Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
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A rede de Cuidados Continuados Integrados não é propriamente uma "reforma".
Muito menos estrutural.
Esta rede tornou-se imprescindível, i. e., deu os primeiros passos na área oncológica, sob os auspícios da Liga Portuguesa Contra o Cancro, para acompanhamento dos doentes que necessitavam de fazer tratamentos complementares à cirurgia (radioterapia, quimioterapia, etc.).
Mais tarde, estas necessidades estenderam-se a outros utentes do SNS, devido ao aumento da esperança de vida, aos idosos que tendo sofrido intervenções no âmbito médico ou cirúrgico, necessitavam de um período de convalescencia mais ou menos demoderado.
Antes de ser uma reforma, é uma das resposta organizada aos problemas que a longevidade acarreta e, também, às exigencias de eficiência dos Hospitais (entretanto empresializados) que estão estruturados para tratarem doentes em fase aguda.
Por outro lado, as famílias lutavam com imensas dificuldades para lidar com essas convalescenças, muito vezes longas, outras irreversíveis.
Enfim, uma longa história que acaba por integrar Hospitais, Cuidados de Saúde Primários e os diferentes prestadores destes cuidados.
O Estado de certo modo demitiu-se desta prestação.
Maioritariamente, entregou-a ao Sector Social da Saúde (IPSS e Misericórdias).
Tem sido, na execução do Plano Nacional de Saúde, uma das intervenções com êxito e de inegável valor no aspecto sanitário.
Em termos de política de saúde e na área social podemos considerar a construção desta rede a jóia da coroa deste Governo.
Sócrates louvou - quase a título póstumo - Correia de Campos pelo lançamento desta rede , mas na verdade, a grande obreira deste trabalho - verdade seja dita - tem sido a Drª. Inês Guerreiro.