Eleições, troika, reestruturação e contágio. Alguns apontamentos (II)
Alguma ampliação da matéria que coloquei no post anterior, fruto do diálogo com o e-pá.
2) Parece-me que o problema essencial é que apesar de tudo, alguns países vão navegando à bolina apesar de sobreendividados (Itália, Espanha, Japão mesmo a França) porque a sua economia real ainda vai exportando. Penso que a situação será insustentável se o BCE não quebrar a moeda. Isto, a meu ver, é uma medida essencial para restituir competitividade na economia real dos países do Sul. E para aliviar o serviço da dívida. Por muito que isso não agrade aos Chicaguistas de Frankfurt e à Frau Merkel.
3) É óbvio que em Portugal é necessário combater o despesismo. Mas repare-se que os partidos do arco da governação pouco ou nada apresentam para combater isto, além de algumas sugestões demagógicas como "um executivo pequeno". Nenhum refere a necessidade de racionalizar (reduzir) as autarquias, e nenhum tem um plano definido para racionalizar a administração pública, o exército ou acabar com muitas mordomias do braço político da administração pública (viaturas, telemóveis). Nenhum tem uma visão estratégica para a redução da despesa- apenas a lógica do corte cego- sem definir prioridades (educação, qualificação profissional, segurança social).
Uma reestruturação deverá passar por uma auditoria a sério às contas públicas, à renegociação com os credores, à renegociação com a troika, ameaçando bater a porta à islandesa se necessário. E esperemos que sejam assacadas responsabilidades, a nível penal e cível, a quem, nos últimos governos (incluindo os do PSD e CDS, autarcas e regiões autónomas incluidos), ainda que por negligência, lesou o erário público, outorgando negócios altamente lesivos para a coisa pública.
Comentários
Penso que para a reestruturação da divida externa - pública e privada - e o combate ao deficit orçamental pela via do crescimento económico, não bastam taxas de juros "aceitáveis". Será necessário também re-escalonar (alargar) o prazo de pagamento dessa dívida. Sem isso o Estado Social corre o risco de ser trucidado.
A situação de falta de liquidez da Europa, não é impar no Mundo. Existe fora da Europa, nomeadamente, nos EUA.
Para usarmos os "eurobonds" no mercado financeiro internacional , i. e., para uma reestruturação das dívidas europeias (Portugal, Grécia, Irlanda & outros) com dignidade, equilibrio e ganhos para ambas as partes (Europa e investidores financeiros) é necessário avançar politicamente no sentido do federalismo europeu.
Então, passariamos a ser uma Federação produtora de 22% do PIB mundial (maior que os EUA e duas vezes superior à China).
Este segundo "Renascimento" europeu acalmaria os mercados e permitiria calmamente a busca de soluções justas e honrosas (para todos)...
Logo, o grande problema é a política interna da UE. Sem resolvermos esta questão continuaremos a acusar-nos uns aos outros e reféns da agiotagem dos iníquos mercados financeiros internacionais.
Portanto, os resgates dos diferentes países em (grandes) dificuldades de Tesouraria é um remendo a muito curto prazo que
deveria ser (intensamente) aproveitado para, no seio da UE, (re)inciar um sério e conclusivo debate sobre o futuro (da UE). O Tratado de Lisboa tornou-se obsoleto e disfuncional. O seu conteudo é violado frequentemente para responder (pontualmente) a novos desafios. E isso não basta!
Claro que esta "mutação política" no seio da UE não dispensa a contenção orçamental e o controlo das despesas ( endividamento) público e privado) bem como a aposta num desenvolvimento (crescimento) económico sustentado que elimine o flagelo do desemprego.
uma certa conotação com Comunismo, então mudou o nome para União Europeia.A mudança até se justifica
pois União não implica Comunidade
e se,por exemplo,em Portugal não existe UNIÃO no campo Político,no
campo Económico-Social e Religioso,
como poderá haver UNIÃO EUROPEIA
no conjunto dos 27 Países?!E claro está que muito menos poderá ser uma Comunidade Económica Europeia.
Mas é de admitir que os Criadores
tanto da Comunidade como da União,
no seu conlúio,idealizassem essa
Ideia Política sòmente para si próprios como classe dirigente dos
destinos duma Europa capitalista e
burguesa em que os Banqueiros,os
Especuladores da Bôlsa de Valores,
ou seja,os Mercados Financeiros é
que decidem da Política a seguir.
E nisto estão de acôrdo com o Tio Sam mafioso e flibusteiro que quer dominar o Mundo inteiro e tem à sua ordem,a Horda mercenária da NATO que desde o tempo da Ditadura clerical fascista do Estado Novo, Portugal faz parte e que tem o apoio dos Partidos da Direita,ou seja do PS,PSD e CDS/PP.os quais
apoiam a Política Liberal da
chamada UNIÃO EUROPEIA.
Mas,porém,todavia,contudo....
Com populismo e demagogia,
muita mentira,verdade parece,
mas em liberdade e democracia,
o Povo tem o Governo que merece.