Notas Soltas - Dezembro/2006

Vaticano – O apoio de Bento XVI à entrada da Turquia na União Europeia é a condenação da política do cardeal Rätzinger, que se lhe opunha com veemência.

Venezuela – Hugo Chavez pode ser demagogo, populista e tornar-se um ditador que despreze os princípios democráticos, mas foi eleito em eleições limpas, fortemente participadas e com maioria confortável. É bom que os golpistas não se esqueçam.

Iraque – Bush, ao garantir a protecção divina, antes da trágica invasão, anunciou uma tripla mentira: a preferência divina, a proclamada unção e o resultado favorável da triste aventura apoiada por cúmplices pouco recomendáveis.

Chile – A extrema-unção aliviou o católico Pinochet dos pecados, perante o seu Deus, mas os crimes ainda não foram julgados e, das suas mãos, não foi possível lavar o sangue derramado pelas vítimas.

Pedras Soltas – O lançamento do livro, para que convidei todos os meus leitores, rendeu 2430 € que logo foram creditados no BPI, em Almeida, na conta destinada ao monumento ao 25 de Abril.

Apito Dourado – A escolha de Maria José Morgado, Procuradora-geral adjunta da Relação de Lisboa, para dirigir a equipa do Ministério Público, destinada ao combate à corrupção no futebol, é um sinal de firmeza do novo PGR no combate ao crime.

Maria José Morgado – A anterior demissão deveu-se a pressões políticas, após a prisão de Vale e Azevedo. O ex-director da PJ, Adelino Salvado, apoiado pela ministra Celeste Cardona, com a bênção de Paulo Portas e Durão Barroso, é suspeito.

Lisboa – A atribuição de lugares, por razões de confiança política, pôs a Câmara refém da vereadora do CDS e criou um ambiente de conspiração em que todos querem eleições antecipadas mas ninguém se arrisca a derrubar um presidente indefensável.

Voos da CIA – Há, em Portugal, quem seja conivente na ocultação de eventuais crimes praticados contra os direitos humanos. A demissão de Henrique Freitas, de vice-presidente do PSD, foi o sinal mais exuberante de repúdio pela investigação.

Madeira – A canalhice levada ao extremo, tresloucado, desastroso, mentiroso e hipócrita foram insultos usados por Jardim contra o Governo da República, a propósito da Lei das Finanças Regionais. Má educação e incontinência verbal.

IRÃO – A pesada derrota do fanático presidente, nas eleições municipais, mostra o repúdio eleitoral da teocracia e a ânsia de liberdade de um povo, vítima da imposição do Corão que nutre pela democracia o mesmo ódio de Maomé ao toucinho.

CDS – O deputado Nuno Melo tem o direito de combater o líder do seu partido mas querer manter-se, depois disso, como líder parlamentar, revela falta de escrúpulos e de ética política.

ONU – O Conselho de Segurança, ao aprovar sanções económicas contra o Irão, procura conter o actual arsenal nuclear, capaz de destruir o Planeta várias vezes. O risco aumenta na razão directa da loucura de quem detém as armas.

Ecologia – A poluição, o aquecimento global e o fim dos combustíveis fósseis prenunciam uma catástrofe mundial, próxima, para a qual sobram certezas e minguam soluções, mas a febre do consumo e o modelo de desenvolvimento mantêm-se.

Referendo IVG – Não se combate a IVG com uma lei que a criminaliza e que condena milhares de mulheres ao aborto clandestino, à morte e à prisão. Em defesa da saúde da mulher e no repúdio pela prisão, eu votarei SIM.

Somália – A queda da «União dos Tribunais Islâmicos» está longe de garantir a paz aos martirizados somalis, mas o fim do governo brutal, que aplicava a chária, é uma desgraça que se interrompe num dos mais pobres países do mundo.

Tribunal Constitucional – A declaração de constitucionalidade da Lei das Finanças Locais é um revés para a Associação Nacional de Municípios, em especial para o presidente, Fernando Ruas, que arrastou o PSD para uma contestação irresponsável.

Alberto João Jardim – A engenharia financeira para contornar a proibição de novos empréstimos é um desafio ao Estado português e uma leviandade de um político decadente e irresponsável, que compromete o futuro da Madeira.

Saddam Hussein – O enforcamento foi um acto ignóbil que colocou os juízes ao nível do réu. A pena de morte é a barbárie, indigna de países civilizados. Bush, Blair, Aznar e Barroso foram autores da tragédia iraquiana e cúmplices da farsa do julgamento.

Espanha – A ETA, tal como o lacrau, fiel à sua natureza, interrompeu as tréguas e terminou 2006, com um atentado em Madrid, num trágico prenúncio do regresso à espiral de violência e repressão.

Comentários

Anónimo disse…
Jardim será Engenheiro?
Anónimo disse…
E o Monumento ao 25 de Abril de 1974, em Almeida
Mano 69 disse…
Mais valia ter feito um certificado de aforro! Sempre rendia mais a partir dos cinco anos...

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