O "DEBATE" ENTRE O PCP E O BE

Assisti há pouco na RTP a um prometido debate entre Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa. Estava curiosíssimo em saber as diferenças entre os programas dos respectivos partidos. Mas fiquei exactamente na mesma. Aquilo foi tudo menos um debate; foram dois solilóquios contra o PS. Por mais que o entrevistador perguntasse a cada um dos entrevistados porque é que os eleitores à esquerda do PS deviam optar por um ou por outro daqueles dois partidos, não conseguiu uma resposta a essa pergunta.

O resultado do “debate” pareceu um empate combinado previamente entre dois batoteiros.

O programa chamava-se “Frente-a-Frente”. Mas o que se viu foi um “Lado-a-Lado” contra o inimigo comum: o Partido Socialista.

(Nota: este post foi escrito logo a seguir ao “debate”, mas devido à avaria no blogger só agora consegui publicá-lo)

Comentários

Permitam-me que faça aqui uma observação quanto ao PS e dizer que êste Partido não é Socialista.
Êle adoptou o rótulo de Socialista
para enfrentar o PCP que pretende realmente o Socialismo e tanto assim é que uma vez ganhas as Eleições para a Constituinte,Mário Soares meteu o Socialismo na gaveta
e o PS desatou a praticar a Política Liberal.Quanto ao BE,pois aqui vai a minha opinião:
Louçãmente baloiçando/entre a Direita e a Esquerda/êles vão escaqueirando/e o que vai restar é cacaria.Obs:A rima fica à vontade do leitor.
Anónimo disse…
tb vi debate e fiquei mesma sensação...

ambos combateram o ausente, sem minimo pudor

de modo q pergunto qual interesee destes debates,

se candidatos não se afirmam, uns e outros, na sua identidade politica própria...
e-pá! disse…
Caro AHP:

O debate Franscisco Louçã/Jerónimo de Sousa nada tem a ver com o próximo acto eleitoral. De facto, ao [auto]excluirem-se de discutir com a "troika" o bail-out [solicitado às instancias internacionais pelo Governo em exercício] viraram as costas à realidade que o País vive.
E a alienação dos factos é quase sempre fatal, mesmo que exista nesta atitude alguma razão, "antes do tempo"... De facto, o PCP e o BE estão "já" a "trabalhar" (politicamente) noutro cenário: o da necessidade de reestruturação da dívida soberana.

O PCP e o BE apostam, neste momento, em entendimentos pós-eleitorais que possibilitem uma "frente de Esquerda" capaz de contestar - na rua - uma eventual vitória da Direita e, para além disso, evite o isolamento a que se remeteram.
Essa "frente" só é credível se conquistarem para esse campo o PS [...ou parte do PS]. Portanto, é estratégico para o PCP e para o BE que o PS esteja na oposição (apesar do compromisso que assumiu ao subscrever o memorando da troika). Daí que o debate tenha sido preenchido por "manobras nos bastidores"...
Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa não têm, neste momento, qualquer interesse em discutir as próximas eleições legislativas...
Colocaram-se de fora e estão a "jogar" para o médio prazo.
Antonio disse…
Entretanto, nas sondagens, o PS parece não ceder.
Antonio disse…
Entretanto, nas sondagens, o PS parece não ceder.
São bastante frequentes as situações em que os entrevistados não respondem às perguntas colocadas pelos entrevistadores.

Sucede o mesmo, com maior gravidade, no Parlamento - onde os governantes interpelados, pura e simplesmente, ignoram as perguntas colocadas pela Oposição.

Boa parte dos requerimentos a pedir esclarecimentos também não merecem resposta ou recebem respostas idiotas.

Aqui vai um exemplo real (num debates a propósito de criminalidade):

P: «Quantos agentes tem a GNR neste momento?»
R: «Mais do que quando o senhor estava no governo»

São inúmeros, também, os casos em que órgãos de informação questionam organismos oficiais, e nos dizem, mais tarde, que não obtiveram qualquer resposta.

E essa superioridade tonta afecta organismos tão "simples" como os SMAS de Sintra e a Polícia Municipal de Lisboa: vá lá saber-se porquê, acham que não devem responder a quem lhes paga o ordenado!

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