Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Se o Sócrates escrevesse uma carta, um memo, uma nota, a cada vez que é insultado, que circulam boatos e atoardas a seu respeito os jornais e televisões - todas - já estavam ricos com as vendas e ele não teria tempo para assinar um despacho do governo.
Digamos que o inefável Crespo apenas tropeçou numa dos seus escorregadios e conspirativos murmúrios.
MFerrer
Uma lúcida observação, a sua.
Parabéns.
Uma onda de crispação, acidez e de alguma intolerância parece trespassar pelos corredores de Belém e daí irradiar para o País.
Em 2009, começou com o ríspido discurso de Ano Novo e as insinuantes aleivosias sobre o "dizer a verdade aos portugueses"...
A cena da carta ao Dr. Balsemão é, tipicamente, pôr em prática políticas de inclusão, tão do agrado do PR.
Incluir os meios de comunicação social no conceito de cooperação estratégica, só demonstra a amplitude do seu apetite de interferir em tudo...
Só Pacheco Pereira parece entender o que é esta cooperação estratégica que vem assediando os portugueses, desde a campanha eleitoral de Cavaco.
Mas não se dá ao trabalho de explicá-la aos vulgares cidadãos. Será outro tabu?
Uma eventual pressão sobre Sócrates e a divulgação ardilosa e oculta nos média - provavelmente também vinda através das tais fontes - sobre a marcação de datas para as próximas eleições autárquicas e legislativas, é outro foco de fricção que se desenha no horizonte.
Falta, de seguida, fazer um discurso sobre a estabilidade política...
E podíamos continuar a desfilar situações... onde o enquadramento constitucional parece não lhe bastar, expressando uma incontrolável vontade de interferir nas competências governamentais.
Cada cavadela, sua minhoca...
Finalmente, vamos ver como o inefável Mário Crespo actua no futuro.
Porque intimidações como esta carta ao Dr. Pinto Balsemão visam, fundamentalmente, condicionar comportamentos futuros...
Não é?