Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
à Turquia ter decorrido sem incidentes de maior é importante para o Mundo. Todavia, a minha interpretação é substancialmente diferente da expressa no post.
Na verdade, o sucesso desta viagem deve-se - interessa repeti-lo - a Ataturk. Temos de reconhecer que o Papa não tem condições, nem sequer oportunidade, para visitar qualquer país governado por um regime (sistema) islâmico. Nunca teve esse ensejo e, depois de Ratisbona, não será tão cedo que o disfrutará.
Pode visitar a Turquia porque, apesar de ser um País maioritariamente (esmagadoramente) islâmico, é uma república laica. Deve-o a Ataturk.
Este o grande paradigma nas disputas que, inevitavelmente, se seguirão na "caça aos louros" incidindo sobre esta viagem papal.
Para mim, sem hesitação, os louros vão para os méritos da laicidade.
Logo, se algo saíu reforçado - esperemos que sim - foi o Estado laico. O que não será do total agrado de Bento XVI, chefe de um mini-Estado confessional.