Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
à Turquia ter decorrido sem incidentes de maior é importante para o Mundo. Todavia, a minha interpretação é substancialmente diferente da expressa no post.
Na verdade, o sucesso desta viagem deve-se - interessa repeti-lo - a Ataturk. Temos de reconhecer que o Papa não tem condições, nem sequer oportunidade, para visitar qualquer país governado por um regime (sistema) islâmico. Nunca teve esse ensejo e, depois de Ratisbona, não será tão cedo que o disfrutará.
Pode visitar a Turquia porque, apesar de ser um País maioritariamente (esmagadoramente) islâmico, é uma república laica. Deve-o a Ataturk.
Este o grande paradigma nas disputas que, inevitavelmente, se seguirão na "caça aos louros" incidindo sobre esta viagem papal.
Para mim, sem hesitação, os louros vão para os méritos da laicidade.
Logo, se algo saíu reforçado - esperemos que sim - foi o Estado laico. O que não será do total agrado de Bento XVI, chefe de um mini-Estado confessional.