Chacun fait comme il peut?

Novo apoio à Grécia deve passar por empréstimos bilaterais e não pelo fundo europeu, afirmou a ministra francesa das Finanças, Chritine Lagarde.
E adiantou: “defendeu que não devem ser os países da zona euro a pagar os 60 mil milhões de euros à Grécia, mas, pelo contrário, o apoio deverá vir sob a forma de outros empréstimos bilaterais e de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI).”
"A consideração neste momento é alargá-los se for necessário. O que eu defendo é uma reestruturação - não há dúvidas sobre isso", disse Lagarde, numa entrevista à BBC, quinta-feira à tarde. link

Em Abril passado a mesma ministra da Economia e Finanças francesa, Christine Lagarde, considerou que seria "catastrófico" reestruturar as dívidas públicas da Grécia, Irlanda e Portugal, porque mostraria que estes países têm problemas para se financiarem nos mercados. link

Para o cidadão comum não são compreensíveis estas sinuosas e contraditórias posições. Mas revelam alguma coisa. Para já a UE parece ter “esgotado”, ou a paciência, ou o seu Fundo de Estabilização Financeira. Os países europeus em dificuldades orçamentais e financeiras [como a Grécia, a Irlanda e Portugal] são, a partir de agora, “empurrados” para os braços das instituições financeiras internacionais, por sua conta e risco.
Não sabemos se esta posição de Christine Lagarde é um ponto de vista meramente francês ou se é mais lato: uma concepção franco-alemã, muito presente na definição das recentes políticas económicas e financeiras europeias.

Mas resta-nos tirar ilações: independentemente das responsabilidades que os países em dificuldades têm de atribuir a si próprios e às suas políticas nacionais, os dirigentes da UE, da Euro Zona e do BCE mostram uma total incapacidade de liderar a crise, de elaborar soluções viáveis e sustentáveis no seio da Europa e para o Mundo.
Com a actual “direcção franco-alemã” não vamos lá. A destruição do euro, enquanto moeda comum, é uma questão de tempo.
As políticas europeias dominadas por concepções neoliberalistas não enfrentam os mercados e estes são pacientes e impiedosos.

Comentários

De facto, o que parece é que franceses e alemães gostam sobretudo de impingir a gregos e outros palermas as esquadrilhas de submarinos, as esquadras de caças, os esquadrões de blindados, e outras tralhas que lhes atravancam os orçamentos.
Se a UE não for mais que isto, é um belo conto do vigário.
josé disse…
Certamente que gostam de impingir, mas não consta que tenham obrigado algum país a comprar.... Se calhar, digo eu, faria mais sentido perguntar a que decidiu tais aquisições....
e-pá! disse…
José:

"Certamente que gostam de impingir, mas não consta que tenham obrigado algum país a comprar..."
O País não foi obrigado a comprar. Mas lá que foi "empurrado"...foi!
Veja-se o "caso dos submarinos".
Segundo as autoridades judiciais alemães a empresa Ferrostaal "para conseguir contratos para fornecer submarinos à Grécia e a Portugal, foram pagos mais de 62 milhões de euros entre 2000 e 2007". link

Claro que em Portugal e, provavelmente, também na Grécia, ninguém terá recebido os tais milhões de euros...
É uma das razões (há outras, para além da corrupção...) porque foi sendo "abafado" o crescimento desmesurado da dívida externa.
E depois a justificação é os portugueses (e já agora os gregos) viverem acima das suas possibilidades...

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