Momento de poesia
Eu
O meu vulto
É um corpo insepulto…
Um pedaço de cálcio e protoplasma,
Que vagueia, que pasma,
Que presume,
Em busca do local,
Onde, afinal,
Há-de fazer-se estrume.
O meu cérebro fraco,
Que eu fustigo
A chicotadas de álcool e tabaco,
É um moinho sem trigo,
Que sem descanso, a sós,
Tritura o Infinito
E gasta no atrito
As próprias mós.
O meu vulto
É um corpo insepulto…
Um pedaço de cálcio e protoplasma,
Que vagueia, que pasma,
Que presume,
Em busca do local,
Onde, afinal,
Há-de fazer-se estrume.
O meu cérebro fraco,
Que eu fustigo
A chicotadas de álcool e tabaco,
É um moinho sem trigo,
Que sem descanso, a sós,
Tritura o Infinito
E gasta no atrito
As próprias mós.
Armando Moradas Ferreira
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