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A mostrar mensagens de maio, 2011

Uma visita inoportuna...

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O Fundo Monetário Internacional está de volta a Portugal na semana que agora começa. link É obvio que no dia 6 de Abril passado o Governo solicitou ajuda externa para o País. Entre os organismos a quem solicitamos ajuda está o FMI que em conjunto com a UE e BCE elaboraram um Memorando para o resgate financeiro. Os técnicos destes organismos estiveram alguns dias em Portugal onde se inteiraram da situação política, económica e financeira nacional. Sabem, por isso, que o País se encontra na recta final de uma campanha eleitoral, decisiva para a escolha do futuro governo, cujas eleições decorrerão no dia 5 de Junho. Um governo que – não vale a pena iludir a realidade – está condicionado ao cumprimento do memorando elaborado pela referida troika e que os 3 principais partidos portugueses, subscreveram. Entretanto, embora tenham chegado ao País algumas tranches do resgate acordado, a troika sabe, também, que estando o Governo em gestão de assuntos correntes e a Assembleia da República dis

Eleições, troika, reestruturação e contágio. Alguns apontamentos (II)

Alguma ampliação da matéria que coloquei no post anterior, fruto do diálogo com o e-pá. 1) A dívida e o défice seriam sustentáveis se a taxa de juro fosse a mesma que existia antes da crise financeira... a reestruturação poderia ser feita com uma taxa de juro não punitiva por parte da troika. O que acho mais preocupante é que a Europa está descapitalizada. Os países da UE que vão contribuir para o fundo de estabilização terão que contrair dívida pública em seu nome para nos financiarem (e à Grécia e à Irlanda, e possivelmente à Espanha, Bélgica). Para lhe dar um exemplo, pequenos países como a Eslovénia tiveram que se endividar significativamente e emitir dívida pública para os bailouts da Grécia, Irlanda e Portugal. E mesmo nos países ricos (Alemanha, Holanda, etc.) a liquidez não abunda, e estarão a preparar-se para o pior cenário. Para além disso o clima político no Norte da Europa está de cortar à faca... 2) Parece-me que o problema essencial é que apesar de tudo, alguns países vão

Um insondável “mais à frente”…

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"… Mas não se esqueçam que mais à frente os três CDS, PSD e PS têm de aprovar uma revisão constitucional e leis de maioria reforçada." link Paulo Portas, 29.05.2011, em Coimbra. Portas faz bem em lembrar! Mas não será só pedir... Nota: o sublinhado é da minha responsabilidade!

Eleições, troika, reestruturação e contágio. Alguns apontamentos.

Antes de mais, gostaria de me desculpar perante os leitores e os colegas do blogue pela longa ausência. Gostaria de deixar algumas breves opiniões sobre a actual conjuntura política e financeira. 1. Parece-me ser de meridiana clareza que a derrapagem da dívida pública e do défice é a consequência de décadas de laxismo e falta de rigor nas contas públicas por parte dos sucessivos Governos. Com a crise financeira internacional, causada pela ruptura de uma bolha especulativa, a banca internacional ficou exposta a activos tóxicos e a perdas significativas, o que levou os Governos de muitos países a intervir, nacionalizando ou recapitalizando esses bancos. A Irlanda, país que apresentou superavits durante os anos que antecederam a crise, viu-se subitamente confrontada com a bancarrota. Portugal não foi imune, tendo que financiar os buracos negros do BPP e do BPN. Outra consequência da crise financeira internacional foi a necessidade dos bancos reposicionarem a sua actividade especulativa: p

A profecia de Rogoff *

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Foto: Kenneth Rogoff “Tarde ou cedo a Espanha pedirá o resgate ”… Quem pronunciou estas palavras no princípio de Abril foi Kenneth Rogoff , ex- economista chefe do FMI (2001-2003), que situa o regaste no momento em que a Grécia, a Irlanda e Portugal peçam a reestruturação da sua dívida, porque não poderão pagá-la… Comentário: Uma terrível profecia! A moeda comum europeia europeia continua sujeita a uma progressiva contaminação, sob a influência dos mercados, daí resultando que a situação económico-financeira, na Europa, encontra-se fora de controlo. Cada dia que passa aparece um novo economista (...de referência) a falar da crise da Zona Euro, prevendo cenários catastróficos. Ao ler semelhantes previsões qualquer cidadão acaba por questionar: -Vale a pena sacrificar tão duramente os povos se os resultados estão à partida comprometidos? -Estaremos condenados a que sejam as invisíveis forças dos mercados a resolver os problemas económicos e financeiros de uma Europa em crise? - Quais as

Demagogia, postulados numéricos e contas da Direita…

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Declarações de Pedro Passos Coelho: "Eu quando digo que estou preparado para construir um Governo com não mais do que dez ministros, falo evidentemente da possibilidade de o PSD ter maioria absoluta. Claro que se não tivermos essas condições sabemos que teremos que negociar um Governo que pode ter outras exigências. Espero que não seja necessário" . link Esta resposta de PPC ao recado do PR divulgado através do semanário Expresso deste fim-de-semana link (prontamente desmentido pela PR, como seria de esperar) mostra como a Direita usa e abusa das preocupações populares sobre gastos supérfluos do aparelho governamental para fazer demagogia e propaganda política. Na verdade, a composição numérica do Governo é irrelevante. O que de facto impressiona os cidadãos são os extensos gabinetes ministeriais, pejados de assessores, consultores, auditores, adjuntos, coadjutores, ajudantes, auxiliares, etc., principescamente pagos (avençados), sem horários de trabalho, sem responsabilid

AINDA AS ESCADAS MONUMENTAIS

O Ponte Europa é um blog de esquerda saudavelmente pluralista, que não tem uma opinião oficial e cujos colaboradores são livres de ter cada um a sua própria opinião, não necessariamente coincidente com as dos outros. Desta vez sou eu que não concordo com as opiniões dos meus caros colegas e-pa e Rui Cascão sobre o assunto em epígrafe. É certo que a lei não proíbe as pinturas nas Escadas Monumentais. A lei indica genericamente certos tipos de locais onde não são permitidas pinturas e nessa enumeração não estão incluídas as escadas públicas. A meu ver tal deve-se apenas a esquecimento do legislador, que não previu essa hipótese, e acho que a lei deveria ser alterada nesse ponto. Mas enquanto não o for não há dúvida que as pinturas feitas pelo PC, perdão, pela CDU, não violam a legalidade. Violam porém o civismo, a sensibilidade estética, o respeito pelas coisas públicas, por aquilo que é de todos, que devem ser apanágio de todos os democratas. Como muito bem diz e-pa, as escadas em q

Escadas da Universidade ou uma “monumental” aleivosia…

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A polémica levantada por um grupo de estudantes relativa à “pichagem” das escadas monumentais, local onde o PCP realizou um comício em Coimbra é, acima de tudo, um sinal dos tempos de crispação em que vivemos. (Posteriormente, os incidentes de Faro, num comício do PS, confirmam a intolerância cívica [...e política] que “varre” esta campanha eleitoral) link . Quem vive há largos anos em Coimbra já conheceu estas escadas – como de resto o pólo universitário construído sob a antiga alta de Coimbra um símbolo da arquitectura do Estado Novo – com diversas “pichagens” de múltiplos partidos políticos e com os mais variados propósitos desde motivações políticas, estudantis, associativas, culturais, etc.. O facto de estar a decorrer um processo de classificação na UNESCO – que ao que parece envolve toda a Alta - não deverá ter capacidade para interditar alguma coisa, uma vez que a fase preliminar não foi satisfeita. As escadas monumentais nem sequer estão classificadas como património naciona

Crianças na campanha!

Vi dois grandes partidos com menores de 18 anos a "enfeitar" o palco dos líderes discursantes! Nenhum jornalista se incomodou! Nenhum comentador se importonou! Nenhum daqueles - sempre atentos aos estrangeiros - se questionou!!!

Grécia: "fechar a loja"...

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O ministro das Finanças grego, Yorgos Papaconstantínu, reafirmou hoje que o país declarará a bancarrota se não receber uma quinta tranche de ajuda externa no valor de 12 mil milhões de euros até 26 de junho. "A verdade é muito difícil e se não recebermos o dinheiro até 26 de junho, seremos obrigados a fechar a loja e a declarar a impossibilidade de pagar as nossas obrigações…” link Um sério aviso para Portugal e para a Irlanda. O memorando assinado pelo PS, PSD e CDS com a troika (UE, BCE e FMI) não constitui per si garantia de sucesso, mesmo que se cumpram as medidas aí inscritas. O “resgate” de um País é sempre uma operação complexa. Está para além de medidas económicas e financeiras, i. e., não se resolve atirando dinheiro para cima dos problemas. A questão social, intimamente ligada à economia é determinante. O desenvolvimento (o crescimento económico) não se decreta, nem se improvisa. Por outro lado, as especificidades culturais dos povos envolvidos nestes graves problemas in

Solidariedade & coesão nacional

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Tribunal Constitucional impõe cortes nos salários dos políticos madeirenses… link A Assembleia Legislativa da Madeira não aceitou a medida do Governo da República, posteriormente aprovada pela Assembleia da Republica, que reduz em 5% os salários dos detentores de cargos políticos, reclamando a sua inconstitucionalidade. Alberto João Jardim (AJJ) contesta a competência da Assembleia da República para legislar sobre esta matéria, refugiando-se no Estatuto Político-Administrativo da Madeira, embora os salários dos detentores de cargos políticos madeirenses estejam equiparados aos titulares nacionais (Ministros, Secretários de Estado e Subsecretários de Estado). Ao sabor desta argumentação, os políticos madeirenses “rompiam” com este regime de equiparação. Passariam a vencer mais 5% do que o titular nacional equivalente. Acresce ainda que AJJ acumula a sua pensão de reforma com o vencimento de presidente do Governo Regional. Ao mais alto nível da magistratura nacional – o Presidente da

A sátira da participação de imigrantes na campanha eleitoral nos limites da xenofobia

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Vieram a público, neste fim-de-semana, várias “peças jornalísticas” que procuraram fazer uma sátira pelo facto de um grupo de imigrantes ter participado em comícios eleitorais de um determinado partido político. As “representações sociais” implícitas e promovidas nessas “peças” passavam pela caracterização do Imigrante como uma pessoa que: - não teria qualquer interesse na política e que se deixou instrumentalizar, mais exactamente deixou-se “comprar” por um prato de lentilhas, digo, por uma sandes de queijo (de fiambre não deveria ser, porque muitos poderiam ser muçulmanos…); - ou como uma pessoa sem liberdade e sem capacidade de autodeterminação e que estaria ali a mando de outrem apenas para abanar bandeiras e encher espaço, mas mais uma vez o jornalista – desapontado – não conseguiu  provar que aqueles “mercenários” houvessem sido pagos por tal serviço (à excepção da já famosa viagem de autocarro e da sandes…). Ora estas “reportagens” estão imbuídas de preconceitos e roçam a

A “crise” e as eleições espanholas…

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As eleições espanholas de hoje [autonómicas e municipais] dão uma pesada [dramática] derrota para o PSOE . A confirmarem-se as primeiras projecções perderá alguns dos seus feudos eleitorais. Por exemplo, Castilla La Mancha link , a emblemática Sevilha link e mesmo na capital, Madrid, onde a candidata do PP, Esperanza Aguirre, apesar de envolvida em escândalos e do apelo do movimento 15-M à abstenção, parece consolidar a anterior maioria absoluta... Na verdade, o PSOE apesar de uma boa gestão autonómica e municipal sucumbe aos efeitos da crise económica. Uma crise que puniu os espanhóis num ponto sensível: o emprego. Muitos espanhóis sofrem as consequências da crise, da austeridade e dos cortes nas prestações sociais desde há 2 anos. Esta foi a primeira oportunidade para manifestarem o seu descontentamento. Não importa que sejam eleições para os municípios e comunidades autónomas. É pura e simplesmente a primeira oportunidade para demonstrarem a sua revolta perante o poder central. O

O debate

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Ontem, o País assistiu ao debate televisivo entre os 2 candidatos à governação do País: José Sócrates e Pedro Passos Coelho . Grande parte do tempo dispendido foi “gasto” na procura de responsabilidades pela actual crise política, económica, financeira e social, em detrimento de perspectivas para o futuro. José Sócrates enfatizou a crise política e quis demonstrar profundas preocupações sociais. Correlacionou o agravamento da crise económica e financeira com o “chumbo” do PEC IV. Responsabilizou o PSD pelo despoletar da crise política [ânsia de conquistar o poder] e pela necessidade de pedir auxílio financeiro externo. No campo social acentuou as suas diferenças em relação ao Estado Social, sublinhando [questionando] as “não assumidas” [mas presentes] opções neoliberais do programa do PSD, em relação à Saúde, à Educação e à Segurança Social. Pedro Passos Coelho atirou-se à má governação socialista a que atribui a responsabilidade pela intervenção externa e não perdeu a oportunidade

JUSTIÇA MADE IN U.S.A.

Nos últimos dias, a propósito da detenção em Nova Iorque de Dominique Strauss-Kahn, tem-se falado muito da justiça americana, sendo que alguns ingénuos e outros tantos fundamentalistas a têm considerado superior à portuguesa e até à da generalidade dos países europeus. Não vou obviamente fazer aqui uma análise exaustiva dos dois sistemas, mas apenas deixar umas breves notas. 1. Strauss-Kahn foi apresentado pela polícia a um juíz algemado, "como qualquer vulgar cidadão". Em Portugal tal seria impossível, não por se tratar do Diretor do FMI mas pela simples razão de que nenhum "vulgar cidadão" pode ser apresentado em tribunal algemado, salvo em casos muito excecionais devidamente justificados. A democracia verdadeiramente respeitadora dos direitos do homem não consiste em tratar as pessoas importantes como simples cidadão mas sim em tratar os simples cidadãos como pessoas importantes, pois numa verdadeira democracia qualquer cidadão é uma pessoa importante. 2. Nos E.U

Obama e o conflito israelo-palestino

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Palestina - fronteiras de 1967 Obama defende Palestina desmilitarizada com fronteiras 1967 O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu hoje que as fronteiras de Israel e de um futuro Estado palestiniano devem basear-se nas de 1967 e que a Palestina independente não deve ser militarizada. “As fronteiras de Israel e da Palestina devem basear-se nas delimitações de 1967 com mudanças apenas se as duas partes estiverem de acordo para garantir que haverá fronteiras seguras e reconhecidas pelos dois Estados" , defendeu Obama num discurso sobre o Médio Oriente, feito a partir do Departamento de Estado. " A retirada completa e gradual das forças militares israelitas deve ser coordenada com a ideia de responsabilidade de segurança palestiniana num Estado soberano e não militarizado” , afirmou ainda o presidente. link Será, porventura, a mais profunda inflexão da política externa americana para o Médio Oriente. Mas tal facto não é premonitório de uma Paz ao alcance da mão.

Movimento 15-M...!

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Concentração do M 15-M na Puerta del Sol (Madrid) Nascido a 15 de Maio através das redes sociais espanholas, tem promovido manifestações, um pouco por toda a Espanha, sob o lema (vasto e indefinido): Democracia real, já! Trata-se - segundo os manifestantes - de um movimento (espontâneo?) que questiona o bipartidarismo espanhol (PP/PSOE) que, ciclicamente, se alterna no Poder. Vai mais longe: É um protesto contra as atitudes da classe política espanhola. Exigem mudanças na forma de fazer política. Reivindicam autonomia perante os partidos e perante a Igreja. As suas semelhanças, ou as suas ligações, com as propostas da “geração à rasca” (portuguesa) ou ainda com movimentos de rebelião nascido no bordo africano do Mediterrâneo serão meras coincidências ou exercícios especulativos... Este movimento parece ser, essencialmente, a consequência directa, imediata, de um grande contingente de jovens que não conseguem aceder ao mercado de trabalho [a taxa de desemprego dos jovens espanhóis é

A "suave" caminhada para o desespero…

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'Reestructuración suave' de la deuda de Grecia Asimismo, el primer ministro luxemburgués y presidente del Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, ha admitido por primera vez que podrá haber una "reestructuración suave" de la deuda de Grecia si el Gobierno de Atenas se compromete a tomar nuevas medidas de ajuste, profundizar las reformas estructurales y acelerar su plan de privatizaciones. "Grecia debe privatizar rápidamente activos por valor de 50.000 millones de euros para que su deuda pública a medio y largo plazo sea sostenible, porque en estos momentos es insostenible", ha dicho Juncker en una conferencia pronunciada en Bruselas. link A necessidade de reestruturação da dívida grega, mesmo que adocicada com a qualificação de “suave” , não é mais do que um estrondoso eco do fracasso do “resgate” - EU/BE/FMI... E, para não embandeirarmos em arco, interessa saber o que significa “suave” . “Suave” nada tem a ver com algum tipo de alívio dos sacrifícios impostos a

Levantando o véu...

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Olli Rehn diz que empréstimo a Portugal é «necessário» para retoma alemã... link A “ajuda” europeia - e não só o cração como suspeitava Blaise Pascal - tem razões que a razão desconhece!

DS-K : A notícia do dia

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Daily Mail Reporter (foto) link Foi detido o director-geral do Fundo Monetário Internacional Dominique Strauss-Kahn já foi formalmente acusado de crime sexual e tentativa de violação de uma funcionária de um hotel e deverá ser ouvido ainda este domingo por um juiz em Nova Iorque. Strauss-Kahn foi preso no aeroporto quando estava já no interior de um avião que deveria partir dez minutos depois para Paris . link Este é um incidente que engloba muitos meandros pessoais, políticos e institucionais. No aspecto pessoal , trata-se de comportamentos que dizem respeito ao próprio e ao seu núcleo familiar. Para já, vigora – embora já acusado - a presunção de inocência. Strauss-Kahn “nega acusação de agressão sexual” link . Nada mais nos resta do que aguardar a tramitação judicial. No aspecto político , este é um assunto que já caiu no domínio da especulação, nomeadamente em França, onde Dominique Strauss-Kahn é um putativo adversário – nas próximas presidenciais – de Nicolas Sarkosy. A notíci

O “barco” helénico, mete água...

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Berlim, Bruxelas e FMI a favor de reestruturação dívida grega Face ao agravamento da dívida soberana da Grécia, a Alemanha, a Comissão Europeia e o FMI são favoráveis a uma reestruturação da mesma, ainda que suave, avançou hoje jornal alemão Die Welt , na sua edição online. Até agora, Berlim, Bruxelas e o FMI tinham recusado a hipótese de reestruturar a dívida helénica, sobretudo porque significaria perdas avultadas para os credores, entre os quais os bancos alemães, que ocupam lugar de destaque. Agora, porém, face à complicada situação económica grega, parecem dispostos a aceitar não só uma prorrogação dos prazos do empréstimo de 110 mil milhões de euros a Atenas - que ainda nem sequer foi transferido na totalidade -, mas também uma reestruturação da dívida soberana. link Nestas coisas de política não há fumo sem fogo. Mas o importante será determinar o que falhou. Se o Governo grego ou o programa de resgate (UE, BCE e FMI). Uma análise fundamental para avaliar a actual situação por

Prof. E. Catroga: a “cavadinha”

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Os pêlos púbicos evocados pelo Prof. Eduardo Catroga deveriam, em nome da pudicícia que envolve a política, estar resguardados da curiosidade pública. O púbico, em princípio, não deve ser público, nem sequer púnico. Nem será uma mera questão de fâneros mas tão somente de prurido (político). Só o Prof. Marcelo é que já tinha exibido publicamente alguns preconceitos pessoais relativos às pilosidades. Refiro-me à sua celebre a sua frase: “não lembra ao careca” … link . Mas o Prof. Eduardo Catroga, nos últimos tempos, mostrava uma agitação verbal incontida. Não era capaz de produzir qualquer raciocínio sem martelar – no meio, no princípio ou no fim - a expressão: “bancarrota” ou, em momentos de maior acalmia, “à beira da bancarrota”. Mais recentemente vivia obcecado pela TSU (Taxa Social Única). Incapaz de clarificar – perante o vulgar cidadão - as benesses da sua proposta (a descida da taxação), os valores que queria atingir e as consequentes alterações do IVA para efeitos compensatório

O "DEBATE" ENTRE O PCP E O BE

Assisti há pouco na RTP a um prometido debate entre Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa. Estava curiosíssimo em saber as diferenças entre os programas dos respectivos partidos. Mas fiquei exactamente na mesma. Aquilo foi tudo menos um debate; foram dois solilóquios contra o PS. Por mais que o entrevistador perguntasse a cada um dos entrevistados porque é que os eleitores à esquerda do PS deviam optar por um ou por outro daqueles dois partidos, não conseguiu uma resposta a essa pergunta. O resultado do “debate” pareceu um empate combinado previamente entre dois batoteiros. O programa chamava-se “Frente-a-Frente”. Mas o que se viu foi um “Lado-a-Lado” contra o inimigo comum: o Partido Socialista. (Nota: este post foi escrito logo a seguir ao “debate”, mas devido à avaria no blogger só agora consegui publicá-lo)

Chacun fait comme il peut?

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Novo apoio à Grécia deve passar por empréstimos bilaterais e não pelo fundo europeu , afirmou a ministra francesa das Finanças, Chritine Lagarde . E adiantou: “defendeu que não devem ser os países da zona euro a pagar os 60 mil milhões de euros à Grécia, mas, pelo contrário, o apoio deverá vir sob a forma de outros empréstimos bilaterais e de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI).” "A consideração neste momento é alargá-los se for necessário. O que eu defendo é uma reestruturação - não há dúvidas sobre isso" , disse Lagarde, numa entrevista à BBC, quinta-feira à tarde. link Em Abril passado a mesma ministra da Economia e Finanças francesa, Christine Lagarde , considerou que seria "catastrófico" reestruturar as dívidas públicas da Grécia, Irlanda e Portugal, porque mostraria que estes países têm problemas para se financiarem nos mercados. link Para o cidadão comum não são compreensíveis estas sinuosas e contraditórias posições. Mas revelam alguma coisa. Para

O ardil da Direita...

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A mais recente sondagem da Barómetro www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1849863&page=-1 Independentemente do todos os habituais dizeres sobre o valor errático das sondagens é hoje impossível ignorar um nítido um deslizar do eleitorado para a Direita. Não interessa focalizar a disputa entre o PSD e PS. É a Esquerda que, na sua globalidade, cede terreno à Direita. O PS, enquanto governo em tempo de crise, sofre da natural usura do exercício do poder e não consegue iludir o fracasso de ter de aceitar [suscitar] a intervenção externa. Não basta afirmar que as forças políticas à esquerda do PS coligaram-se com a Direita para derrubar o Governo. O PS sabia, desde há muito, que quer o PCP, quer o BE, não votariam "pacotes de austeridade". Quando o Governo colou a sua permanência no exercício de funções na dependência da aceitação do PEC IV, sabia os riscos que corria. Por isso, "só" negociou esse último PEC com o PSD e, mesmo assim, "às es

9 de Maio - dia da Europa

O dia da Europa é sempre um dia feliz, mas acontece este ano numa época de incertezas. A crise financeira internacional a que se seguiu a crise económica e agora a crise das dívidas soberanas tem vindo a encontrar líderes políticos pequeninos, sem visão da História, sem ideais de moral progressista e apenas interessados em ocupar uns segundos no mundo da "TV 24 news." Por isso, da Finlândia ao Reino Unido, vamos assistindo a declarações nacionalistas, insensatas e populistas de líderes políticos. Dos países que enfrentam o turbilhão da crise (Grécia e Portugal) também não sai uma mensagem clara de unidade e coesão, antes umas "tiradas" irreflectidas e perigosas, que em nada tranquilizam a opinião pública dos países que devem emprestar dinheiro aos países devedores.  No nosso caso, é triste que um certo revanchismo amoral ainda vá acenando com supostos problemas judiciais e éticos de José Sócrates e vá enchendo a boca com um alegre desmantelamento do Estado So

A oportunidade da morte de Bin Laden

A morte de Bin Laden acontece num momento especialmente oportuno. Nos últimos meses temos assistido a uma Primavera árabe: os jovens, as mulheres e as classes mais dinâmicas e mais educadas de vários países árabes têm saído à rua e derrubado regimes corruptos, déspotas  e tiranos, e pretendem a criação de um Estado moderno, baseado na rule of law (Estado de Direito), na justa repartição da riqueza e no respeito pelos direitos humanos. O Islão radical, do terror e da opressão, não se tem imposto numa era da internet, da comunicação global e da legítima aspiração à felicidade. A morte de Bin Laden representa a decadência de um movimento extemporâneo, de crise de identidade de um mundo jovem e com forte dinamismo social e cultural como é e pretende ser o mundo árabe e muçulmano. Também no timing  Barack Obama acertou. A mensagem que transmitiu aos líderes das revoluções árabes é a de que eles estão no caminho correcto, da aspiração pelo Estado de Direito democrático, do desenvolvimen

O acordo palestino

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O acordo alcançado no Cairo entre grupos rivais palestinos, nomeadamente entre a Al Fatah e o Hamás , é um novo e importante passo que altera as condições políticas na região. link Põe termo a uma luta fratricida [não será propriamente um “ guerra civil ”] entre facções rivais que se estenderam à faixa de Gaza e em menor medida à Cisjordânia. Foi um difícil e complexo acordo que reúne 13 grupos palestinos tão díspares [inclui a Yihad Islámica] com vista à formação de um governo de coligação da Autoridade Palestina que tem como objectivo primordial convocar eleições no prazo de 1 ano. A junção de grupos com diferenças políticas, ideológicas e até religiosas tão abissais suscita receios na comunidade internacional. Nomeadamente, por parte de Israel que tentou contrariar, até ao último momento, a sua concretização. Para o 1º. Ministro israelita, Benjamín Netanyahu, a conciliação entre a Al Fatah que prossegue um longo diálogo – embora infrutífero - com Israel e o Hamás em guerra aberta

As “impossibilidades” de Passos Coelho…

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Passos Coelho, ontem, na Ovibeja, segurando as calças... [Foto de António Carrapato] "Não será possível ter um Governo que junte PSD e PS..." declarou Pedro Passos Coelho, ontem, em Beja. link Mais uma vez o PSD dá mostras de uma impressionante deriva política e eleitoral. No seguimento desta declaração pairam no ar inevitáveis perguntas: A votação do dia 23 de Março contra o PEC IV que levou à queda do Governo poderá desembocar num acto inconsequente? Isto é, arriscamo-nos a reproduzir em 5 de Junho de 2011 uma situação, no essencial, semelhante à que se desenvolveu depois das eleições legislativas de Novembro de 2009? Qual o significado político prático do acordo manifestado por escrito pelos 3 partidos [PS, PSD e CDS] ao memorando elaborado pela troika com vista ao resgate financeiro? Este acordo em relação ao memorando da troika permite per si que um partido que ganhe as eleições sem maioria absoluta governe sozinho, com o apoio tácito dos outros subscritores? O PSD

A morte de Bin Laden

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Barack Obama levou a cabo uma operação militar muito bem sucedida no passado dia 1 de Maio. Segundo as fontes oficiais, o Comandante Supremo das Forças Armadas americanas liderou uma operação de invasão do campo inimigo e de aniquilamento do líder adversário, que desde há mas de 15 anos humilhava os Estados Unidos da América com ataques terroristas, declarações provocatórias na internet e a arquitectura da mais global, mais mortífera e mais cruel liga terrorista das últimas décadas: a Al-Qaeda. Obama tomou as decisões correctas antes, durante e depois desta operação. Assim, antes de atacar o refúgio de Bin Laden, assegurou-se de que as condições operacionais seriam adequadas e quanto mandou os seus homens avançar, estes iam seguros da vitória e do sucesso. E ainda assim, houve um percalço com a perda de um helicópetro. Isto era tanto mais importante, quanto a operação se desenrolaria num Estado supostamente amigo, mas em permanente reserva mental, por parte de muito

Serenidade

A campanha eleitoral para as eleições legislativas de 5 de Junho de 2011 já está na estrada. Todos os responsáveis políticos deveriam ter em mente o dia 6 de Junho. O sistema parlamentar que a nossa Constituição acolhe não favorece a existências de maiorias de um só partido. É o normal na Europa. Mas isso não significa que não seja possível, normal e desejável que se formem Governos com apoio parlamentar de maioria absoluta. É mesmo fundamental que isso aconteça para que o país possa ter um rumo que gere confiança, previsibilidade e um rumo de crescimento e emprego. Continuar uma guerrilha política - tantas vezes absolutamente virtual - por mero desejo de aparecer nas televisões é ilusório e nada oferece de positivo ao país. Estas próximas semanas servem para que cada partido apresente as suas propostas. De forma civilizada, sem insultos e com respeito pelas pessoas que pensam de forma diferente. Naturalmente, deve haver debate e dramatização intelectual e ideológica das dife

Injustificável…

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A situação portuguesa tem sido conotada as dificuldades com que a Euro Zona se debate. Esta tem sido uma causa deste Governo. Problemas relativos à dimensão da nossa divida externa, às consecutivas quedas do rating da República, às crescentes dificuldades de financiamento nos mercados, mostram que o euro é objecto de um cerco e que Países económica e financeiramente mais frágeis têm sido as primeiras vítimas deste concerto especulativo. Há muito que criticamos a UE por manifestar uma impressionante inércia em encontrar soluções [europeias]. Hoje, o ambiente na Zona Euro é de novo perturbado por “fumos” indicativos da possibilidade da Grécia abandonar o euro e regressar à dracma. O Ecofin reúne-se de emergência, esta noite, no Luxemburgo, para discutir a situação na Zona Euro. Julgo que a notícia da saída da Grécia da Zona Euro é especulativa ou, será quando muito, o tactear de uma possibilidade, neste momento, remota. Mas, por outro lado, tendo sido a Grécia o 1º. País da EU que ne

Última hora....

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Grécia abandona a Zona Euro? El semanario alemán Der Spiegel [Greece Considers Exit from Euro Zone…] link afirma en su edición digital que Grecia está pensándose abandonar el euro citando fuentes no identificadas del Gobierno alemán. La publicación añade que la Comisión Europea ha convocado a los ministros de Finanzas de los países que comparten la moneda única (el Eurogrupo) a una reunión extraordinaria esta misma noche. link O estilhaçar da União Europeia?

Eu vim de longe, eu vou p’ra longe…

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“Votámos contra o PEC porque não foi tão longe quanto devia” declarou Passos Coelho à agência Reuters em 28/03/2011… link Passos Coelho , esta quinta-feira, num encontro com jornalistas na embaixada portuguesa em Londres, manifestou o seu "total comprometimento com os compromissos e os objectivos" que estão incluídos no memorando de entendimento onde está definido o processo de ajuda externa a Portugal. link Entretanto, mesmo perante o “doloroso” relatório da troika , Passos Coelho acha que é possível ir mais longe. E, ultrapassando a troika pela direita baixa, acrescenta (ainda) a privatização (parcial) da Caixa Geral de Depósitos e Águas de Portugal… link Segue-se a canção: Quando o avião aqui chegou Quando o mês de maio começou Eu olhei para ti Então entendi Foi um sonho mau que já passou Foi um mau bocado que acabou Tinha esta viola numa mão Uma flor vermelha na outra mão Tinha um grande amor Marcado pela dor E quando a fronteira me abraçou Foi esta bagagem que enc