Para pensar

Fonte: DN, hoje.

Comentários

Anónimo disse…
O homem desrespeita a norma politicamente correcta, a qual manda dizer que a multidão tem sempre razão. Isso é um gesto de aplaudir, porque a multidão não tem sempre razão. E nem todos o dizem à boca cheia. O que ele não precisava era de ser uma besta agressiva, para dizer isso.
E depois, agressiva porquê? Qual é a perspectiva em que a besta se coloca, para injuriar a multidão?
Porque ovacionou o espantalho? Ou porque logo depois, quando aconteceu o que sabemos, mudou de opinião?
Isso a luminária não explica, e era a única coisa que interessava saber. Quais os terrenos que a besta pisa.
Anónimo disse…
Excelente Jagudi:

Que a força da lucidez se mantenha na razão directa da coragem que sempre tiveste.

Abraço.
Anónimo disse…
E podemos colocar uma multidão desinformada, brutalizada, sem acesso à televisão, radio e jornais livres de censura,em pé de igualdade com a multidão de 2007 que usufrui de imprensa livre (enfim, sempre temos o Cabo) que tem Internet e que, sobretudo tem, por enquanto, hipótese de se manifestar livremente? É honesta essa comparação? Apesar de tudo FFernandes estava a falar da assobiadela à estátua da Liberdade e não da esfinge que não teve possibilidade de entrar pela porta do cavalo. Às vezes não se pode evitar o povo!
Anónimo disse…
Aristides:

Eu conheço o indivíduo, mas não esqueço uma ovação e uma vaia, ambas monumentais e injustas, no Campo Pequeno.

Foi essa lembrança que me levou à provocação.

Mas, ainda bem, que há quem reaja.
Anónimo disse…
ahahahahahahahahaha

Que brilhante inteligência!!!

Fiquem sabendo, que após os apupos de que foi alvo o senhor "engenheiro" na entrega dos galardões da 7 Maravilhas do Mundo, houve indicações rigidas ao Realizador do programa, para não voltar a colocar o PM no ar! é que essas imagens davam no ecran gigante do estádio... é por essas e por outras...

No tempo de Marcelo, também se via quem eram as pessoas que se manifestavam nas ruas, como este senhor "engenheiro", fez ao pessoal da manifestação de Guimarães!!!

Tenham juízo e pelo menos sejam um pouquinho mais inteligêntes!!!!
Anónimo disse…
Aristides
Há, no seu comentário, qualquer coisa que me escapa.
Esclareço que apenas me refiro ao conteúdo do post(1974, estádio de Alvalade, Marcelo Caetano, e aquilo que sabemos). Não vi, nem conheço, o que se passou na Luz recentemente.
Mesmo assim, a questão mantém-se, a multidão não tem sempre razão. Tem-na quando os seus gestos são ditados por um pensamento próprio, por uma decisão pessoal, por uma escolha autónoma, por um senso íntimo da alma. Esse saber do povo (tão velho como o mundo) é inegável e irrecusável, e só aflige os fascistas e outros figurões.
A questão é quando os actos da multidão são reacções de massa manipulada, que não tem consciência de estar a servir objectivos dos seus próprios inimigos, porque é disso que se trata.
Permita-me três exemplos:
- Hoje, a mesma multidão elege o mesmo partido de câmara municipal ao longo de 30 anos. Isto é um absurdo puro, em termos eleitorais. Mas a multidão não tem consciência dos mecanismos de condicionamento e manipulação, e do colete de forças em que o mesmo partido a enrola, usando a corda do voto.
- Em 1975 a multidão destruiu a embaixada de Espanha, e pagou por isso dois milhões de contos. Não viu que o seu interesse não era o mesmo de quem a manipulou.
- Hoje, está-se tornando um lugar comum a multidão apupar o PM e o governo. Temo bem que esteja a cair no mesmo erro. Porque este é o primeiro governo que aparece com alguma vontade e alguma capacidade de corrigir um regabofe de décadas. Na justiça(terreno minado por eminências respeitáveis mas sornas), na agricultura(coutada duns senhores de vinco na calça), na saúde(corporação que nem tem formado médicos bastantes, por interesses próprios de mercado), na educação(onde o próprio PC tem pactuado, via sindicatos, com uma política absurda e suicida, que condena a multidão à iliteracia), no combate à corrupção, ao jogo de interesses escondidos(onde o próprio PS tem desgraçados telhados de vidro, se não verdadeiros campeões da maratona).
Exploram-se os erros, as incapacidades, as patetices, desconhecem-se as limitações que a Europa impõe naturalmente, e conclui-se apenas que um título de engenheiro está falsificado, e que as liberdades estão em perigo, como se de facto estivessem.
A multidão tem fraca consciência de que, para lá do governo que existe, ou há partidos que nunca serão governo por falta de votos, ou só resta uma elite de incapazes, incultos, argentários, oportunistas sem ideologia nem princípios, traficantes de concursos e de favores, megalómanos, sem qualquer noção de serviço público, e sem outro objectivo que não seja mostrar na rua um Audi de 6 cilindros, carago.
A multidão prefere deixar-se levar pela telenovela do professor Charrua, que é realmente emocionante, porque é isso que lhe impingem.
Temo bem que não tenha razão, mais uma vez.
Anónimo disse…
MARRAR é aquilo que o Carlos Esperança faz torros os dias. Aplaude tudo o que o "Engenheiro" (título comprado na independente)Sócrates faz.

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