Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Aliás, os pareceres que o governo tem em seu poder mostram que as dúvidas sobre eventuais "vícios" constitucionais que possam integrar o diploma sobre as finanças locias, têm fundamento. O que é estranho é a existência de 5 (!) pareceres. Então onde está o tal combate ao desperdício? É só para os outros?
Estes abundantes pareceres serviram ao governo para apoiar a elaboração da lei. O processo legislativo transitou para outras instâncias. A talhe de foice interessa perguntar: os tais 5 pareceres foram, em devido tempo, enviados ao PR?
Outra coisa é a autoridade moral do PSD para levantar o problema.
No governo de Durão Barroso fez o mesmo (como denunciou o TC). Nessa altura, apesar da "ajuda" de Durão, o TC manifestou-se pela inconstitucionalidade. Esperemos que estas acidentais interferências, não façam jurisprudência. Até por que reconheço virtudes no diploma em causa. Mas isso é outra questão.
A verdade é que, na perspectiva do governo, para introduzir alguma racionalidade nos investimentos, e contenção na despesa pública e no famigerado défice, a lei das finanças locais é uma questão vital.
E aqui para nós com toda a razão. Só quem não conhece o regabofe delirante que vai pela maior parte dessas autarquias é que fica indiferente ao problema, ou valoriza aspectos mais ou menos legalistas.
A\ questão essencial é que o poder local não pode continuar na roda livre em que tem vivido. E o mesmo se diga em relação a largos sectores do poder central.
Claro que isto não abona nada em favor da raça megalómana e irresponsável que somos. Mas o facto é que, por tais caminhos, a única coisa que todos temos garantido é o empobrecimento crescente, conforme já está à vista.
Já o PSD, que novidade há nisso?! Essa gente nunca soube fazer outra coisa!