Sócrates avança para o casamento homossexual II
Num excelente post, o André Pereira refere a moção de Sócrates no sentido de avançar com o casamento de homossexuais na próxima legislatura.
Duas observações:
(1) É de facto bizarro não se permitir a adopção por parte de homossexuais. Relaciona-se preconceito muito arreigado e reaccionário que identifica homossexualidade com pedofilia, a pederastia (ou empregando jocosamente a terminologia de João César das Neves, o "deboche"). É bizarra a discriminação porque, por exemplo, tendo um homossexual filhos o Estado não lhe retira os seus direitos de paternidade por ser homossexual, da mesma forma que o Estado não impede que um homossexual tenha filhos naturalmente. A bizarria prende-se ainda com o facto de a sociedade considerar a homossexualidade como um comportamento "desviante" e que um casal homossexual possa transmitir essa "doença" ao menor. Ora, está por demonstrar que um filho de um casal homossexual tenha maior propensão para ser homossexual que o filho de um casal heterossexual. Por outro lado, parece-me que uma criança estará sempre melhor integrada num lar normal, ainda que não convencional, do que numa instituição de acolhimento de órfãos (principalmente conhecendo-se as façanhas do Estado português ou da ICAR na protecção dos menores que acolhem nas suas instituições), ou abandonado e faminto em qualquer aldeia miserável do Laos, da Índia ou da Serra Leoa. Um preconceito irracional e reaccionário.
(2) Já existiam pressões sobre a direcção vindas de dentro do PS (nomeadamente da JS) para avançar para o casamento de homossexuais. No entanto discordo do André Pereira quando encara esta posição da direcção como demonstração de coragem política de Sócrates e do PS. Pelo contrário: neste momento, em que a direita está prostrada e o PSD de rastos, e em que os votos que o PS tem que ganhar têm que ser cacicados à esquerda, o risco político de não avançar com esta medida é superior ao risco político de manutenção do status quo. Não avançar com esta medida significaria uma hemorragia de votos para o BE, avançar com ela não atirará muita gente para Manuela Ferreira Leite e o bando das facas longas do PSD, ou para Paulo Portas e os seus yes men do CDS, mesmo que Manuela Ferreira Leite avançasse com os golpes baixos e o vilipêndio a que recorreu Santana Lopes nas últimas legislativas.
Duas observações:
(1) É de facto bizarro não se permitir a adopção por parte de homossexuais. Relaciona-se preconceito muito arreigado e reaccionário que identifica homossexualidade com pedofilia, a pederastia (ou empregando jocosamente a terminologia de João César das Neves, o "deboche"). É bizarra a discriminação porque, por exemplo, tendo um homossexual filhos o Estado não lhe retira os seus direitos de paternidade por ser homossexual, da mesma forma que o Estado não impede que um homossexual tenha filhos naturalmente. A bizarria prende-se ainda com o facto de a sociedade considerar a homossexualidade como um comportamento "desviante" e que um casal homossexual possa transmitir essa "doença" ao menor. Ora, está por demonstrar que um filho de um casal homossexual tenha maior propensão para ser homossexual que o filho de um casal heterossexual. Por outro lado, parece-me que uma criança estará sempre melhor integrada num lar normal, ainda que não convencional, do que numa instituição de acolhimento de órfãos (principalmente conhecendo-se as façanhas do Estado português ou da ICAR na protecção dos menores que acolhem nas suas instituições), ou abandonado e faminto em qualquer aldeia miserável do Laos, da Índia ou da Serra Leoa. Um preconceito irracional e reaccionário.
(2) Já existiam pressões sobre a direcção vindas de dentro do PS (nomeadamente da JS) para avançar para o casamento de homossexuais. No entanto discordo do André Pereira quando encara esta posição da direcção como demonstração de coragem política de Sócrates e do PS. Pelo contrário: neste momento, em que a direita está prostrada e o PSD de rastos, e em que os votos que o PS tem que ganhar têm que ser cacicados à esquerda, o risco político de não avançar com esta medida é superior ao risco político de manutenção do status quo. Não avançar com esta medida significaria uma hemorragia de votos para o BE, avançar com ela não atirará muita gente para Manuela Ferreira Leite e o bando das facas longas do PSD, ou para Paulo Portas e os seus yes men do CDS, mesmo que Manuela Ferreira Leite avançasse com os golpes baixos e o vilipêndio a que recorreu Santana Lopes nas últimas legislativas.
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