Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Aliás, os pareceres que o governo tem em seu poder mostram que as dúvidas sobre eventuais "vícios" constitucionais que possam integrar o diploma sobre as finanças locias, têm fundamento. O que é estranho é a existência de 5 (!) pareceres. Então onde está o tal combate ao desperdício? É só para os outros?
Estes abundantes pareceres serviram ao governo para apoiar a elaboração da lei. O processo legislativo transitou para outras instâncias. A talhe de foice interessa perguntar: os tais 5 pareceres foram, em devido tempo, enviados ao PR?
Outra coisa é a autoridade moral do PSD para levantar o problema.
No governo de Durão Barroso fez o mesmo (como denunciou o TC). Nessa altura, apesar da "ajuda" de Durão, o TC manifestou-se pela inconstitucionalidade. Esperemos que estas acidentais interferências, não façam jurisprudência. Até por que reconheço virtudes no diploma em causa. Mas isso é outra questão.
A verdade é que, na perspectiva do governo, para introduzir alguma racionalidade nos investimentos, e contenção na despesa pública e no famigerado défice, a lei das finanças locais é uma questão vital.
E aqui para nós com toda a razão. Só quem não conhece o regabofe delirante que vai pela maior parte dessas autarquias é que fica indiferente ao problema, ou valoriza aspectos mais ou menos legalistas.
A\ questão essencial é que o poder local não pode continuar na roda livre em que tem vivido. E o mesmo se diga em relação a largos sectores do poder central.
Claro que isto não abona nada em favor da raça megalómana e irresponsável que somos. Mas o facto é que, por tais caminhos, a única coisa que todos temos garantido é o empobrecimento crescente, conforme já está à vista.
Já o PSD, que novidade há nisso?! Essa gente nunca soube fazer outra coisa!