CML – Eleições
A uma semana das eleições para a Câmara Municipal de Lisboa, Luís Marques Mendes, talvez em desespero, apelava hoje ao voto em Negrão com o argumento da estabilidade, pois – disse – a Assembleia Municipal e muitas Juntas de Freguesia estão nas mãos do PSD.Isto não é argumento, é a chantagem de quem sabe que a legitimidade política desses órgãos fica em causa com uma derrota dos partidos que representam.
Imagine-se um presidente da Junta do PSD com 10% dos votos no candidato do seu partido. Julgará que o eleitorado o sufragou de novo ou que lhe mostrou a porta da rua?
Que legitimidade política terá a Assembleia Municipal se o partido dominante ficar com uma votação inferior a 20%?
Os titulares dos órgãos municipais não tiveram a coerência e a honra, por indignidade cívica e medo, de apresentarem a demissão cuja eleição estava indissoluvelmente ligada à do anterior presidente da Câmara. Agora ainda podem fazer muito mal a Lisboa mas já ninguém os levará a sério.
Uma coisa é a legalidade formal, outra é a legitimidade política. Quem não percebe a diferença não merece que lhe confiem quaisquer funções.
Comentários
Se assim for, quando da "queda" de Carmona Rodrigues, o PSD usou de má fé.
E tornou intelegível uma tenebrosa estratégia - ao não concordar com a eleição de todos os orgãos autarquicos - contra Lisboa, ou melhor, contra os e as lisboetas.
Estratagemas, como este, infantilmente manipulados por Marques Mendes, não são politicamente inócuos...
Por este caminho a campanha do PSD para a Câmara de Lisboa, vai de mal a pior!
Verdade se diga que Legislação para o efeito, todos o perceberão, está a ser cumprida, agora se o P.S. fica com a mioria no Executivo Camarário, ou se coliga, ou estebelece "pontos de convergência"(tão bonito o termo; ouvi este fim de semana), vais ser bonito quando tiverem que submeter algo à apreciação do Órgão Deliberativo (A. M.) de maioria P.S.D.; vai ser bonito ... ... os jogos de bastidores.