Bancos e MBA(s): negócios, vícios ou feitios?
O Banco Central Europeu mandou 3 administradores (João Tudela Martins, Paulo Rodrigues da Silva e Pedro Leitão), nomeados para o conselho de administração da CGD, estudarem.
Não em qualquer ‘escola’ para preparação de executivos bancários. Mas teve a ousadia de sugerir para o efeito o INSEAD (Institut European d’Administration des Affaires) link.
Sem querer beliscar ou retirar nível acerca da qualidade do mencionado Instituto a indicação não pode deixar de ser interpretada como uma prepotência (embora tente atenuar o ditakt com ‘uma escola de igual nível’).
Todavia, sendo o BCE o banco emissor e regulador europeu, estando a CGD à espera do agrément europeu para injectar capital, é certo e sabido que a sua sugestão é uma ordem. Não uma ordem qualquer. Melhor será considerá-la uma ‘advertência vexatória’.
Na sequência destas diatribes que as instituições europeias teimam em levar a efeito, com especial incidência depois de Dezembro de 2015 (coincidências?), seria importante que o Estado Português, proprietário da CGD, questionasse o Banco Central sob 2 aspectos:
1º.) O documento, assinado pelo próprio Mário Draghi, teve com certeza muitos relatores e seria interessante conhecer a declaração de interesses dos mesmos, concisa e transparente, onde conste o local de formação, quem a pagou, ligações com o INSEAD, etc.;
2º) Menos burocrática e com obtuso conteúdo político, perguntar se o BCE (que integrou a Troika) algum dia sugeriu (ou ordenou) ao anterior Governo que o ex-ministro Miguel Relvas (enquanto ministro também gestor do ‘resgate financeiro’) voltasse à Escola (pelas razões que todos conhecemos).
Só depois destes prévios esclarecimentos do BCE o Estado português e/ou a CGD deveriam mostrar-se disponíveis para estudar a perversa e acintosa ‘sugestão’ do BCE.
Comentários
É um carapuço que cabe a muita gente. Fazem que não sabem que não mandam nada aqui...