Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Agora vêm os argumentos pessoais e de família. Vamos com calma: também eu estou curioso de saber até onde vai esta história.
Não esqueço, aliás, que foi em 2004, dentro do PS e incitado por altos adversários que muitas destas conversas começaram.
Agora vamos desde já pôr os pontos nos iis: José Sócrates só pode responder politicamente pelos seus comportamentos, não pelos actos do seu primo ou do seu tio!
Tratava-se quase de uma prerrogativa pontifícia. Curiosamente os principais beneficiários eram os sobrinhos...
Eminentes homens públicos como Napoleão Bonaparte praticaram este tipo de protecção familiar.... Chegou a ter 3 irmãos reizinhos de opereta em territórios militarmente ocupados.
Chama-se a isto: nepotismo!.
Hoje este conceito está adquiriu um moldura diferente, mais lata, sendo sinônimo da concessão de privilégios no quadro de negocios com bens públicos.
Muito próximo de certa actividade lobbysta, sem qualquer tipo de regras ou limites.
Não tem nada a ver com os laços familiares congénitos que, como todos sabemos, não se escolhem, mas são os que se têm.
Já os tradicionais apadrinhamentos portugueses são opções familiares, muitas vezes com interesses ocultos, em que o objecto (o "afillhado") não é tido nem achado.
Os outros "apadrinhamentos", entre adultos não familiares, são meros favorecimentos...
Todavia, reconheço que o aproveitamento político desta questão tem sido abominável.
Que, em minha opinião, tem sido explorado pela comunicação social ad nauseum.
Agora, identificar quem está por detrás dessa comunicação social, especuladora?
É meter-se em novas (outras) especulações...
Compreende-se, devia exigir-se, que perante um processo, que dura há tantos anos, o País deva aguardar, serenamente, que a investigação se conclua, em sede própria, rápida e tranquilamente.
Só isso!
Estará a tentar, porventura, insinuar a desonestidade do Prof. Marcello Caetano e do Dr. Baltazar Rebelo de Sousa?
Pois fraco era, o Dr. Caetano, o princípio do fim, certamente...
Mas de frouxo a desonesto ainda vai um longo caminho.
Eu não insinuei que Baltazar Rebelo de Sousa e Marcelo Caetano eram desonestos.
Apenas garanto que foram fascistas e criminosos de guerra, cúmplices da guerra colonial.
Eram amigos do peito e da hóstia.
Quando se refere à hóstia, está a falar da consagrada ou dos bolinhos com hóstia? É que aqui também pode existir concomitância…
A bem da verdade!