Resgate português: arrebanhar vitórias, escrevinhar cartas ou dar entrevistas…

Hoje, ao que parece concluídas as negociações entre o Governo e a troika (UE, BCE e FMI) sobre o resgate de Portugal, o 1º. Ministro fez uma curta declaração ao País. Pretendeu, acima de tudo, sossegar muitos portugueses que tem sido vítimas de uma intensa campanha de “diz que disse” ou “segundo fontes próximas da troika” alertando para draconianas condições que a seriamos, nos tempos mais próximos, submetidos. Foi uma declaração generalista, sem entrar em pormenores, simples. link

Não permitiu focar com profundidade, rigor e em toda a sua extensão o pacote de medidas que o BCE, a UE e o FMI acordaram para o “apoio” financeiro a Portugal, já que essa oportunidade – que interessa a todos os portugueses - está agendada para amanhã.

Tal declaração motivou, de imediato, a resposta do PSD através do ex-ministro Eduardo Catroga que depois de semanas de uma intensa chicana de cartas e do rebaixar ao nível do lixo todos os poucos créditos que ainda temos, se apressou a reivindicar os louros de uma revisão da “trajectória do défice” cujas metas anuais teriam sido aligeiradas (em relação ao que estava definido).
Catroga não se eximiu de proclamar que esse facto foi uma “grande vitória” dos sociais-democratas... link

A redefinição do escalonamento anual do deficit terá muitas causas. Uma delas será o “buraco” do BPN que, a par do descontrolo dos transportes públicos e das PPP’s, levou o défice de 2010 aos 9.1% do PIB.

Voltando ao “buraco do BPN” os portugueses sabem que essa foi, de facto, uma “grande vitória” financeira de alguns destacados sociais-democratas que se locupletaram com majestáticos dividendos que todos (agora) estamos a pagar e o País obrigado a orçamentar. Eduardo Catroga sabe que há coisas que não são propriamente vitórias mas antes “la grande bouffe”… . Esta é uma delas. Eduardo Catroga não tinha nada para exaltar, nem louros para colher.
Para a próxima será mais adequado escrever mais uma carta…a reivindicar, coerência, por exemplo. Ou, então, dar uma nova entrevista ao “Expresso”... pejada de aleivosias.

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