O acordo palestino
O acordo alcançado no Cairo entre grupos rivais palestinos, nomeadamente entre a Al Fatah e o Hamás, é um novo e importante passo que altera as condições políticas na região. link
Põe termo a uma luta fratricida [não será propriamente um “guerra civil”] entre facções rivais que se estenderam à faixa de Gaza e em menor medida à Cisjordânia.
Foi um difícil e complexo acordo que reúne 13 grupos palestinos tão díspares [inclui a Yihad Islámica] com vista à formação de um governo de coligação da Autoridade Palestina que tem como objectivo primordial convocar eleições no prazo de 1 ano. A junção de grupos com diferenças políticas, ideológicas e até religiosas tão abissais suscita receios na comunidade internacional. Nomeadamente, por parte de Israel que tentou contrariar, até ao último momento, a sua concretização.
Para o 1º. Ministro israelita, Benjamín Netanyahu, a conciliação entre a Al Fatah que prossegue um longo diálogo – embora infrutífero - com Israel e o Hamás em guerra aberta com Telaviv é um arranjo sem alicerces políticos e sem coerência. A sua primeira reacção foi rejeitar a prossecução de negociações com a Autoridade Palestina desde o momento que esta integre o Hamás.
Mas o acordo do Cairo tem, também, um alcance que ultrapassa largamente o âmbito regional. Abre portas ao reconhecimento internacional de um Estado Palestino, grande desígnio do falecido dirigente Yasser Arafat.
Este acordo é, por outro lado, fruto das recentes [re]evoluções políticas no Norte de África e no Oriente Médio. Al Fatah perdeu o seu sustentáculo político Hosni Mubarak e o Hamás é uma das possíveis vítimas da periclitante situação síria. Para os Palestinos os esquemas de ajuda que funcionaram até aqui necessitavam de ser revistos.
A situação israelita, com este acordo, complicou-se. Não acredita na “boa vontade” do Hamás [que se comprometeu a uma trégua com Israel] e receia que o reconhecimento do Estado Palestino complique a passiva e complacente compreensão internacional que tem desfrutado com a anuência dos EUA e, com algumas nuances, do Mundo Ocidental.
De facto, os EUA - embora mantendo reservas - consideram este acordo um passo no sentido da Paz nessa região, distanciando-se de algum modo da posição israelita. link Em consequência destas discrepâncias, Netanyahu, desloca-se a Washington a 20 de Maio.
Será muito difícil a Benjamín Netanyahu, no actual momento político que varre o Norte de África e o Médio Oriente, “vender” a ideia que este acordo é “uma grande vitória para o terrorismo”. link ; link
Robert Serry, coordenador da ONU para o processo de Paz no Médio Oriente, presente na celebração do acordo em representação do Secretário-Geral da ONU, saudou a reunião [do Cairo] e espera que ela possa ter como objectivo a promoção da Paz. Disse: “A reunificação é essencial para alcançar uma solução de dois Estados, que deve ser feita através de negociações”. link
Entretanto, começam as movimentações diplomáticas. Israel tentará impedir o reconhecimento internacional de um Estado Palestino. Exigirá primeiro eleições e depois negociações prévias bilaterais [Palestina e Israel]. Mas dificilmente Israel conseguirá circunscrever uma questão que tem incendiado o Mundo num problema regional.
O próximo ano é crucial para o Médio Oriente. O actual status quo tornou-se caduco, inoperante e desfasado da evolução política na região. Para os dois lados: Israel e Palestina.
Põe termo a uma luta fratricida [não será propriamente um “guerra civil”] entre facções rivais que se estenderam à faixa de Gaza e em menor medida à Cisjordânia.
Foi um difícil e complexo acordo que reúne 13 grupos palestinos tão díspares [inclui a Yihad Islámica] com vista à formação de um governo de coligação da Autoridade Palestina que tem como objectivo primordial convocar eleições no prazo de 1 ano. A junção de grupos com diferenças políticas, ideológicas e até religiosas tão abissais suscita receios na comunidade internacional. Nomeadamente, por parte de Israel que tentou contrariar, até ao último momento, a sua concretização.
Para o 1º. Ministro israelita, Benjamín Netanyahu, a conciliação entre a Al Fatah que prossegue um longo diálogo – embora infrutífero - com Israel e o Hamás em guerra aberta com Telaviv é um arranjo sem alicerces políticos e sem coerência. A sua primeira reacção foi rejeitar a prossecução de negociações com a Autoridade Palestina desde o momento que esta integre o Hamás.
Mas o acordo do Cairo tem, também, um alcance que ultrapassa largamente o âmbito regional. Abre portas ao reconhecimento internacional de um Estado Palestino, grande desígnio do falecido dirigente Yasser Arafat.
Este acordo é, por outro lado, fruto das recentes [re]evoluções políticas no Norte de África e no Oriente Médio. Al Fatah perdeu o seu sustentáculo político Hosni Mubarak e o Hamás é uma das possíveis vítimas da periclitante situação síria. Para os Palestinos os esquemas de ajuda que funcionaram até aqui necessitavam de ser revistos.
A situação israelita, com este acordo, complicou-se. Não acredita na “boa vontade” do Hamás [que se comprometeu a uma trégua com Israel] e receia que o reconhecimento do Estado Palestino complique a passiva e complacente compreensão internacional que tem desfrutado com a anuência dos EUA e, com algumas nuances, do Mundo Ocidental.
De facto, os EUA - embora mantendo reservas - consideram este acordo um passo no sentido da Paz nessa região, distanciando-se de algum modo da posição israelita. link Em consequência destas discrepâncias, Netanyahu, desloca-se a Washington a 20 de Maio.
Será muito difícil a Benjamín Netanyahu, no actual momento político que varre o Norte de África e o Médio Oriente, “vender” a ideia que este acordo é “uma grande vitória para o terrorismo”. link ; link
Robert Serry, coordenador da ONU para o processo de Paz no Médio Oriente, presente na celebração do acordo em representação do Secretário-Geral da ONU, saudou a reunião [do Cairo] e espera que ela possa ter como objectivo a promoção da Paz. Disse: “A reunificação é essencial para alcançar uma solução de dois Estados, que deve ser feita através de negociações”. link
Entretanto, começam as movimentações diplomáticas. Israel tentará impedir o reconhecimento internacional de um Estado Palestino. Exigirá primeiro eleições e depois negociações prévias bilaterais [Palestina e Israel]. Mas dificilmente Israel conseguirá circunscrever uma questão que tem incendiado o Mundo num problema regional.
O próximo ano é crucial para o Médio Oriente. O actual status quo tornou-se caduco, inoperante e desfasado da evolução política na região. Para os dois lados: Israel e Palestina.
Comentários
ao criarem o Estado de Israel,
roubando a terra aos palestinos?!