A “crise” e as eleições espanholas…

As eleições espanholas de hoje [autonómicas e municipais] dão uma pesada [dramática] derrota para o PSOE.
A confirmarem-se as primeiras projecções perderá alguns dos seus feudos eleitorais. Por exemplo, Castilla La Mancha link, a emblemática Sevilha link e mesmo na capital, Madrid, onde a candidata do PP, Esperanza Aguirre, apesar de envolvida em escândalos e do apelo do movimento 15-M à abstenção, parece consolidar a anterior maioria absoluta...

Na verdade, o PSOE apesar de uma boa gestão autonómica e municipal sucumbe aos efeitos da crise económica. Uma crise que puniu os espanhóis num ponto sensível: o emprego. Muitos espanhóis sofrem as consequências da crise, da austeridade e dos cortes nas prestações sociais desde há 2 anos. Esta foi a primeira oportunidade para manifestarem o seu descontentamento. Não importa que sejam eleições para os municípios e comunidades autónomas. É pura e simplesmente a primeira oportunidade para demonstrarem a sua revolta perante o poder central.
O flagelo do desemprego é arrasador. Nos últimos 4 anos a Espanha passou de uma taxa de desemprego de 8.4% para 21.3% [a 2ª. mais elevada da Europa!]. Com estes valores não há coesão social e os resultados estão à vista. E a coesão nacional também foi atingida. Basta ver os resultados eleitorais no País Basco e na Catalunha.

Mas existe outra lição a tirar. A social-democracia europeia é a grande vítima da crise que varre a Europa. Nos poucos países onde tem responsabilidades governativas – como é o caso de Espanha – as directivas europeias oriundas de uma Comissão dominada pelo PPE onde a matriz neoliberal é dominante, acabam por perverter [e subverter] as concepções programáticas e doutrinárias social-democratas e socialistas.
É este o ciclo político que a Europa vive. Quando o guião político do momento é o pragmatismo [sem ideologia subjacente] a Direita está em vantagem. Os próximos tempos são de resistência para as forças de Esquerda. Terão de demonstrar – no terreno - que é possível controlar o défice público, diminuir o endividamento externo, relançar a economia, combater o desemprego e ao mesmo tempo preservar o modelo social europeu.
Este novo ciclo começou na Grã-Bretanha e a partir daí tornou-se imparável… Inclusive, atingiu países como a Suécia [onde o partido social-democrata perdeu 2 eleições sucessivas]. Desde a crise económica que os partidos social-democratas e socialistas vão sendo apeados de funções governativas, uns atrás dos outros. A única recuperação foi a Grécia mas a actual situação política e económica grega tem degradado o seu apoio social.

A “crise” veio reforçar a Direita, sendo a Espanha o último exemplo, aliás, previsto. Estando perante uma crise à partida prolongada será longa a travessia do deserto para a Esquerda [europeia]. A não ser que esta seja capaz de se renovar sem contradizer princípios doutrinários básicos. Isto é, conservando a sua autonomia ideológica. O que não será fácil, nem expedito.

Comentários

Já tenho pensado se não haverá tramóia da parte de Políticos que
com populismo e demagogia se infiltram nos Partidos para os »lixar».Na Holanda,por exemplo, o Trabalhista Kok conduziu seu Governo de tal modo que o Povo
desiludido,depois votou na Direita
O Trabalhista Blair também agiu de modo a que o Povo se virou p'rà Direita.O Socialista Obrero José Zapatero,também afinal desiludiu e
empurrou o Povo p'rà Direita.
O Socialista Mário Soares enfiou o
Socialismo na gaveta.O Socialista
Sócrates também com sua Política Liberal(a Política de Bruxelas)agiu
de tal modo que o Povo desiludido irá votar na Direita.Aliás afinal a Direita está representada nos
três Partidos(PS;PSD e CDS/PP)os
quais apoiam a Política de Bruxelas
e a Horda mercenária da NATO e suas
guerras sujas.A diferença entre o PS e o PSD é de pequeno pormenor e
no CDS/PP da «democracia» cristã, há muita gente saudosa da Ditadura do clerical fascismo do Estado Novo.Usam o nome Popular porque a
maioria do Povo ainda crê nas balelas dos Vigários de Cristo que há séculos vigarizam o Povo.E na
vizinha Espanha,terra onde nasceu a Inquisição,o Jesuitismo e a Opus Dei,o Clericalismo ainda tem mais fôrça.

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