Injustificável…

A situação portuguesa tem sido conotada as dificuldades com que a Euro Zona se debate. Esta tem sido uma causa deste Governo. Problemas relativos à dimensão da nossa divida externa, às consecutivas quedas do rating da República, às crescentes dificuldades de financiamento nos mercados, mostram que o euro é objecto de um cerco e que Países económica e financeiramente mais frágeis têm sido as primeiras vítimas deste concerto especulativo. Há muito que criticamos a UE por manifestar uma impressionante inércia em encontrar soluções [europeias]. Hoje, o ambiente na Zona Euro é de novo perturbado por “fumos” indicativos da possibilidade da Grécia abandonar o euro e regressar à dracma.

O Ecofin reúne-se de emergência, esta noite, no Luxemburgo, para discutir a situação na Zona Euro.


Julgo que a notícia da saída da Grécia da Zona Euro é especulativa ou, será quando muito, o tactear de uma possibilidade, neste momento, remota. Mas, por outro lado, tendo sido a Grécia o 1º. País da EU que necessitou de um plano de resgate, em decurso há mais de 1 ano, não conseguiu - apesar das medidas drásticas de austeridade tomadas - libertar-se do jugo feroz dos insaciáveis mercados. Esta situação lança desafios à qualidade da resposta que os lideres europeus vêm defendendo.


Hoje, no Luxemburgo, poderá estar em cima da mesa a primeira reestruturação da dívida externa de um País europeu já intervencionado pelas instituições europeias e internacionais. Portugal – consideradas as actuais condições de próximo país intervencionado - não pode eximir-se a participar numa reunião com esta importância.

É, portanto, com espanto que o Ministro das Finanças português deu a conhecer que não estará presente na supracitada reunião. link Os portugueses acharão que esta ausência é injustificável e não serve os interesses do País. O Governo está em gestão corrente mas não se pode demitir de defender o interesse nacional, onde e quando for necessário.
Compreende-se o cansaço de Teixeira dos Santos, mas até 5 de Junho, não há “últimas missões”. Há serviço público. O trabalho não acabou com a assinatura do memorando elaborado pela troika.

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