rússia no ranking da UEFA”, como se o futebol fosse a solução par

Burqa e nicab

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Depois de a França ter proibido, em abril de 2011, o uso do véu integral em espaços públicos, decisão aceite pelo Tribunal dos Direitos Humanos, em 2014, mais três países se juntaram, com justificações diversas, ao clube dos países proibicionistas. No mesmo ano, em junho, a Bélgica proibiu que se aparecesse «com a face coberta ou escondida, em parte ou na totalidade, de forma a tornar impossível a identificação», em locais acessíveis ao público. Em setembro deste ano, a Bulgária aprovou a lei que proíbe usar em público roupas que cobrem parcial ou totalmente o rosto, salvo por motivos profissionais ou de saúde. Na última semana, o Parlamento holandês aprovou a proposta que proíbe burqa, niqab, capacetes e passa-montanhas, nos transportes e edifícios públicos, e Geert Wilders, do partido da extrema-direita, defende a interdição total e lidera as sondagens eleitorais. Na Itália, Suíça, Alemanha e Reino Unido discute-se o problema e nos dois últimos já se ensaiaram as primeiras r

Mário Soares – 92.º aniversário

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No dia do seu aniversário, é de elementar justiça prestar-lhe homenagem e recordar a dimensão intelectual, política e cívica de quem moldou de forma indelével esta segunda República. Nunca outrem interpretou melhor, nos seus defeitos e virtudes, a forma de ser português e de condicionar o devir histórico. Homem de coragem, física e intelectual, teve contra si, em vários momentos históricos, umas vezes, a animosidade e outras, o afeto, de todos os portugueses. Sendo o maior português vivo, é uma das raras personalidades que não deixou ninguém indiferente, que continua a suscitar sentimentos antagónicos, e a quem Portugal deve a longa vida de luta pela liberdade. Parabéns, Mário Soares.

Alemanha

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  Merkel é reeleita presidente da CDU e quer proibir o uso de véu islâmico.

Efemérides – Dia 6 de Dezembro

1865 - A décima terceira Emenda à Constituição norte-americana encerra formalmente a escravatura no país. Foi apenas há 1 século e meio (151 anos) que a escravatura foi aí ilegalizada. Novas formas permanecem e mesmo essa escravatura que desonra o passado de portugueses, que dela fizeram negócio de África para a América, existe ainda em vários locais do globo, mantendo seres humanos como animais domésticos. Que raio de mundo! 1905 – A separação da Igreja e do Estado foi aprovada pelo senado francês em resposta às críticas do Papa Pio X. Este avanço civilizacional, que as próprias religiões defendem (quando minoritárias) e condenam com o argumento de que não se pode tratar de forma igual o que é diferente (quando maioritárias), corre o risco de ser posto em causa depois de 111 anos de excelentes provas dadas. As próximas eleições francesas realizam-se sob o medo, prevendo-se um duelo entre a pior direita e a extrema-direita. 1978 - A Espanha aprovou a constituição que estabeleceu a

Sempre foi assim, o respeitinho é muito bonito...

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Há na herança salazarista algo de genético que assalta os mais improváveis cidadãos e os torna cúmplices da limitação à liberdade de expressão. A defesa das tradições pode não ser mais do que a tentativa de perpetuação de hábitos ancestrais que urge erradicar. O alegado respeito pelas tradições é a atitude reacionária de quem teme o progresso. A pena de morte, o esclavagismo, a discriminação de género, a homofobia e muitas outras aberrações inscrevem-se nessa incapacidade de aceitar a evolução civilizacional. Expressões como «entre marido e mulher não metas a colher» ou «o respeitinho é muito bonito», por exemplo, servem apenas para manter a impunidade da violência doméstica e a subserviência, respetivamente. Não me imponham respeito pela xenofobia, racismo, excisão do clitóris, decapitação ou lapidação, por maior prazer que dê a um deus que se rebole de gozo com tais práticas. Se não puder usar outros meios, terei sempre o sarcasmo para demolir os apóstolos da fé que condena

ITÁLIA: o sepulcral silêncio prenunciador de tempestade…

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Com a Itália à beira do colapso financeiro a Comissão Europeia assobia para o lado. Neste momento o BCE fala em resgates de bancos mas os burocratas aproveitam a oportunidade para reafirmarem os princípios europeus e a solidez da União link . O rés-do-chão do edifício europeu ameaça ruina. Mas os mestre-de-obras atestam que as paredes do 1º. 2º, 3º, … até ao 27º. estão sólidas e recomendam-se! Faz lembrar aquela do carioca desiludido com o Rio de Janeiro que olha para o aeroporto do Galeão e implora: o último que apague a luz! Adenda: nos bastidores movem-se palhaços que riem da insensatez que semearam (já) às escuras. Ao longe os grilhos cantam...

191 – Memórias de um soldado em Angola (Ed. Verso da História)

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Este fim de semana li o livro em epígrafe, amável oferta do autor, Onofre Varela, o ‘soldado condutor autorrodas 191’ [condutor, para quem ignore a qualificação militar] na guerra colonial em Angola, desde dezembro de 1965 a fevereiro de 1968. Escrito sem azedume por quem lavou latrinas, serviu à mesa, foi agredido pelo sargento Ginja, e começou a tropa com vários dias de prisão e saiu louvado, um misto de ‘O bom soldado Shweik’, sem a negrura do seu humor, e do pacifista Mahatma Gandhi, sem ter libertado a pátria, conta de forma perspicaz o que na literatura de guerra era omisso. Deve ter voltado no barco em que, logo a seguir, segui a caminho de Moçambique para a mesma guerra inútil, depois de ter percorrido os mesmos quartéis antes do embarque. Onofre Varela, cartunista, escritor e jornalista, teve a arte de contar o que todos viram e só ele se lembrou de contar. E conta-o como se não tivesse sido vítima, como se o crime de ser português merecesse tão dura pena, com a mesma

Usos e costumes

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Outros deuses, outros costumes.

XX Congresso do PCP e as ilusões da Direita..

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O último congresso do PCP é mais uma derrota para a Direita. Na suas catilinárias contra o atual Governo, a Direita ressabiada e catastrofista, sempre suspirou que a ‘posição conjunta’ assinada pelo PCP, BE e PEV com o PS para permitir a formação de um governo alternativo capaz do travar o assalto neoliberal, viesse a causar problemas no interior da formação partidária comunista. A procissão ainda vai no adro mas todos os indícios apontam no sentido de que a militância comunista compreende e apoia a decisão da sua direção que resolveu tudo fazer para não dar mais hipóteses à Direita de Governar. Repetidamente, foi afirmado no XX Congresso que este Governo, e mais especificamente, os dois Orçamentos aprovados, não são de Esquerda. O que ficou por dizer e não é menos importante é que os orçamentos aprovados são substancialmente opostos aos que a Direita pretendia. Não foi dito deste modo mas, quer dentro do Congresso, quer cá fora, toda a gente percebeu. Aos que têm uma