França – O burkini e a contestação da democracia
À primeira vista, a proibição do burkini parece a limitação administrativa da liberdade da mulher quanto à escolha do vestuário, tanto mais surpreendente por se tratar de uma sociedade que aceita pacificamente o topless, o nudismo e a diversidade cultural.
Quando 12 municípios franceses tomam uma medida repressiva, aparentemente contra a pudicícia, não é um apelo ao naturismo, é uma medida contra o desafio à democracia e à discriminação de género que o Wahhabismo florescente estimula.
O burkini está para a hidrosfera como a burka para a litosfera, na esfera islâmica radical.
O burkini não é uma nova linha estilística de fatos de banho femininos, é a aplicação de uma medida de confronto com a sociedade francesa, laica e secularizada. Não é um ato de rebeldia feminina, é uma provocação para obrigar à repressão, para manter a mulher submissa em relação ao homem e a Alá, e a obediência cega ao clero sunita que vocifera nas madraças e mesquitas contra os infiéis. Não marca o início de uma linha islâmica de fatos de banho, é a continuação de uma agenda política de confronto civilizacional.
Paradoxalmente, os ideólogos (os, não as) do burkini já ganharam a primeira batalha, a da proibição que os vitimiza, o da publicidade que empolga outros radicais para a causa islâmica, a do ódio ao outro, que estimula a reciprocidade.
O burkini não é o adereço têxtil para ‘banhos de mar’, é um instrumento de ação política para ‘banhos de sangue’.
Quando 12 municípios franceses tomam uma medida repressiva, aparentemente contra a pudicícia, não é um apelo ao naturismo, é uma medida contra o desafio à democracia e à discriminação de género que o Wahhabismo florescente estimula.
O burkini está para a hidrosfera como a burka para a litosfera, na esfera islâmica radical.
O burkini não é uma nova linha estilística de fatos de banho femininos, é a aplicação de uma medida de confronto com a sociedade francesa, laica e secularizada. Não é um ato de rebeldia feminina, é uma provocação para obrigar à repressão, para manter a mulher submissa em relação ao homem e a Alá, e a obediência cega ao clero sunita que vocifera nas madraças e mesquitas contra os infiéis. Não marca o início de uma linha islâmica de fatos de banho, é a continuação de uma agenda política de confronto civilizacional.
Paradoxalmente, os ideólogos (os, não as) do burkini já ganharam a primeira batalha, a da proibição que os vitimiza, o da publicidade que empolga outros radicais para a causa islâmica, a do ódio ao outro, que estimula a reciprocidade.
O burkini não é o adereço têxtil para ‘banhos de mar’, é um instrumento de ação política para ‘banhos de sangue’.
Comentários
E o Islão não tolera a laicidade porque este conceito colide com os 'princípios corânicos' que regulamentam a vida de forma autoritária e global e não reconhece um valor contemporâneo - a cidadania.
Quando se tenta remeter toda a religiosidade (e não só a islâmica) para a esfera privada das pessoas e reprovar as manifestações públicas compatíveis com proselitismos (religiosos), ou até de simples exibicionismos, há sempre imensas barreiras e conflitos.
A 'questão do burkini' que já motivou algum alarme social necessita de ser gerida com sensatez na vertente política porque é aí que o problema se deve colocar.
Quando um 'crente' (seja islâmico, católico, budista, etc.) se movimenta no espaço público (e social) deverá ter um 'comportamento cidadão'.
Esta a regra da cultura dita 'ocidental' e esse comportamento deve ser exigido a todos - e sem excepções - no relacionamento cultural e social.
As particularidades e especificidades sociais, políticas, étnicas, religiosas, sexuais, etc. devem ser civicamente respeitadas (e não só toleradas) na medida em que não colidirem com o princípio geral.
A exibição ostensiva de símbolos (quaisquer que sejam) ou o 'orgulho' demonstrativo (também ostensivo) de diferenças, em nome de combates à discriminação, deve sempre caber dentro do princípio geral: 'todos iguais, todos diferentes'.
E a única maneira de garantir esse princípio de liberdade e de paz é defender a laicidade da (e na) vida pública (social e comunitária) e, concomitantemente, respeitar as manifestações religiosas nos espaços próprios (templos, mesquitas, catedrais, mosteiros, etc).
Ora a praia é um espaço público. Uma possível e única excepção (todas as regras têm excepções) que abriria neste espaço seria para a celebração de Iemanjá...
As pessoas devem poder vestir-se como mais gostam, mesmo que o que vestem sugira que são fans do movimento punk ou do benfica, ou são crentes desta ou daquela religião. Isto é, os cidadãos devem tolerar todo o tipo de indumentárias.
A única imposição que acho razoável é a obrigatoriedade de usar a cara destapada nos locais públicos, por razões de segurança.
Uma mulher convictamente muçulmana não vai a uma praia de Nice de burkini, pela simples razão que sabe estarem lá homens e mulheres quase nus, que são atitudes que ofendem Alá. Ainda por cima, se o fizerem, podem levar umas arroxadas do pai, irmão ou marido, ou de todos eles, como manda a sharia...
É sim senhor uma atitude provocatória, mas não mais que uma parada gay, por exemplo.
Concordando no essencial com o que afirma, mas abro uma exceção para os movimentos que se inserem numa luta política organizada contra o Estado de direito.