Lisboa – Eleições intercalares
O combate dos júniores
Como numerosos leitores me informaram nas caixas de comentários do Ponte Europa a vitória de António Costa foi absolutamente irrelevante, tal o número de abstenções e a dispersão de votos por candidatos ditos independentes.
Estou de acordo. A vitória do PS foi modesta, só ganhou em todas as 53 freguesias da cidade, correu com o CDS da vereação e reduziu o PSD à terceira formação autárquica.
Nunca uma tão precária vitória causou tão demolidoras derrotas. Nunca tão poucos eleitores de Lisboa foram suficientes para provocarem um terramoto partidário no País.
É a vida, como diria o mais notável primeiro-ministro que Portugal teve e o mais bem preparado – o único que conseguiu cumprir uma legislatura sem maioria parlamentar.
Hoje almocei com pessoas de todos os quadrantes partidários. Somos suficientemente amigos para sabermos o que cada um pensa. Os telemóveis que não paravam de receber mensagens eram os dos convivas do PSD. Ora solicitavam a atenção do militante para a presença de Meneses num canal de televisão, ora convocavam para o apoio a Marques Mendes. Era uma guerra de propaganda e uma guerrilha interna.
De facto, a vitória do PS em Lisboa não foi retumbante, embora não pudesse ser maior. Só a derrota da direita foi arrasadora. De tal modo que as campainhas de alarme e os telemóveis convocam os militantes do PSD para um ajuste de contas e para tempos de facas longas enquanto o CDS ganha coragem para esquecer a vergonha e apresentar o único trunfo – Paulo Portas, uma figura gasta cuja ambição está na razão directa da aversão que provoca.
Estou de acordo. A vitória do PS foi modesta, só ganhou em todas as 53 freguesias da cidade, correu com o CDS da vereação e reduziu o PSD à terceira formação autárquica.
Nunca uma tão precária vitória causou tão demolidoras derrotas. Nunca tão poucos eleitores de Lisboa foram suficientes para provocarem um terramoto partidário no País.
É a vida, como diria o mais notável primeiro-ministro que Portugal teve e o mais bem preparado – o único que conseguiu cumprir uma legislatura sem maioria parlamentar.
Hoje almocei com pessoas de todos os quadrantes partidários. Somos suficientemente amigos para sabermos o que cada um pensa. Os telemóveis que não paravam de receber mensagens eram os dos convivas do PSD. Ora solicitavam a atenção do militante para a presença de Meneses num canal de televisão, ora convocavam para o apoio a Marques Mendes. Era uma guerra de propaganda e uma guerrilha interna.
De facto, a vitória do PS em Lisboa não foi retumbante, embora não pudesse ser maior. Só a derrota da direita foi arrasadora. De tal modo que as campainhas de alarme e os telemóveis convocam os militantes do PSD para um ajuste de contas e para tempos de facas longas enquanto o CDS ganha coragem para esquecer a vergonha e apresentar o único trunfo – Paulo Portas, uma figura gasta cuja ambição está na razão directa da aversão que provoca.
Comentários
Números (do STAPE, extinto ou fundido, mas ainda em www.stape.pt): eleitores inscritos em Lx - 524248; Votaram: 196041; A. Costa: 57907.
Eleições regionais na Madeira
Incritos: 232502; Votaram: 140721; Alberto João Jardim: 90.339; PS (já nem sei o nome do gajo...): 21.699.
Posta de CE: "Madeira - O poder absoluto nunca esteve em perigo..."
Claro que os n.ºs de António Costa, comparativamente, foram retumbantes...
Desde logo por ser sufragada por apenas 11% dos eleitores inscritos nos cadernos eleitorais. Depois por nem sequer ter atingido 30% dos votos expressos. E ainda por cima, ter tido menos 25.000 votos que o anterior candidato socialista à Câmara de Lisboa (M Maria Carrillho), cuja votação na altura foi classificada como uma derrota humilhante.
Todavia, muitíssimo "pior" que António Costa, foram os desempenhos eleitorais quer do PSD quer o CDS.
Seja como for, todo este processo deve merecer de todos os interessados nestas matérias uma profunda reflexão.
Cumprimentos,
Regionalização
Partilho da sua preocupação com a fragilidade da democracia representativa.
Claro que o dia 15, apesar de ser o dia de ida e vinda de férias, não justifica o alheamento do eleitorado.
A campanha pela negativa: «votar Costa é votar Sócrates», «votar no PS é votar na Ota», etc., veio legitimar o que combatiam e produzir a mais retumbante derrota da direita sem que a esquerda tenha tido muitos votos.
O meu post respondia aos anónimos que teriam feito uma festa se o PSD tivesse ganho e se o CDS não tivesse desaparecido a caminho da segunda divisão.
Discutir as causas da fragilidade da democracia é importante. Mas é uma discussão para todos os democratas.
Um abraço.
É preciso não consolidar a ideia de que o CDS e PSD fizeram tudo bem, nestas eleições intercalares.
Na verdade, de algum modo, derrotaram-se a si próprios. Deram sucessivos tiros nos pés.
Não devemos capitalizar, como "nossas virtudes", a inépcia dos outros... para não termos surpresas.
De acordo, sobre a necessidade de discutir os actuais problemas da democracia representativa, sem questionar os princípios.
Lamentável, é entender que a vitória de A. Costa, singnifica alguma coisa.
É fácil de ver que quem perdeu foi a democracia, ficando bem patente a consideração que o povo tem pelos políticos, princípalmente, os da área do governo.
O pessoal do PS sempre foi muito convencido, a democracia chegou a eles e parou.
Resposta: Ao menos viu-se a consideração que mereceram os políticos dos partidos derrotados.
A derrota do PSD e do CDS foram retumbantes.
Contudo apenas num sitema em que a derrota de um se torna automaticamente na vitória do outro é que pode levar a dizer que o PS teve uma GRANDE vitória.
Contudo a vitória do PS é fraca por dois motivos:
- As derrotas do PSD e CDS assim como os poucos votos no PCP e BE não se deveram ao PS mas sim a Carmona e a Roseta. Foram os independentes que derrrotaram a direita e foram os independentes que reduiziram os partidos de esquerda (PS incluido).
- A vitória do PS em que na situação em que a direita deixou a CML e se dividiu traduziu-se num aumento de 2% face à votação em Carrilho. No contexto calamitoso da CML seria de esperar que o PS (se não houvesse indignação face ao governo) tivesse um aumento muito mais espectacular.
Além de que ser a primeira vitória do PS a sós, tb não é dificil uma vez que durante Sampaio e Soares sempre se candidataram em coligações. De certeza que ganhavam uma destas a sós se não houvesse coligações à direita.
Em conclusão, foi uma vitória não pq ganhou aos adversários mas porque estes cometeram hara-kiri antes do combate. Vitórias assim, ...
Nota final
Sem Carmona e Roseta os resultados podiam ser qq como:
PS 35
PSD 30
PCP 11
BE 9
CDS 4
Mas não podemos descartar qq como:
PS 30
PSD 31
PCP 14
BE 12
CDS 3
A vitória do Ps seria à justa, e ainda bem para o PS que o tribunal contrariou as orientações da governadora civil.
el s